quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

O Evangelho dominical (Pagola) - 01.01.2023

MARIA, MÃE DE DEUS

Após um certo eclipse da devoção mariana, provocado em parte por abusos e desvios notáveis, os cristãos voltam a interessar-se por Maria para descobrir o seu verdadeiro lugar dentro da experiência cristã. Não se trata de recorrer a Maria para ouvir mensagens e revelações que ameaçam com terríveis castigos um mundo afundado na impiedade e na descrença, e reforçar sua proteção materna aos que fazem penitência ou rezam determinadas orações.

Não se trata também de fomentar uma piedade que alimente secretamente uma relação infantil de dependência e fusão com uma mãe idealizada. Já faz algum tempo que a psicologia nos alertou contra os riscos de uma devoção que falsamente exalta Maria como Virgem e Mãe, favorecendo, no fundo, o desprezo pela mulher real como eterna tentadora do homem.

O primeiro critério para comprovar a verdade cristã de toda a devoção a Maria é ver se leva o crente de volta a si mesmo ou se o abre ao plano de Deus; se o faz retroceder a uma relação infantil com uma mãe imaginária ou se o impulsiona a viver a sua fé de forma adulta e responsável em seguimento fiel a Jesus Cristo.

Os melhores esforços da mariologia atual procuram levar os cristãos a uma visão de Maria como Mãe de Jesus Cristo, primeira discípula do seu Filho e modelo da vida autenticamente cristã. Mais especificamente, Maria é hoje para nós um modelo de acolhida fiel de Deus a partir de uma postura de fé obediente; exemplo de uma atitude serviçal ao seu Filho e de preocupação solidária com todos os que sofrem; mulher comprometida com o reino de Deus pregado e impulsionado por Jesus.

Nestes tempos de cansaço e pessimismo descrente, Maria, com a sua obediência radical a Deus e a sua esperança confiante, pode levar-nos a uma vida cristã mais profunda e mais fiel a Deus.

A devoção a Maria não é um elemento secundário para alimentar a religião de pessoas simples, inclinada a práticas e ritos quase folclóricos. Aproximarmo-nos de Maria é, pelo contrário, colocarmo-nos no melhor lugar para descobrir o mistério de Cristo e recebê-lo. O Evangelista Mateus recorda-nos Maria como a mãe do Emmanuel, ou seja, a mulher que nos pode aproximar de Jesus, o Deus conosco.

José Antonio Pagola

Tradução de Antonio Manuel Álvarez Perez

ANO A | TEMPO DO NATAL | TEMPO DO NATAL | ANO NOVO | 01.01.2023

Recomecemos a traçar juntos os caminhos da Paz!

Celebramos o início de um novo ano ainda iluminados pelo mistério do Natal. Nascido e acolhido no meio de nós, Jesus de Nazaré pacifica o mundo abrindo caminhos de diálogo, reconciliação e conversão. Deus cumpre suas promessas e realiza as esperanças humanas através de Maria e de cada um de nós, dos homens e mulheres de boa vontade, dos líderes autênticos fazem memória das violências e assumem práticas de diálogo, conversão e reconciliação.

O autêntico espírito do Natal deve perdurar e prosseguir na passagem do ano. Por isso, a liturgia continua nos convidando a contemplar o mistério da encarnação. Hoje, no raiar do novo ano, contemplamos a chegada dos pastores à gruta Belém, onde encontram Jesus no seio de uma família, ficam vivamente impressionados com o que veem, e comparam tudo com aquilo que tinham ouvido. Como pode uma criatura tão frágil ser portadora de Paz a todos os homens e mulheres de boa vontade? Esta é a pergunta dos pastores, de Maria e de José, e também a nossa!

Jesus recebe o nome proposto pelo Anjo a Maria na anunciação. Ele se chama Jesus, ‘boa notícia da salvação’, pois Deus salva seu povo do pecado. De fato, Jesus agirá libertando, perdoando, acolhendo. Nele, a humanidade se descobre livre do débito que tinha consigo mesma por não conseguir realizar a utopia que faz arder seu coração. Em Jesus, todos estamos livres do peso de termos ficado aquém do alvo, ou errado o rumo. Deus não espera que cheguemos heroicamente a ele: Ele mesmo vem decididamente ao nosso encontro e nos carrega nos braços. Ele é nossa Paz!

Mas a Paz que Jesus nos assegura não está apenas no fim do caminho. A Paz autêntica já nos é dada na caminhada, nos caminhantes. Está nas pessoas inconformadas que ousam mudar, renovar, começar de novo, cortar pela raiz as atitudes violentas, inclusive as que falseiam a memória, e isso cada dia, e não apenas no início do ano. Está nos homens e mulheres sábios, capazes de ver nas sementes as flores e os frutos que virão depois, e de encarnar nas relações cotidianas os sonhos e utopias que, literalmente, parecem não ter um lugar.

Para os cristãos, o fundamento da Paz é a relação com Jesus Cristo. Nascido de mulher menosprezada e sob a violência transformada em estrutura e lei, Jesus conduz todas as pessoas à liberdade, começando pelas vítimas das diversas formas de violência. Ele confirma que Deus reconhece todos como filhos e filhas, e nos convida a superar as relações viciadas pelo medo, pela dominação e pela violência. Todos estão em Paz com Deus, são filhos e filhas.  Por isso, são também herdeiros do Reino de Deus, da paz que possibilita o convívio sadio, que tem a justiça como base.

Nos últimos anos, os que governam o Brasil e os que os apoiam quiseram nos convencer de que o pobre é pobre porque não sabe poupar; que o meio ambiente é um entrave para os negócios; que os garimpeiros e madeireiros devem ser defendidos dos fiscais; que o professor é inimigo e o miliciano é amigo; que não existe racismo no Brasil; que a mulher deve ser submissa ao homem; que os ditadores e os torturadores devem ser exaltados... Para eles, assimilar estas lições significaria colocar Deus acima de tudo e pacificar o país.

Na sua mensagem para o Ano Novo, o Papa Francisco ensina que ninguém pode salvar-se sozinho, e que, no contexto da Convid-19 que teima em prosseguir e das guerras que persistem, precisamos recomeçar a traçar juntos o caminho da Paz. “Raramente os indivíduos e a sociedade progridem em situações que geram tamanho sentimento de derrota e amargura. Na realidade, este sentimento enfraquece os esforços empreendidos pela paz e provoca conflitos sociais, frustrações e violências de vário género. Neste sentido, a pandemia parece ter transtornado inclusive as áreas mais pacíficas do nosso mundo, fazendo emergir inumeráveis fragilidades”.

Deus querido, Pai e Mãe! Iniciando um novo ano, te pedimos: Ensina-nos a compreender o anseio de Paz e de comunhão que pulsa no coração do mundo. Ajuda-nos a destruir pela raiz toda atitude violenta e desmascarar e erradicar as mentiras que nos impingem como sabedoria. Suscita em nós o canto que brota da dignidade indestrutível de filhos e filhas, e dá-nos a graça de experimentar, com Maria, José e os pastores, a alegria de reconhecer Deus na fragilidade humana. Assim seja! Amém!

Itacir Brassiani msf

Livro dos Números 6,22-27 | Salmo 66 (67) | Carta de São Paulo aos Gálatas 4,4-7 | Evangelho segundo Lucas  (2,16-21)

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 982

Ano A Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 982

Dia 30/12/2022 | Oitava de Natal | Solenidade da Sagrada Família

Evangelho segundo Mateus (2,13-23)

(1)Coloque-se em atitude de oração  

·     Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·     Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·     Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·     Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·     Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·     Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·     Prepare-se ouvindo a canção “Quando chegar o Natal” (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=A7Bhr2LHeww)

 

(2)Leia o texto da Palavra de Deus

·     Leia com toda a atenção o texto de Mateus 2,13-23

·     Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·     Também este texto faz parte dos “evangelhos da infância”, que são cenas que antecipam aquilo que foi a vida adulta de Jesus

·     Ademais, a liturgia o propõe como luz para iluminar e guiar a solenidade da Sagrada Família que celebramos hoje

·     Como percebemos já no primeiro versículo, a cena ocorre depois da visita dos magos, que celebraremos daqui a alguns dias

·     O que o Evangelho nos dá a entender é que a família de Jesus revive a epopeia do povo hebreu e partilha a condição difícil das famílias

·     A família é vocacionada a ser o santuário da vida, o espaço onde a vida solidária e fraterna é gerada, multiplicada e protegida

·     O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3)Medite a Palavra de Deus

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·     Releia o texto lentamente, detendo-se nos personagens, nos gestos, nas atitudes e nas palavras deles

·     Procure perceber como são as relações entre José, Maria, Jesus e o difícil contexto que partilham com as demais famílias judias

·     Quem importância e que lugar nossas comunidades asseguram para a acolhida e o acompanhamento das famílias de migrantes?

·     Em que precisamos fixar nossa atenção para discernir os caminhos de Deus, como o fez José, mediante os sonhos?

·     Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4)Reze com o texto lido e meditado

·     Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·     Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·     Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·     Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·     Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·     Tome nas mãos uma foto da sua família e origem e outra da sua família atual e reze por elas, considerando suas necessidades

 

(5)Contemple a vida à luz da Palavra

·     Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·     Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·     Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·     Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·     Como podemos realizar hoje o papel assumido por José na busca de estratégias e caminhos para defender a vida ameaçada?

 

(6)Retorne à vida cotidiana

·     Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·     Recite a invocação: “Jesus, que vens a nós na família de Nazaré, mantém nossa comunidade generosa e criativa na fé!”

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Reze com a canção Pai Nosso dos Mártires (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lsPDR_912ls)

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Feche a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração

 

Breves notas sobre Mateus 2,13-23

Os cristãos fazem memória de uma família que viveu a dura realidade do exílio no Egito. Mas, parece que essa memória não desperta espírito de solidariedade e acolhida em seus corações, pois os países ditos “cristãos” são aqueles que se revelam mais frios, intransigentes e desumanos quando se trata de acolher pessoas que, por diversos motivos, foram arrancadas de suas terras.

Já desde pequeno Jesus se solidariza com os pobres, com a “massa sobrante”. Ele fez a experiência da exclusão. Ele é um Deus frágil que arma tenda nos acampamentos dos exilados, nas favelas e cortiços. É um Deus que acompanha e compartilha a sorte dos fugitivos, expulsos das aldeias, mandados para fora dos muros da cidade. Para Ele permanecem cerradas as portas de ferro dos palácios.

Maria compartilha a sorte do menino, vive para ele e com ele assume os riscos da fuga e exílio. Ela cuida, protege, educa o menino entre perseguições e exílio. Enquanto existirem mães que protegem e cuidam das crianças, como Maria, haverá Natal. José, em meio à perseguição, põe-se a serviço do Deus fugitivo, expulso, exilado do mundo. Como verdadeiro esposo e pai, ameaçado e fugitivo, percorre, com Maria e o menino, os caminhos do desterro.

Como exilados, Jesus e seus pais, fazem parte da corrente ininterrupta das vítimas do poder, que são obrigados a percorrer lugares inóspitos, desertos, cidades estrangeiras, gente hostil, durante o percurso dos séculos. Jesus e seus pais são irmãos de todos os refugiados políticos dos países repressivos.

A festa da Sagrada Família pede muita sabedoria, lucidez e discernimento. Ela pede de nós cristãos uma espiritualidade da acolhida, para estender pontes entre culturas, raças, sexos, crenças religiosas, visões políticas, para romper fronteiras a partir da não-violência, para criar redes que interatuam. Precisamos sair de nossos pequenos e atrofiados “egitos” para criar vínculos com tantos grupos, organizações sociais, movimentos que buscam outra cultura, a cultura da solidariedade, da hospitalidade, do encontro comprometido.

(Adroaldo Palaoro SJ)

 

Mensagem do Papa Francisco

Quanto aos tempos e aos momentos, irmãos, não precisais que vos escreva. Com efeito, vós próprios sabeis perfeitamente que o Dia do Senhor chega de noite como um ladrão" (1Tes 5, 1-2). Com estas palavras, o apóstolo Paulo convidava a comunidade de Tessalônica para que, na expetativa do encontro com o Senhor, permanecesse firme, com os pés e o coração bem assentes na terra, capaz dum olhar atento sobre a realidade e os fatos da história (Mensagem para o Ano Novo, 2023).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

www.msfamericalatina.org | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 980

Ano A Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 981

Dia 29/12/2022 | Oitava de Natal | Quinta-feira

Evangelho segundo Lucas (2,22-35)

(1)Coloque-se em atitude de oração  

·     Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·     Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·     Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·     Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·     Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·     Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·     Prepare-se ouvindo a canção “Quando chegar o Natal” (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=A7Bhr2LHeww)

 

(2)Leia o texto da Palavra de Deus

·     Leia com toda a atenção o texto de Lucas 2,22-35

·     Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·     Este texto faz parte dos “evangelhos da infância”, que são cenas que antecipam aquilo que foi a vida adulta de Jesus

·     Para Lucas, tudo começa e termina em Jerusalém, e o foco central da cena de hoje são as palavras de Simeão e Ana

·     O “Doce Menino” não veio para alimentar fantasias românticas, mas para “incomodar” alguns: ele será sinal de contradição

·     Tanto Maria como os futuros discípulos/as de Jesus participarão da sua missão e do seu destino

·     Desde logo, Lucas quer deixar claro que a Boa Nova encarnada por Jesus não pode ser limitada por nacionalismos e grupismos

·     O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3)Medite a Palavra de Deus

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·     Releia o texto lentamente, detendo-se nos personagens, nos gestos, nas atitudes e nas palavras deles

·     Procure perceber como, nas palavras de Simeão e de Ana, transparece a vida e a missão do Jesus adulto e dos cristãos

·     Você percebe nas Igrejas e pessoas sinais da tentação de fazer de Jesus um “personagem” exclusivo da sua Igreja ou seu grupo?

·     Com que palavras e atitudes precisamos hoje apresentar Jesus às pessoas? Em que medida nossa adesão a ele é consequente?

·     Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4)Reze com o texto lido e meditado

·     Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·     Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·     Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·     Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·     Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·     Reze com suas palavras e a partir de sua experiência a bela oração do velho Simeão (v. 29-31)

 

(5)Contemple a vida à luz da Palavra

·     Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·     Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·     Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·     Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·     Como podemos apresentar e testemunhar lucidamente Jesus e seu Evangelho nos dias de hoje?

 

(6)Retorne à vida cotidiana

·     Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·     Recite a invocação: “Jesus, que vens a nós na família de Nazaré, mantém nossa comunidade generosa e criativa na fé!”

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Reze com a canção Pai Nosso dos Mártires (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lsPDR_912ls)

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Feche a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração

 

Breves notas sobre Lucas 2,22-35

O momento alto desta cena não é, como muita gente enfatiza, o cumprimento das leis por Maria e José, mas o encontro, à margem dos dirigentes do templo, com Simeão e Ana, e aquilo que eles anunciam a todas as pessoas que encontram por perto. Na cena “pintada” por Lucas, tudo chama a atenção para o significado do filho que Maria e José apresentam ao povo e ao templo.

Simeão toma o Menino nos braços e, com seu olhar penetrante, é capaz de discernir a presença de Deus na fragilidade humana. A presença de Deus traz consigo uma salvação que desborda as fronteiras étnicas e religiosas, e se destina a todos os povos e a todas as categorias humanas. Jesus é luz que ilumina todos os povos. Ana também fala do Menino a todas as pessoas que viviam de esperança. Como os pastores representam a acolhida de Jesus pelos excluídos, Simeão e Ana expressam a acolhida pelo resto piedoso e fiel.

No templo, Maria e José guardam um silêncio atento e observam a alegria consoladora do quem esperou longamente. Poucas coisas estão claras para eles, porém cresce neles a percepção de que o filho que lhes foi confiado é especial para todos os povos. Mas este entusiasmo logo é ofuscado pelas palavras misteriosas que Simeão diz sobre o menino e dirige a Maria. Jesus vai incomodar, pois veio para desmascarar o colocar pedras no caminho dos exploradores.

José e Maria percebem, pouco a pouco, que precisam avançar e crescer no escuro da fé. Como Abraão, eles se lançam na estrada sem saber onde chegarão. Ousam acreditar, e isso lhes é creditado como justiça. Abrem-se, pouco a pouco, à novidade que Deus manifestava através do nascimento daquele inesperado filho. Eis o caminho dos/as discípulos/as missionários/as.

O breve cântico de Simeão é uma síntese do credo dos primeiros cristãos: Jesus é Boa Notícia e caminho de libertação para todos os povos; ele é também o paradigma da responsabilidade missionária da Igreja, permanentemente chamada sair do estreito âmbito dos seus interesses e sua cultura para ser presença consoladora e libertadora para todas as pessoas e povos.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Mensagem do Papa Francisco

A leitura orante da Palavra de Deus, «mais doce do que o mel» e «espada de dois gumes», consente de nos determos a escutar o Mestre fazendo da sua palavra farol para os nossos passos, luz para o nosso caminho. Como justamente nos lembraram os Bispos da Índia, «a devoção à Palavra de Deus não é apenas uma dentre muitas devoções, uma coisa bela mas facultativa. Pertence ao coração e à própria identidade da vida cristã. A Palavra tem em si mesma a força para transformar a vida (Gaudete et Exsultate, § 156).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

www.msfamericalatina.org | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)