sábado, 12 de abril de 2025

Ele se tornou igual aos homens

Ele se tornou igual aos homens, semelhante aos escravos | 681 | 13.04.2025 | Lucas 19,28-40

Jesus vem da Galileia e entra na capital do seu país dominado por Roma, montado num jumento. Nada de cortejos de honra, nem de generais e cavalos, nem dos gestos protocolares de cortesia dispensados aos grandes senhores. Como diz o hino de Paulo, Jesus chega a Jerusalém como sempre foi: um servidor, um simples homem, esvaziado de ambições e grandezas, radicalmente obediente à vontade do Pai e às necessidades dos outros.

Jesus de Nazaré chega caminhando à frente de um entusiasmado grupo de seguidores e admiradores. Os camponeses da zona periférica da capital o aclamam como filho e herdeiro de Davi. Eles faziam parte daquele “resto fiel” que esperava um Messias e o dia da mudança, e sabia reconhecer num indignado e revolucionário Aquele que vem em nome de Deus.

Na verdade, o grupo que acolhe e acompanha Jesus na entrada em Jerusalém saúda o despontar do reino messiânico inspirado em Davi. Mas, entrando na cidade, Jesus não realiza as ações que muitos esperavam. Tendo chegado perto da capital, ele a contempla de longe e chora, lamentando o fechamento à profecia e o apego às leis e demais instituições. Ele é o servo paciente e o ouvinte atento da Palavra do qual fala Isaías.

Entrando em Jerusalém montado num jumento, Jesus faz uma sátira aos libertadores militares, conhecidos no passado e temidos no presente. Um grupo de discípulos mais exaltado solta a voz e o proclama o Messias esperado, mas Jesus faz questão de demonstrar que é um Messias radicalmente diferente: pobre e pacífico. O entusiasmo suscitado no povo do entorno da capital não durará muito tempo.

Percebendo o desfecho que o esperava, Jesus se sente abatido, e chega a se perguntar qual direção deve tomar. No momento crucial, depois da festa de acolhida e da ceia de despedida, enfrenta um discernimento difícil e pede aos discípulos que fiquem com ele e vigiem.  É um exercício de confronto profundo com a vontade do Pai, com a missão escrita em caracteres confusos e exigentes. Nem a divisão entre os discípulos, nem os sinais anunciadores de traição o fazem mudar seu plano.

 

Meditação:

§ Releia o texto com calma, prestando atenção aos personagens, ao que eles fazem e ao que eles dizem

§ Perceba os sinais que demonstram que a cena é uma espécie de teatro que ironiza as marchas dos grandes chefes e não tem nada de triunfal

§ Será possível que também nós acolhemos Jesus em ocasiões solenes, mas depois relativizamos seu Evangelho e sua presença?

§ Que palavras e que lições para u cuidado da Casa Comum Jesus nos trasnmite na cena do Evangelho de hoje?

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