domingo, 17 de agosto de 2025

O que fazer?

Não basta cumprir bem as leis e os mandamentos!

809 | 18 de agosto de 2025 | Mateus 19,16-22

Nos últimos dias, estamos meditando trechos do Evangelho nos quais Jesus nos apresenta o dinamismo inovador, transformador e provocador do reino de Deus nos diversos campos das relações humanas: nas relações entre as classes sociais, nas relações no interior das famílias, nas relações entre homem e mulher, na relação com Deus e a religião, etc. Hoje, o foco é a relação do discípulo com os bens.

Ao que parece, o jovem que busca Jesus faz parte da elite de Israel. Ele tem muitos bens e, conforme o que ele mesmo afirma, pratica fielmente os mandamentos, e isso desde a mais tenra juventude. Está preocupado com a felicidade individual, trata Jesus como os mestres da lei o tratavam, mas parece estar no caminho certo e bem-intencionado. Ele pergunta a Jesus o que deve fazer de bom, ou como ser bom.

Vida eterna equivale a perfeição ou justiça, a ser salvo, a entrar no Reino de Deus. Mas este jovem busca um caminho seguro para “possuir” a vida eterna, e não para “deixar-se possuir” e conduzir por Deus e seu Reino. Jesus responde a ele sublinhando que não há nada (coisa) perfeitamente bom, mas apenas Alguém que é bom, e faz uma referência indireta ao que o profeta Miquéias já havia dito (respeitar o direito, amar a felicidade e caminhar humildemente com Deus (cf. 6,8) e aos mandamentos, enfatizando as relações justa e equitativas com os irmãos.

Sem dar ouvidos à afirmação de Jesus, o jovem demonstra que se considera bom e perfeito, escondendo que os muitos bens que possui poderiam ser resultado de exploração e roubo. Mas, para Jesus, a prática dos mandamentos não é suficiente para ser bom. Por isso, leva o jovem dar-se conta que lhe falta a justiça e o amor aos pobres. Trata-se do amor que leva à partilha e à restituição daquilo que por direito pertence aos necessitados, condição essencial para seguir Jesus.

O jovem não está disposto a fazer isso, nem a caminhar com os demais discípulos. Ele é possuído pelos bens que pensa possuir, não é livre, não é bom, não ousa iniciar um caminho de despojamento e conversão. Na verdade, ele não é capaz de considerar o reino de Deus como seu único tesouro. A riqueza o sufoca, como os espinheiros sufocam parte da semente (cf. Mt 13,22). E isso ressoa como advertência quando caímos na tentação de considerar-nos justos e bons. “Conversão, justiça, comunhão e alegria, no cristão, é missão de cada dia!”

 

Sugestões para a meditação

§ Com que intenções você procura Jesus e a vida cristã? O desejo de perfeição, de renovação total e profunda é o que move você?

§ Como você se avalia em relação aos preceitos da Igreja? Você os considera suficiente para ser bom, e se acha bom praticante?

§ O que ainda impede você de entregar-se na aventura de criar novos céus e nova terra, com Jesus e todos aqueles que o seguem?

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