Sejamos verdadeiros
e respeitosos naquilo que falamos | 743 | 14.06.2025 | Mateus
5,33-37
O Evangelho nos ensina que a comunidade deve ler e
interpretar toda a bíblia relacionando-a com o que Jesus fez e disse. Ele é a
chave de leitura da sagrada escritura! Hoje vamos meditar sobre mais um exemplo
da releitura crítica e libertadora que Jesus faz das escrituras: a necessidade
de assegurar a transparência e a verdade naquilo que comunicamos. A palavra é viva quando são nossas ações as que falam,
ensinava Santo Antônio de Pádua. Isso vale tanto para a pregação como para a
catequese e para os discursos políticos ou para a comunicação social.
Sentimos com muita força o
esvaziamento da palavra e das relações, e não apenas por causa desta doença
social que chamamos “fake News”. Ficamos sem saber o que fazer para assegurar
crédito àquilo que dizemos, e percebemos que promessas, juramentos, documentos
assinados e registrados acabam ajudando pouco. Até na Igreja, às vezes, as palavras
são evasivas, não dizem tudo, disfarçam, encobrem e desviam. E então a simples
repetição de dogmas e fórmulas não resolve.
Jesus critica o costume judaico
de jurar para reforçar a palavra. Ele diz que por trás do mandamento de cumprir
o juramento feito está o valor da autenticidade. Por isso, não precisamos de
juramentos ou documentos formais quando nosso sim é sim e nosso não é não,
quando somos íntegros na comunicação e nas relações. Geralmente recorremos a um
juramento quando o que dizemos não tem crédito, quando afirmamos algo que não
somos ou que dificilmente faremos. Não adianta acrescentar camadas de maquiagem
comunicacional quando o discurso é vazio.
Para Jesus, a pretensão de reforçar a palavra vazia e
a promessa mentirosa com juramentos e recursos de oratória é coisa do diabo, é
obra daquele que divide. Jurar por Deus para esconder falsidade ou debilidade
da vontade é uma forma de tentar, de forçar ou de manipular o próprio Deus.
Recorrer a esses artifícios significa usar o nome de Deus em vão, ou, mais grave
ainda, usar Deus para enganar e fazer o mal. Jesus nos ensina que dos
discípulos do Reino de Deus se espera atitudes de confiança, de coerência e de integridade.
E isso não cai do céu, mas brota de uma boa educação ética e supõe exercício
permanente e vigilância constante.
Sugestões para a
meditação
§ Será que nossa comunicação
em geral, mas também aquela que exercitamos no interior da família e na
comunidade eclesial não vem sendo esvaziada por falta de autenticidade?
§ Como e em que o ensino de
Jesus que estamos meditando nos ajuda a melhorar nossa comunicação interpessoal
e eclesial?
§ Que passos nossas Igrejas,
especialmente as comunidades, precisam dar para favorecer uma comunicação
clara, direta e verdadeira, sem a necessidade de recorrer a promessas e
barganhas?
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