Ele se tornou
igual aos homens, semelhante aos escravos | 681 | 13.04.2025 | Lucas 19,28-40
Jesus vem da Galileia e entra na capital do seu país dominado
por Roma, montado num jumento. Nada de cortejos de honra, nem de generais e
cavalos, nem dos gestos protocolares de cortesia dispensados aos grandes
senhores. Como diz o hino de Paulo, Jesus chega a Jerusalém como sempre foi: um
servidor, um simples homem, esvaziado de ambições e grandezas, radicalmente
obediente à vontade do Pai e às necessidades dos outros.
Jesus
de Nazaré chega caminhando à frente de um entusiasmado grupo de seguidores e
admiradores. Os camponeses da zona periférica da capital o aclamam como filho e
herdeiro de Davi. Eles faziam parte daquele “resto fiel” que esperava um
Messias e o dia da mudança, e sabia reconhecer num indignado e revolucionário
Aquele que vem em nome de Deus.
Na
verdade, o grupo que acolhe e acompanha Jesus na entrada em Jerusalém saúda o
despontar do reino messiânico inspirado em Davi. Mas, entrando na cidade, Jesus
não realiza as ações que muitos esperavam. Tendo chegado perto da capital, ele a
contempla de longe e chora, lamentando o fechamento à profecia e o apego às
leis e demais instituições. Ele é o servo paciente e o ouvinte atento da
Palavra do qual fala Isaías.
Entrando
em Jerusalém montado num jumento, Jesus faz uma sátira aos libertadores militares,
conhecidos no passado e temidos no presente. Um grupo de discípulos mais
exaltado solta a voz e o proclama o Messias esperado, mas Jesus faz questão de
demonstrar que é um Messias radicalmente diferente: pobre e pacífico. O
entusiasmo suscitado no povo do entorno da capital não durará muito tempo.
Percebendo o desfecho que o esperava, Jesus
se sente abatido, e chega a se perguntar qual direção deve tomar. No momento
crucial, depois da festa de acolhida e da ceia de despedida, enfrenta um
discernimento difícil e pede aos discípulos que fiquem com ele e
vigiem. É um exercício de confronto profundo com a vontade do Pai,
com a missão escrita em caracteres confusos e exigentes. Nem a divisão entre os
discípulos, nem os sinais anunciadores de traição o fazem mudar seu plano.
Meditação:
§ Releia
o texto com calma, prestando atenção aos personagens, ao que eles fazem e ao
que eles dizem
§ Perceba
os sinais que demonstram que a cena é uma espécie de teatro que ironiza as
marchas dos grandes chefes e não tem nada de triunfal
§ Será
possível que também nós acolhemos Jesus em ocasiões solenes, mas depois
relativizamos seu Evangelho e sua presença?
§ Que
palavras e que lições para u cuidado da Casa Comum Jesus nos trasnmite na cena
do Evangelho de hoje?
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