Felizes os que creem e peregrinam na esperança
925 | 12 de dezembro de 2025 | Lucas 1,39-47
O
texto do evangelho de hoje é escolhido para iluminar a festa de Nossa Senhora
de Guadalupe, padroeira da América Latina. Esta manifestação de Maria a um indígena
mexicano insignificante, no contexto da opressão colonial patrocinada pelos
colonizadores espanhóis e católicos, tem grande significado para os povos desse
continente, crente rico e sofrido. Entreguemo-nos, pois, a ele.
O texto de
Lucas traduz de modo plástico a presença libertadora de Deus na história e a
serena alegria que esse acontecimento desperta na oração e no cântico dos
pobres. Não se trata de um sonho utópico, mas de uma esperança segura, que se
fundamenta na fidelidade de Deus revelada ao longo da história do povo de
Israel e das comunidades cristãs. O encontro festivo de duas mulheres retrata a
alegria que toma conta dos pequenos e pobres quando experimentam a fidelidade
de Deus.
Inicialmente,
a cena é uma ampliação do episódio da anunciação e uma confirmação dos sinais
indicados pelo anjo Gabriel a Maria.
Isabel saúda Maria e proclama a presença do Messias no seu seio com a
mesma surpresa e a mesma alegria com as quais Davi e o povo de Israel saudaram
a presença fiel e libertadora de Deus na Arca da Aliança. Diante dessa exultação,
Maria se pergunta pelas razões que movem Deus a fazer-se presente em sua
humilde casa e na sofrida história do seu povo e compartilha a resposta no seu
cântico.
João
Batista, ainda no ventre de Isabel, antecipa a alegria dos tempos messiânicos,
e, com a futura mãe, reconhece a presença de Deus no meio do povo. Maria é
aclamada por Isabel como bem-aventurada, ou feliz, porque acreditou na verdade
e na força fecunda da Palavra de Deus, e não unicamente por ser a mãe do
messias esperado. Assim, a seu modo, Isabel desvenda o significado profundo da
maternidade de Maria. O que lhe aconteceu não é mérito seu, mas pura graça e iniciativa
do amor gratuito de Deus.
Na sequência, Maria toma a palavra e intervém com
um cântico um cântico profético no qual celebra a intervenção de Deus no
passado e assegura sua misericórdia no futuro. Ela, serva humilhada, representa
todos os pobres agraciados por Deus que visualizam um mundo novo, que desfaz
dominações e exclusões. Em Maria, que se manifesta ao índio Diego com traços
indígenas e grávida, o êxodo do povo de Deus se renova, e as bem-aventuranças
são antecipadas. E os humildes e os pobres são os privilegiados.
Sugestões para a
meditação
§ Reconstrua a
cena, acompanhando Maria na sua caminhada de Nazaré à Judéia, inclusive no seu
encontro com sua parenta Isabel
§ Deixe-se envolver
pela alegria messiânica que ilumina e comove Maria, Isabel e João Batista
§ Repita, com
Isabel, a saudação mística e profética com a qual recebe e celebra a visita de
Deus ao seu povo
§ Reflita sobre o significa dessas palavras na cabeça e no coração dos índios explorados e caçados pelos colonizadores espanhóis
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