Jesus estende sua mão a quem abre a mão aos pobres | 796 | 05.08.2025 |
Mateus 14,22-36
Depois de saciar a multidão faminta com a partilha
solidária de pão e peixe, Jesus envia os discípulos à sua frente e se retira
para rezar durante toda uma noite, sozinho, como ensinara aos seus discípulos.
Em oração, ele renova seu compromisso para que o nome do Pai seja santificado,
que que venha seu reino, sua vontade seja feita, e que o pão chegue a todas as
mesas.
Paralelamente, já no meio do mar e da noite, o
barco dos discípulos é agitado pelo vento e pelas ondas. Certamente a agitação
é também interior, frente à compaixão de Jesus pelo povo e à convocação de
todos a colaborarem com o atendimento às suas necessidades essenciais. O mar
representa todas as forças adversas, tanto interiores como exteriores,
inclusive a pressão do império romano.
A aproximação de Jesus em meio ao mar agitado e
ameaçador não resolve a situação, e até a torna mais grave, pois, pensando que
ele fosse um fantasma, os discípulos começam a gritar de pavor e medo. Por
isso, as primeiras palavras de Jesus são para acalmar e encorajar seus
seguidores, insistindo que é ele mesmo, e não uma fantasia deles. Ao fazer seu
pedido, Pedro deixa entrever que a dúvida sobre quem é que se aproxima
continua.
A aparente fé e submissão de Pedro a Jesus denota
um certo desejo de participar do seu poder, mas não consegue disfarçar o medo e
a fragilidade que o envolvem e são mais profundas que a própria fé. Quando ele
grita de medo, temendo mais as ondas e o vento que a Jesus, este lhe estende a
mão e adverte: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?” E assim que ele entra no
barco, tudo se acalma, e Jesus é reconhecido como Filho de Deus.
As tribulações e riscos fazem parte da vida dos discípulos de Jesus:
medo, cansaço, incompreensão, vontade de abandonar tudo. Mas precisamos deixar
a palavra de Jesus ressoar forte em nossos ouvidos e em nosso coração e segurar
a mão que ele nos estende. É assim que teremos condições de prosseguir, com e
como ele, o ministério de restaurar a vida dos pobres, predominante para os
ministros ordenados, mas comum a todas as vocações e ministérios eclesiais.
Sugestões para a
meditação
§ Procure participar das três cenas: Jesus retirando-se para
uma noite de oração; os discípulos no meio do mar agitado pelas ondas, gritando
de pavor no meio da noite; a aproximação de Jesus, seu diálogo com Pedro e a
calmaria que se fez
§ Tente perceber o conteúdo do diálogo orante de Jesus com o
Pai: certamente ele faz menção à morte de João Batista, à sua compaixão pelo
povo, ao pão tornado acessível a todos, aos discípulos que ele havia enviado à
sua frente
§ Recorde situações de aperto e desespero pelas quais você
passou, e como a fé na presença de Jesus lhe ajudou
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