Recebemos tudo de graça para sermos generosos
919 | 06 de dezembro de 2025 | Mateus 9,35-10,8
Jesus está em plena peregrinação ao santuário das
dores e esperanças humanas, anunciando o Reino de Deus, ensinando como
acolhê-lo e curando os enfermos para sinalizar que o reino chegou de verdade. Ele
é um peregrino que ativa a esperança. Através do que faz e das relações que
estabelece, ele é sinal da “visita de Deus” que estamos preparando no Advento e
celebraremos no Natal. Não é uma visita passageira, pois ele veio para ficar!
Jesus se deixa tocar pelo sofrimento dos pobres e
marginalizados, mas não fica no simples sentimento. Diante de um povo
abandonado à própria sorte pelas autoridades políticas e religiosas, em meio a
um povo cansado e abatido, espoliado e abandonado, Jesus é tomado de profunda
compaixão e toma iniciativas concretas para devolver a plena cidadania às
pessoas. A compaixão, essa capacidade de se importar profundamente com a dor
dos outros, é o segredo dinâmico da sua missão.
Mas Jesus percebe claramente que esta missão é
grande e ultrapassa suas forças e possibilidades. Ele não dará conta de fazer
tudo sozinho, e precisa contar com muito mais gente nesse ministério da
compaixão, que vence a indiferença e reconstrói a vida. Diante da exiguidade de
recursos e da pequenez da comunidade dedicada a esta missão, Jesus não desiste
nem se desespera: antes, ele nos estimula e ensina a pedir a Deus Pai com
insistência mais operários. E, ao mesmo tempo, a buscar e preparar gente que
colabore generosamente nela.
Mas pedir ao Pai que suscite e
sustente pessoas generosas que se dediquem à imensa e urgente tarefa de tornar
esse mundo melhor, e de anunciar esta possibilidade, não é algo a ser feito sem
empenho pessoal. Antes de tudo, ele mesmo nos ensina a compaixão. E, a partir
disso, nos chama e nos envia como discípulos missionários para fazer exatamente
o que ele veio fazer: anunciar, ensinar, libertar. E tudo de graça, sem
exigências nem imposições, como de graça é o que somos e o que dele recebemos.
É desde uma humilde casa de família em Nazaré e do estábulo de
Belém que Jesus nos envia com uma só prioridade: as ovelhas perdidas, as
pessoas vulneráveis, os povos ameaçados. E não apenas para rezar e abençoar,
mas para curar todo tipo de doenças e resgatar a cidadania plena dos seus
amados e preferidos. E sem omitir o anúncio jubiloso: “O reino de Deus está
próximo! Deus está conosco e armou sua tenda entre nós!”
Sugestões para a
meditação
§ Também hoje, o trabalho de construir uma humanidade única e
fraterna é imenso e precisa de muita gente generosa
§ Sozinhos, nós, nossas comunidades e nossas Igrejas não dão conta e
podem ceder ao cansaço e ao desânimo
§ Quem compartilha a visceral compaixão de Jesus sabe reconhecer e
congregar gente de fora das nossas igrejas nesse caminho
§ Muitos são os chamados e enviados a trabalhar com generosidade e
gratuidade em favor das “ovelhas perdidas”
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