Que o nosso coração
seja como o coração de Jesus | 757 | 27.06.2025 | Lucas
15,3-7
Não esqueçamos a porta de entrada desta linda parábola. Enquanto
os pecadores e excluídos se aproximam e escutam Jesus, os fariseus e mestres da
lei se afastam e criticam. Jesus se aproxima das pessoas para as quais o
judaísmo fechava as portas, e os líderes religiosos se afastam e separam das
pessoas que estão fora de um sistema religioso baseado na Lei.
Enquanto
Jesus se abaixa, os fariseus se elevam. Eles e Jesus têm experiências de Deus
diametralmente opostas. Fariseus e mestres da lei se comportam como quem presume
não precisar de conversão, como se estivem dispensados de toda e qualquer
mudança. Eles julgam-se as únicas pessoas que realmente dão alegria a Deus,
porque realizam sua vontade cumprindo as leis até nos seus minúsculos detalhes.
As leis são escritas em pedras duras e frias, mas a misericórdia está inscrita
no coração de Deus.
Precisamos
evitar a tentação de “torcer” esta parábola pensando que ela esteja tratando da
conversão dos pecadores. O foco não é a conversão de quem está em situação de
risco, mas o cuidado primoroso do coração de Deus por eles. Se a ovelha pode
ser considerada “culpada” por perder-se, o mesmo não pode ser dito da moeda da
parábola que vem em seguida. Se alguém é responsável pela perda da moeda, esse
alguém não é ela mesma!
Com
esta parábola Jesus justifica e defende sua missão e sua prática acolhedora e
solidária. Ela é o núcleo vivo e pulsante do coração de Jesus, o querer e ao
agir do próprio Deus. Deus cuida, procura, resgata. Quem se escandaliza com
isso, mesmo que ensine e cumpra as leis, não o conhece. É ignorante da vontade
de Deus. Quer “ensinar o pai-nosso ao vigário”.
Os discípulos de Jesus são convidados
a compartilhar a alegria do Pai, que, como o pastor, chama os amigos para
festejar o êxito da missão. Para ele, ninguém é justo ou pode se dispensar da
conversão. E, além de compartilhar a alegria de Deus, somos chamados participar
da sua “saída” ao encontro dos “últimos” e excluídos dos bens e alegrias da
vida.
Sugestões para a
meditação
§ Não é verdade que
a liberdade e a generosidade do coração de Jesus e seu Evangelho às vezes
escandalizam também a nós?
§ Será que
entendemos realmente que Jesus se aproxima, busca e acolhe, e não se afasta,
não julga e não se separa?
§ Perceba-se como a
ovelha amada e procurada, como a moeda buscada e encontrada, motivo da alegria
de Deus
§ Em que medida
você está sendo uma extensão do coração de Jesus na sua relação com as pessoas
necessitadas e discriminadas?
Nenhum comentário:
Postar um comentário