Deus não enviou seu
Filho para condenar o mundo! | 698 | 30.04.2025 | João 3,16-21
Estamos
ainda com a cena e a catequese que começamos a meditar na segunda-feira e
prosseguimos no dia de ontem. Tendo procurado Jesus à noite, momento preferido
pelos judeus para estudar e acolher a Palavra, Nicodemos ouviu dos lábios de
Jesus que seu saber não servia para nada, que, para ver o Reino de Deus, ele
precisaria desaprender, nascer de novo.
Para
um doutor da Lei, como é o caso de Nicodemos, a palavra de Deus é
substancialmente uma Lei que classifica e separa, condenando uns e absolvendo
outros. Por isso, eles esperavam a vinda de um Messias que, com a Lei na mão,
punisse aqueles que não conseguissem cumpri-la, ou que a própria Lei excluía de
toda e qualquer chance de dignidade e de vida.
Continuando
sua catequese a Nicodemos, Jesus afirma, sem rodeios ou meias-palavras, que a
relação de Deus com o mundo é uma relação de amor, e não de julgamento ou
classificação. Deus envia seu Filho, Jesus de Nazaré, para que as pessoas que o
aceitam e aderem ao seu caminho vivam mais plenamente. Ele não veio em vestes
de juiz que julga e condena, mas em vestes de servo e companheiro cuida da
vida.
Jesus
é como Luz que ilumina, e não como Lei que discrimina. Ele nos ensina que a
vontade de Deus é boa, e é boa para toda a humanidade e para as demais
criaturas, sem discriminação. É no seu amor sem medida que brilha o ser e o
agir de Deus, e não na Lei, que coloca as pessoas umas acima das outras, todas
distantes, indiferentes ou competidoras entre si.
Mas há gente que prefere outra luz e outro saber, que não
passam de idiotice violenta. Há quem chegue a afirmar que a pandemia e as
enchentes, que feriram e mataram tanta gente, foram vingança de Deus. Como seu
Deus não amasse o mundo a ponto de dar seu próprio Filho... O amor
incondicional de Deus, manifestado em Jesus, é a verdade. E a prática fiel
desse amor é que nos liberta e nos mantém no caminho que leva à Luz. E nós
alcançamos essa luz nós amando-nos
uns aos outros, e não armando-nos,
como querem alguns violentos e assassinos.
Sugestões para meditar
§ Leia atentamente, sem pressa, palavra
por palavra, este episódio e este diálogo tenso entre Nicodemos e Jesus
§ Recite
de memória as palavras de Jesus: Deus amou tanto o mundo; para que o mundo seja
salvo; os homens preferiram as trevas à luz...
§ O que significa concretamente esta
afirmação: “Deus amou o mundo” (e não apenas as pessoas, as almas)?
§ E o que entendemos quando falamos
“amor”: é substantivo (coisa) ou é verbo (ação, relação)? Sentimento ou
decisão?
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