Será que Ele
bem ou não para a festa da Páscoa? | 680 | 12.04.2025
| João 11,45-56
Na meditação de
ontem, Jesus concluía o debate com as lideranças do templo reafirmando sua
filiação divina – suas ações o fazem parecido com o Pai – e que a elite
religiosa é filha da idolatria (que a tradição judaica chama de prostituição),
pois rejeita, persegue e quer matar Jesus, assim como os discípulos fiéis a
ele.
Na cena de hoje,
que está situada depois da ressurreição de Lázaro, estas mesmas “autoridades”
confirmam a decisão de eliminar Jesus, dispensando um processo minimamente
legal. Diante da crescente adesão do povo a Jesus, elas sentem estar perdendo a
influência e terreno. Então, reúnem o “conselho superior” (o Sinédrio) para
tomar uma decisão.
As lideranças
religiosas do templo não toleram pessoas livres, conscientes e vivas. Como
Jesus e sua pregação são os responsáveis por isso, reúnem-se os que pretendem
representar os “interesses de Deus”, seja pelo cargo que exercem, seja pelo
saber que administram. Reunidos, fazem uma leitura negativa e tendenciosa dos
acontecimentos, não conseguem ver nada de bom e tão somente ameaça naquilo que
Jesus faz.
Pode parecer
incrível, mas esses líderes religiosos não estão interessados no cumprimento da
vontade de Deus e na proteção e melhoria da vida do povo, mas apenas no risco
de perderem a “clientela religiosa” para Jesus. Porém, disfarçam, e justificam
sua decisão assassina acenando para o risco de que Jesus, agitando as esperanças
do povo, viesse a provocar uma represália romana. Em outras palavras, apelam à
“lei de segurança nacional” para defender seus interesses.
Ironicamente, Caifás, em nome do conselho e como chefe que encarna
perfeitamente a instituição, opõe-se à ação de Deus em Jesus para “salvar” o
“lugar de Deus”, que é o templo. Isso faz com que Jesus se afaste do templo e
se esconda, onde atrai mais discípulos e se dedica à última etapa de formação
deles antes de ser levado à morte. Mas, com a morte na cruz, Jesus acaba
decretando o fim da identificação do povo de Deus com a nação judaica, pois
abre as portas para os “filhos de Deus dispersos”.
Meditação:
Qual é o verdadeiro motivo da reunião do Conselho do Sinédrio, e o que seus membros temem a respeito de Jesus?
Que tipo de “leitura da realidade” eles fazem? O que dizem de Jesus? Isso que eles dizem é verdade?
Como entender que as ações emancipadoras e restauradoras de Jesus provoquem tanta indignação e violência nas lideranças religiosas?
Elas podem se arrogar a autoridade de representantes de Deus? O que isso significa para as autoridades e lideranças cristãs de hoje?
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Elas podem se arrogar a autoridade de
representantes de Deus? O que isso significa para as autoridades e lideranças
cristãs de hoje?
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