quinta-feira, 26 de junho de 2025

O coração de Jesus

Que o nosso coração seja como o coração de Jesus | 757 | 27.06.2025 | Lucas 15,3-7

Não esqueçamos a porta de entrada desta linda parábola. Enquanto os pecadores e excluídos se aproximam e escutam Jesus, os fariseus e mestres da lei se afastam e criticam. Jesus se aproxima das pessoas para as quais o judaísmo fechava as portas, e os líderes religiosos se afastam e separam das pessoas que estão fora de um sistema religioso baseado na Lei.

Enquanto Jesus se abaixa, os fariseus se elevam. Eles e Jesus têm experiências de Deus diametralmente opostas. Fariseus e mestres da lei se comportam como quem presume não precisar de conversão, como se estivem dispensados de toda e qualquer mudança. Eles julgam-se as únicas pessoas que realmente dão alegria a Deus, porque realizam sua vontade cumprindo as leis até nos seus minúsculos detalhes. As leis são escritas em pedras duras e frias, mas a misericórdia está inscrita no coração de Deus.

Precisamos evitar a tentação de “torcer” esta parábola pensando que ela esteja tratando da conversão dos pecadores. O foco não é a conversão de quem está em situação de risco, mas o cuidado primoroso do coração de Deus por eles. Se a ovelha pode ser considerada “culpada” por perder-se, o mesmo não pode ser dito da moeda da parábola que vem em seguida. Se alguém é responsável pela perda da moeda, esse alguém não é ela mesma!

Com esta parábola Jesus justifica e defende sua missão e sua prática acolhedora e solidária. Ela é o núcleo vivo e pulsante do coração de Jesus, o querer e ao agir do próprio Deus. Deus cuida, procura, resgata. Quem se escandaliza com isso, mesmo que ensine e cumpra as leis, não o conhece. É ignorante da vontade de Deus. Quer “ensinar o pai-nosso ao vigário”.

Os discípulos de Jesus são convidados a compartilhar a alegria do Pai, que, como o pastor, chama os amigos para festejar o êxito da missão. Para ele, ninguém é justo ou pode se dispensar da conversão. E, além de compartilhar a alegria de Deus, somos chamados participar da sua “saída” ao encontro dos “últimos” e excluídos dos bens e alegrias da vida.

 

Sugestões para a meditação

§ Não é verdade que a liberdade e a generosidade do coração de Jesus e seu Evangelho às vezes escandalizam também a nós?

§ Será que entendemos realmente que Jesus se aproxima, busca e acolhe, e não se afasta, não julga e não se separa?

§ Perceba-se como a ovelha amada e procurada, como a moeda buscada e encontrada, motivo da alegria de Deus

§ Em que medida você está sendo uma extensão do coração de Jesus na sua relação com as pessoas necessitadas e discriminadas?

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