O Senhor Deus é fiel e fez por nós maravilhas!
808 | 17 de agosto de 2025 | Lucas 1,39-56
O texto do evangelho de hoje é escolhido para
iluminar a solenidade da Assunção de Maria de Nazaré, a Mãe do Filho de Deus,
ao céu, em sua integridade e unidade pessoal. É uma afirmação recente da Igreja
católica (1950), que recolhe uma tradição milenar e indicativos esparsos nas
Escrituras e na Tradição. Com esta celebração sublinhamos a vocação humana à
vida plena e a dignidade do corpo, especialmente a dignidade e a corporeidade das
mulheres.
O episódio evangélico que nos é proposto traduz de
modo plástico e poético a presença libertadora de Deus na história, assim como
a serena alegria que ela desperta na oração e no cântico dos pobres. Não se
trata de um sonho utópico e inalcançável, mas de uma esperança segura, que se
fundamenta na fidelidade de Deus revelada ao longo da história do povo de
Israel e das comunidades cristãs. É uma esperança que não engana.
A primeira parte da cena é uma ampliação do evento
da anunciação do anjo Gabriel a Maria e, ao mesmo tempo, uma confirmação dos
sinais indicados por ele. Recebendo a
graciosa e inesperada visita de Maria, que nos ensina a não tardar a ir ao
encontro de quem precisa de nós, Isabel proclama e saúda a presença do Messias
amado e esperado no seio dela, com a mesma surpresa e alegria com as quais Davi
e o povo de Israel saudaram a presença fiel e libertadora de Deus na Arca da
Aliança.
O próprio João Batista, ainda no ventre profético
de Isabel, antecipa essa alegria messiânica, e, com a mãe, reconhece e celebra
a presença de Deus no meio do povo. Maria é aclamada por Isabel e pela Igreja
nascente como bem-aventurada porque acreditou na verdade e na força fecunda da
Palavra de Deus. Nas suas palavras e a seu modo, Isabel desvenda o significado
profundo da maternidade de Maria. E assegura, com força feminina, que as
promessas de Deus serão cumpridas.
Maria intervém
com um cântico profético no qual celebra a ação de Deus no passado e no
presente, e assegura a fidelidade da sua misericórdia no futuro. Nesse cântico
ela, serva humilde e humilhada, representa todos os pobres e peregrinos agraciados
por Deus que visualizam um mundo novo, que vence e supera forças as estruturas
que dominam e excluem. Em Maria elevada ao céu e em seu cântico profético, o
êxodo se renova e as bem-aventuranças são antecipadas.
Sugestões para a
meditação
· Reconstrua a
cena, acompanhando Maria na sua caminhada de Nazaré à Judéia, ao seu encontro
alegre e revelador com sua parenta Isabel
· Deixe-se
envolver pela alegria messiânica que ilumina e renova Maria, Isabel e João
Batista e as comunidades apostólicas
§ Repita, com
Isabel, a saudação mística e profética com a qual recebe e celebra a visita de
Deus ao seu povo
Bela reflexão na festa da Assunção de Maria
ResponderExcluir