quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Areia ou rocha?

Sábio é quem ouve e pratica o Evangelho

917 | 04 de dezembro de 2025 | Mateus 7,21-27

A espiritualidade do advento é a luz que ilumina com cores especiais os textos bíblicos deste tempo litúrgico. Ela ajusta nosso olhar para podermos reconhecer os sinais da “visita” de Deus em trajes humanos, trajes de pobreza, de simplicidade, de proximidade. E nos estimula e sensibiliza ao sonho, à esperança, à generosidade.

Hoje, a Palavra de Deus nos adverte sobre uma forma deficiente e imatura de ouvir e acolher o Evangelho de Jesus: reduzi-lo a um motivo de exultação, suspiros e gemidos, cânticos e linguagens estranhas. Jesus provoca e encoraja seus discípulos missionários a levar o Evangelho para a vida, como dinamizador de ações, iniciativas, decisões e relações concretas, em todos os âmbitos.

Acolher Jesus significa fazer-se seu discípulo, companheiro de caminhada; assumir seus sentimentos e pensamentos; tornar-se membro da sua família; participar da sua missão. A ação verdadeiramente evangélica nasce da escuta atenta da Palavra, que nos fala pela Bíblia e pela Vida. Ler, escutar ou meditar o Evangelho e não agir de acordo com ele equivale a desobedecer.

Infelizmente, tanto no tempo de Jesus como hoje, há quem queira ser cristão sem uma ação correspondente. Tem o nome de Jesus sempre nos lábios, mas usa-o para promoção pessoal ou dos seus negócios religiosos. Ou até para condenar e excluir pessoas que não coincidem com sua ideologia. E há instituições que embelezam seus espaços e ambientes com símbolos e canções natalinas, mas não querem saber do Evangelho de Jesus.

A autenticidade do discípulo se faz patente e evidente numa vida centrada em Jesus e no Reino de Deus. No discipulado cristão não há espaço para as fachadas (humanas e comerciais), tão enfeitadas quanto falsas. Não é aceitável usar o nome de Jesus como fórmula mágica e como afirmação de poder. Isso é insensatez ou falta de juízo, como diz Jesus. Ou é como construir um edifício sobre terreno movediço: não terá estabilidade, nem vida longa.

Chega a causar revolta ver a fé sendo usada por alguns setores para não assumir a causa ambiental e não enfrentar as urgências climáticas. Há quem prefira culpar Deus ao invés de assumir as responsabilidades como pessoa e como sociedade. Evitemos essa hipocrisia. Tenhamos isso presente em nossa caminhada para o Natal! A fé em Jesus nos dá e nos pede muito mais.

 

Sugestões para a meditação

§  O evangelho de hoje nos orienta para uma atitude madura e adequada na preparação do Natal

§  Esta festa não pode se resumir em comida e bebida abundantes ou em presentes, em músicas e cartões, em luzes e pinheiros

§  Celebraremos o Natal como família e discípulos de Jesus vivendo a compaixão e a fraternidade em todas as nossas relações

§  O verdadeiro presépio – lugar da manifestação de Jesus – deve ser edificado com fundamento: nossas atitudes de amor solidário

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