A alegria do Pai é que todos tenham lugar à mesa
812 | 21 de agosto de 2025 | Mateus 22,1-14
O calendário litúrgico-pastoral omite
quase dois capítulos do evangelho de Mateus, e nos propõe para hoje o início do
capítulo 22. Esta parábola faz parte do quinto bloco narrativo do evangelista.
Jesus percorreu um longo caminho e chegou a Jerusalém. Ali ele travará um duro
confronto com a instituição do templo e com seus defensores e controladores.
Este confronto começa com sua entrada no templo com chicote na mão, e se
prolonga em várias parábolas.
A parábola dos convidados para a festa
de casamento é um confronto aberto de Jesus com os fariseus e os mestres da
lei, que representam a elite religiosa do judaísmo. Os protagonistas são um rei
que convida seus amigos para a festa de casamento do filho (uma alusão a
Jesus). Como sabemos, para o mundo e a cultura oriental, comer e festejar
significa participar da vontade de Deus e do seu Reino, e evoca as refeições de
Jesus com as pessoas excluídas.
Os convidados preferenciais para a
festa declinam do convite reiterado do rei, e tratam com violência os
mensageiros que ele envia. Na verdade, rejeitam tanto a autoridade de Jesus
como enviado e mensageiro do Pai como a participação no dinamismo do Reino de
Deus, no qual há lugar para todos. Mesmo vendo seu convite rejeitado e seus
enviados tratados com violência, o rei não reage de modo violento, nem pune
aqueles que não o reconhecem.
Então, o rei deixa de convidar os que
vivem nos templos e nos corredores dos palácios e das cúrias e se dirige às
pessoas e grupos que vivem nas encruzilhadas (lugares de mendicância), abrindo
a porta do seu Reino a todos, sem exclusão: homens e mulheres, judeus e pagãos,
doentes e pecadores, adultos e crianças, bons e maus. É nisso que consiste a
alegria do rei, e é nisso que ele se parece com Deus Pai. Sua alegria e seu
prazer é ver todos os filhos e filhas reunidos fraternalmente.
A parábola termina fazendo referência a
alguém que aceitou o convite, mas não se apresentou à festa com as vestes
adequadas e é punido duramente. Trata-se de um sujeito que pretende ser
discípulo de Jesus sem assumir um novo jeito de viver, e não de alguém que
tenha alguma culpa moral. Os últimos da escala social e aqueles que se dispõem
a seguir a Jesus precisam assumir seus valores e suas práticas: dar
gratuitamente aquilo que de graça receberam.
Sugestões para a
meditação
§
Como você vem respondendo a
este convite para participar da festa da vida que acolhe quem sempre foi
relegado à margem?
§
Você acolhe esse convite
com alegria e compromisso, ou “com dor de cotovelo”, como se você e sua classe
fossem preteridos?
§
E você está usando a roupa
adequada para uma festa de núpcias (prática da justiça) e não se preocupa com a
coerência?
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