terça-feira, 5 de agosto de 2025

Jesus se transfigura

Jesus nos revela os caminhos de Deus, e a nós cabe escutá-lo! | 797 | 06.08.2025 | Lucas 9,28-36

Depois de ter sido reconhecido por Pedro como “o Cristo de Deus”, Jesus disse a Pedro: “É necessário o Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar...  E se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará” (Lc 9,22-23).

Os discípulos não conseguem aceitar este caminho proposto por Jesus. Sentem-se desconcertados diante de um Messias servidor. Resistem a um caminho que os levará a ser companheiros dele no anúncio do Reino e na perseguição. Não passa pela cabeça deles carregar a cruz da rejeição, imposta a quem ousa se rebelar contra os poderes do Império.

É neste contexto que Jesus sente necessidade de retirar-se para rezar, dialogar com o Pai e discernir os passos seguintes. Chama e leva consigo Pedro, Tiago e João, os três discípulos mais resistentes ao caminho que propunha e os mais aferrados às ambições de poder. O medo e a resistência deles se mostra no sono insuportável, como aconteceria de novo mais tarde, no Jardim das Oliveiras (cf. Lc 22,45).

Simbolicamente, o sono assinala o desejo de fugir, de voltar atrás, de não escutar nada senão as próprias ideias e ambições. O trio de discípulos não se interessa pelo tema da conversa de Jesus com Moisés e Elias, e são despertados apenas pelo brilho de Jesus e seus convidados. Glória e poder sim no horizonte do interesse deles, tanto que desejam reter o tempo, separar os espaços e eternizar esta agradável visão.

Mas a glória e o esplendor do poder não são expressões inequívocas de Deus, nem da sua vontade. É a sombra tenebrosa de uma nuvem – imagem daquela nuvem que acompanhara o povo na caminhada através do deserto e envolvera a montanha na celebração da Aliança – que desfaz o entusiasmo dos discípulos e os conduz à verdade à qual resistem: “Este é o meu filho, o eleito. Escutai-o!” É a profecia que manifesta o esplendor de Deus. A presença de Moisés e de Elias apontam para isso.

 

Sugestões para a meditação

§ Leia atentamente, palavra por palavra, e visualize demoradamente a cena e os personagens

§ Procure identificar o núcleo essencial da cena, e o conflito ou a tensão que ela pretende resolver

§ Como tem sido seu caminho diário de meditação do Evangelho, especialmente nesta primeira semana do mês vocacional?

§ Quais são as suas resistências a Jesus Cristo e à sua mensagem? Onde se localizam as tensões mais significativas?

§ Quais são as tentativas de fuga ou de alienação (construir tendas em lugares agradáveis) que rondam você e sua comunidade?

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