quarta-feira, 6 de agosto de 2025

O que você diz de mim?

Jesus não se satisfaz com respostas simples e decoradas | 798 | 07.08.2025 | Mateus 16,13-23

“Quem dizem vocês que eu sou?” Para os primeiros cristãos era muito importante lembrar sempre de novo essa pergunta de Jesus para não esquecer quem eles estavam seguindo, com qual projeto eles estavam colaborando e por quem estavam arriscando a vida. Esta pergunta é dirigida a nós, qualquer que seja nosso tempo e nosso lugar.

Somos tentados a responder a essa pergunta com fórmulas cunhadas pelo cristianismo ao longo dos séculos: Jesus é o Filho de Deus feito homem, o Salvador do mundo, o Redentor da humanidade. Mas, para ser discípulo de Jesus, não basta dizer estas palavras, pois são mais fórmulas aprendidas na infância, aceitas mecanicamente, repetidas com superficialidade e afirmadas verbalmente, do que experiências vividas e refletidas.

Confessamos a Cristo por costume, por piedade ou por disciplina, mas podemos estar vivendo sem captar a originalidade de sua vida, sem escutar a novidade de seu apelo, sem deixar-nos atrair por seu amor apaixonado, sem contagiar-nos por sua liberdade e sem esforçar-nos em seguir seu caminho e prosseguir sua missão.

Nós o adoramos como “Deus”, mas Ele não é o centro de nossa vida. Nós o confessamos como “Senhor’, mas vivemos de costas para seu projeto. Nós o chamamos de “Mestre”, mas não assimilamos sua lição maior. Vivemos como membros de uma religião, mas não somos discípulos de Jesus. A clareza das fórmulas doutrinais pode dar-nos segurança e dispensar-nos de um encontro vivo com Jesus.

Há cristãos que vivem uma religiosidade instintiva, recebida e guardada por costume ou tradição, mas não sabem o que é alimentar-se de Jesus e deixar-se orientar por ele. Todos precisamos colocar-nos diante de Jesus, deixar-nos olhar por Ele e escutar sua pergunta: “Quem sou eu realmente para você?”

Respondemos a esta pergunta muito mais com a vida do que com palavras claras, sublimes e difíceis, que mais impressionam que comunicam. E respondemos com uma atitude de adesão àquele que é nossa paz, que fez unidade daquilo que era dividido. (José Antônio Pagola)

 

Sugestões para a meditação

§ Depois de uma boa aceitação da sua pregação e dos seus gestos, Jesus começa a enfrentar oposição, e até os discípulos resistem

§ Neste contexto de crise dos próprios seguidores, Jesus os confronta com as imagens e expectativas deles a seu respeito

§ Por isso, Jesus completa a resposta de Pedro com a indicação da cruz como seu caminho e caminho dos seus seguidores

§ Pedro responde em nome de todos, mas também no fechamento e na resistência, a todos nos representa

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