Jesus não se satisfaz com respostas simples e decoradas | 798 | 07.08.2025 |
Mateus 16,13-23
“Quem dizem vocês que eu sou?” Para os primeiros cristãos
era muito importante lembrar sempre de novo essa pergunta de Jesus para não
esquecer quem eles estavam seguindo, com qual projeto eles estavam colaborando
e por quem estavam arriscando a vida. Esta pergunta é dirigida a nós, qualquer
que seja nosso tempo e nosso lugar.
Somos tentados a responder a essa pergunta com fórmulas
cunhadas pelo cristianismo ao longo dos séculos: Jesus é o Filho de Deus feito
homem, o Salvador do mundo, o Redentor da humanidade. Mas, para ser discípulo
de Jesus, não basta dizer estas palavras, pois são mais fórmulas aprendidas na
infância, aceitas mecanicamente, repetidas com superficialidade e afirmadas
verbalmente, do que experiências vividas e refletidas.
Confessamos a Cristo por costume, por piedade ou por
disciplina, mas podemos estar vivendo sem captar a originalidade de sua vida,
sem escutar a novidade de seu apelo, sem deixar-nos atrair por seu amor
apaixonado, sem contagiar-nos por sua liberdade e sem esforçar-nos em seguir
seu caminho e prosseguir sua missão.
Nós o adoramos como “Deus”, mas Ele não é o centro de
nossa vida. Nós o confessamos como “Senhor’, mas vivemos de costas para seu
projeto. Nós o chamamos de “Mestre”, mas não assimilamos sua lição maior.
Vivemos como membros de uma religião, mas não somos discípulos de Jesus. A
clareza das fórmulas doutrinais pode dar-nos segurança e dispensar-nos de um
encontro vivo com Jesus.
Há cristãos que vivem uma religiosidade instintiva, recebida e
guardada por costume ou tradição, mas não sabem o que é alimentar-se de Jesus e
deixar-se orientar por ele. Todos precisamos colocar-nos diante de Jesus,
deixar-nos olhar por Ele e escutar sua pergunta: “Quem sou eu realmente para
você?”
Respondemos a esta
pergunta muito mais com a vida do que com palavras claras, sublimes e difíceis,
que mais impressionam que comunicam. E respondemos com uma atitude de adesão
àquele que é nossa paz, que fez unidade daquilo que era dividido. (José
Antônio Pagola)
Sugestões para a
meditação
§ Depois de uma boa aceitação da sua pregação e dos seus
gestos, Jesus começa a enfrentar oposição, e até os discípulos resistem
§ Neste contexto de crise dos próprios seguidores, Jesus os
confronta com as imagens e expectativas deles a seu respeito
§ Por isso, Jesus completa a resposta de Pedro com a indicação
da cruz como seu caminho e caminho dos seus seguidores
§ Pedro responde em nome de todos, mas também no fechamento e
na resistência, a todos nos representa
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