sábado, 31 de maio de 2025

Testemunhas

Somos testemunhas de um Deus despojado por amor | 730 | 01.06.2025 | Lucas 24,46-53

Ressurreição, ascensão, glorificação e acolhida à direita de Deus são imagens que procuram dar conta deste complexo dinamismo da ressurreição e afirmar que Deus se manifesta no amor que assume a carne humana, serve e dá a vida. É este Filho de Deus esvaziado que está acima de todos os poderes e forças, de todos os senhores. É disso que somos testemunhas: de um Deus que mostra sua grandeza fazendo-se pequeno.

A ascensão de Jesus e o início da missão testemunhal dos discípulos são os dois eixos em torno do qual gira a breve narração de Lucas. Jesus se refere a si mesmo pela primeira vez como Cristo, pois, tendo passado pela cruz, não há mais risco de ser mal-entendido. Ele é o Ungido de Deus, contestado, perseguido e pregado na cruz dos escravos e criminosos. Este é o Messias de Deus, aquele que é agora assumido em Deus de modo pleno e inequívoco.

Jerusalém é o lugar do cumprimento das escrituras, mas a cena final se dá na periferia da capital, em Betânia, a casa dos pobres e da acolhida amistosa e generosa. É nos arredores de Betânia que Jesus encerra sua missão, e confia sua continuidade aos discípulos e discípulas. Eles são enviados como testemunhas, missionários e promotores do bem a todas as nações, sem nenhuma restrição. Por isso são abençoados.

Essa missão testemunhal se desenvolve em duas vertentes. A primeira, é o anúncio do cancelamento dos pecados, e é puro dom de Deus, sem nenhuma condicionante. A segunda, é a conversão, a assimilação do pensamento e do projeto de Jesus, que é a resposta humana ao dom recebido, o empenho com todas as forças. Doravante, Jesus estará presente no mundo na ação dos cristãos, sustentada pelo Espírito Santo, a grande promessa.

Abençoados e transformados pela “boa palavra” de Jesus, os discípulos não se apartam de Jerusalém, mas a estabelecem como ponto de partida e de retorno. Diante da cena da elevação de Jesus, a reação deles não é a tristeza, a desolação ou o medo. Mas também não esperam milagres do céu: esperando o Espírito, adoram Jesus e permanecem cheios de alegria.

 

Sugestões para a meditação

·    Escolhido para iluminar a celebração da ascensão de Jesus aos céus, o texto de hoje coloca os fundamentos da missão que ele confia

·    Jesus havia tomado a firme decisão de subir a Jerusalém, onde, mediante a livre doação de si mesmo, deixou clara a sua identidade

·    A grande promessa que ele faz é assegurar que sus discípulos serão revestidos da mesma força, e serão suas testemunhas

·    É por isso que a “elevação” de Jesus não causa tristeza nem medo aos discípulos: finalmente eles reconhecem e aceitam a cruz

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