segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Sim é sim, não é não!

A quantas anda a nossa adesão a Jesus Cristo?

929 | 16 de dezembro de 2025 | Mateus 21,28-32

Os versículos do evangelho que meditamos na liturgia de hoje ressoam em nossos ouvidos e orientam nossos passos em pleno caminho do advento. Jesus continua no mesmo lugar (o templo) no qual o encontramos ontem e a discussão prossegue com os mesmos interlocutores: a elite religiosa e social (chefes dos sacerdotes e anciãos). A menção a João Batista e o tempo litúrgico de Advento que vivemos dão conotações especiais a esta passagem.

Esta é a primeira de três parábolas que Jesus dirige à elite religiosa que o persegue, nas imediações do templo, destino de todas as romarias populares, em Jerusalém. Jesus começa sua discussão profética com uma pergunta, convocando os interlocutores a tomarem posição. E, depois de propor a parábola, ele mesmo propõe uma primeira interpretação. A ênfase está colocada claramente na figura do pai e na prática concreta da sua vontade. É em relação a isso que as figuras dos dois filhos se contrapõem.

Os dois filhos mencionados na parábola são personagens que correspondem, por um lado, aos pecadores, que aceitam a pregação de João Batista e de Jesus e se tornam discípulos, e, por outro lado, à elite religiosa, que se fecha tanto a João como a Jesus. Ambos são chamados a trabalhar na vinha. Um se nega, mas depois vai; o outro responde positivamente, e depois não faz nada. A própria interpretação que Jesus oferece sobre a parábola não deixa dúvidas. Convocados a emitir um juízo sobre a atitude contrastante dos personagens, os sacerdotes e anciãos se autocondenam.

A sentença de Jesus é clara e provocadora: os cobradores de impostos e as prostitutas (dois grupos sociais catalogados pelos judeus piedosos e controladores do templo entre os piores pecadores) precedem (no presente!) a elite religiosa no Reino de Deus, porque aceitaram o caminho da justiça e da conversão pregado por João. A elite, em vez disso, não acreditou em João, e, nem mesmo vendo o testemunho dele, mudou de atitude.

Nossa adesão à vontade do Pai, expressa na vida e na pregação de Jesus Cristo, deve ser firme e duradoura, e deve ser demonstrada em ações concretas. Trata-se de um “caminho de justiça”, ou seja, de ação coerente com a pauta de justiça, solidariedade e transformação posta em movimento pelo Reino de Deus. Nossa adesão ao espírito natalino é coerência com o Evangelho de Jesus, e não pode se resumir a belos cânticos e palavras bonitas.

 

Sugestões para a meditação

·    Releia atentamente a parábola e a interpretação que o próprio Jesus dá a ela, chamando-nos a um caminho de justiça

·    Será que às vezes também nós estaríamos reduzindo a fé a puras intenções, palavras e promessas?

·    Será que também hoje, nós, que animamos nossas Igrejas, não estaríamos sentindo-nos melhores e superiores que os outros?

·    Será que a adesão ao Evangelho e a mudança de vida de muitas pessoas pobres e incultas não nos chamam a uma mudança?

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