sábado, 7 de julho de 2018

18 anos de presença MSF no Alto Juruá (4)


Desafios e horizontes da missão
Hoje, ao completar 18 anos de missão, nossa comunidade missionária identifica os seguintes desafios em Carauari e Itamarati:
(a)    A animação pastoral das comunidades ribeirinhas e a presença nas aldeias indígenas (em parceria e diálogo com o CIMI, com a Pastoral da Juventude e com a Pastoral da Criança);
(b)    O acompanhamento das comunidades eclesiais urbanas, especialmente no fortalecimento dos vínculos fraternos e na formação de lideranças cristãs maduras;
(c)     O acompanhamento das famílias, considerando suas diversas configurações, assim como a instabilidade dos vínculos e a precocidade do matrimônio;
(d)    A valorização pastoral e a presença dos missionários nos novenários urbanos e ribeirinhos, inclusive como estratégia para promover avanços no sentido eclesial e missionário;
(e)    O planejamento, a execução e a avaliação comunitária (comunidade religiosa) dos diversos trabalhos, valorizando as habilidades de cada um e evitando tanto a fragmentação como a centralização;
(f)       A visualização de caminhos e estratégias para trabalhar com as juventudes, ajudando-as a visualizar possibilidades e alternativas de vida;
(g)    Os altos custos das visitas às comunidades ribeirinhas, da pastoral em geral, da infraestrutura e da manutenção da comunidade missionária;
(h)    A superação da impressão de que o envio dos coirmãos enviados à missão na Amazônia é uma espécie de punição ou castigo.
Nesse contexto, antes de estabelecer tarefas prioritárias, consideramos imprescindível definir claramente os princípios que dão o rumo e a substância à nossa ação missionária nessa região:
(a)    Viver e anunciar comunitariamente a alegria do Evangelho, ajudando a construir uma Igreja que seja mais semelhante a um hospital de campanha que a uma alfândega;
(b)    Assumir a missão como um processo de saída de nós mesmos, nossa visão e nossa cultura, e de conversão ao evangelho do outro;
(c)     Testemunhar a fraternidade e a comunhão, vivendo e trabalhando sempre a partir da comunidade religiosa e de vida, superando a tentação da divisão rígida e hierarquizada de trabalhos (pároco, vigários, ajudantes, etc.);
(d)    Desenvolver ações orgânicas, planejadas e avaliadas comunitariamente, valorizando as competências de cada coirmão e evitando iniciativas paralelas ou isoladas;
(e)    Encarnar-se na Igreja local e empenhar-se no fortalecimento das comunidades eclesiais, no horizonte dos projetos e prioridades da Prelazia e da REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazônica);
(f)      Respeitar, apoiar e promover as lideranças leigas, especialmente mediante os Conselhos comunitários e paroquiais, e as pastorais de caráter solidário e popular;
(g)    Exercitar o diálogo aberto e respeitoso com as tradições culturais e religiosas do povo amazônico;
(h)    Colocar-se solidariamente a serviço dos pobres, apoiando suas lutas e fortalecendo suas organizações. (continua)
Itacir Brassiani msf

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