Qual é o significado
e a força deste tempo de espera? | 727 | 29.05.2025 | João
16,16-20
Prosseguimos a
leitura do diálogo exortativo com o qual Jesus prepara os discípulos para a sua
paixão e morte, bem como para a missão que os espera. Jesus fala da alternância
de tempos: em alguns momentos ele estará próximo dos seus discípulos e, em
outros, ele estará aparentemente ausente. Está claro que ele não se refere
apenas à sua paixão e morte, mas também ao tempo posterior, ao tempo da Igreja.
Há tempos em que Jesus nos parece distante ou ausente, mas ele está com o Pai.
Os discípulos continuam
desconcertados, e não conseguem compreender esta anunciada ausência de Jesus.
Tremem só em pensar nos tempos difíceis da missão que os espera. Para eles, a
ida de Jesus ao Pai, pela cruz, é apenas desaparecimento e morte. Isso implode
o sonho de sucesso e prosperidade, e o sentimento de tristeza toma conta deles.
Eles não conseguem entender que a ausência de Jesus é sempre breve, e
benfazeja, pois os ajuda a superar apegos e medos infantis.
Aparentemente, o problema deles é a
compreensão do que poderia significar “um pouco de tempo”. Jesus não explica o
significado quantitativo dessa expressão. Ele prefere sublinhar a qualidade
superior da sua presença e da visão que o Espírito concede aos que o acolhem. A
alegria do mundo pela aparente derrota da cruz será breve, e, por isso, a
tristeza dos discípulos também será breve. Com o envio e a experiência do
Espírito, a dor intensa provocada pelas perseguições será superada, e a alegria
será profunda e duradoura. É para ela que caminhamos!
Precisamos
entender que a presença de Jesus na vida dos discípulos se dá de duas maneiras
diferentes e complementares: uma é a presença física, de breve duração; outra é
a presença como memória e Espírito, duradoura e dinamizadora. A esses dois
modos de presença correspondem também, da parte dos discípulos, dois modos de
ver a vida: a visão corporal e a visão espiritual. A primeira, ressalta os
problemas e desafios; a segunda, vislumbra a realização de novos céus e nova
terra.
Sugestões para meditar
§ Tome consciência das incompreensões e
resistências que os cristãos enfrentam nesse grave momento da conjuntura
política nacional
§ Coloque-se em meio aos discípulos,
perturbados com o anúncio da oposição que sofreriam para continuar a missão de
Jesus
§ Se for o caso, faça as perguntas
profundas que nos inquietam: Onde está o Senhor que procuramos, e como podemos
vê-lo? Como viver sem sua presença física, e quando e como ele voltará? Que
sentido tem a história humana depois de Jesus, ou sem ele?
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