quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Guadalupe

Felizes os que creem e peregrinam na esperança

925 | 12 de dezembro de 2025 | Lucas 1,39-47

O texto do evangelho de hoje é escolhido para iluminar a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina. Esta manifestação de Maria a um indígena mexicano insignificante, no contexto da opressão colonial patrocinada pelos colonizadores espanhóis e católicos, tem grande significado para os povos desse continente, crente rico e sofrido. Entreguemo-nos, pois, a ele.

O texto de Lucas traduz de modo plástico a presença libertadora de Deus na história e a serena alegria que esse acontecimento desperta na oração e no cântico dos pobres. Não se trata de um sonho utópico, mas de uma esperança segura, que se fundamenta na fidelidade de Deus revelada ao longo da história do povo de Israel e das comunidades cristãs. O encontro festivo de duas mulheres retrata a alegria que toma conta dos pequenos e pobres quando experimentam a fidelidade de Deus.

Inicialmente, a cena é uma ampliação do episódio da anunciação e uma confirmação dos sinais indicados pelo anjo Gabriel a Maria.  Isabel saúda Maria e proclama a presença do Messias no seu seio com a mesma surpresa e a mesma alegria com as quais Davi e o povo de Israel saudaram a presença fiel e libertadora de Deus na Arca da Aliança. Diante dessa exultação, Maria se pergunta pelas razões que movem Deus a fazer-se presente em sua humilde casa e na sofrida história do seu povo e compartilha a resposta no seu cântico.

João Batista, ainda no ventre de Isabel, antecipa a alegria dos tempos messiânicos, e, com a futura mãe, reconhece a presença de Deus no meio do povo. Maria é aclamada por Isabel como bem-aventurada, ou feliz, porque acreditou na verdade e na força fecunda da Palavra de Deus, e não unicamente por ser a mãe do messias esperado. Assim, a seu modo, Isabel desvenda o significado profundo da maternidade de Maria. O que lhe aconteceu não é mérito seu, mas pura graça e iniciativa do amor gratuito de Deus.

Na sequência, Maria toma a palavra e intervém com um cântico um cântico profético no qual celebra a intervenção de Deus no passado e assegura sua misericórdia no futuro. Ela, serva humilhada, representa todos os pobres agraciados por Deus que visualizam um mundo novo, que desfaz dominações e exclusões. Em Maria, que se manifesta ao índio Diego com traços indígenas e grávida, o êxodo do povo de Deus se renova, e as bem-aventuranças são antecipadas. E os humildes e os pobres são os privilegiados.

 

Sugestões para a meditação

§  Reconstrua a cena, acompanhando Maria na sua caminhada de Nazaré à Judéia, inclusive no seu encontro com sua parenta Isabel

§  Deixe-se envolver pela alegria messiânica que ilumina e comove Maria, Isabel e João Batista

§  Repita, com Isabel, a saudação mística e profética com a qual recebe e celebra a visita de Deus ao seu povo

§  Reflita sobre o significa dessas palavras na cabeça e no coração dos índios explorados e caçados pelos colonizadores espanhóis

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