sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 892

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 892

Dia 01/10/2022 | XXVI Semana do tempo Comum | Sábado

Evangelho segundo Lucas (10,17-24)

(1)Coloque-se em atitude de oração  

·     Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·     Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·     Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·     Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·     Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·     Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·     Prepare-se ouvindo ou cantando “Palavra de salvação somente o céu tem pra dar” (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=V12GZpBGNwM)

 

(2)Leia o texto da Palavra de Deus

·     Leia com toda a atenção o texto de Lucas 10,17-24

·     Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·     Este texto é a sequência do relato do envio dos 72 discípulos para uma breve experiência de missão

·     Eles voltam deslumbrados com aquilo que identificam como sinais de sucesso e de poder do mandato recebido

·     Diante do entusiasmo pelo fugaz sucesso obtido por eles, Jesus os adverte e fala sobre a verdadeira alegria do/a missionário/a

·     Jesus conclui a cena com uma belíssima oração de louvor pelo modo como Deus age na história, revelando-se aos pobres e humildes e escondendo-se aos que se consideram grandes e sábios

·     O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3)Medite a Palavra de Deus

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·     Releia atentamente os versículos deste trecho do evangelho, perceba o entusiasmo infantil dos “estagiários na missão”

·     Acolha com atenção e serenidade de um discípulo/a a lição de Jesus sobre a verdadeira alegria

·     Você já sentiu entusiasmo diante do sucesso pastoral, imaginando que isso era unicamente mérito seu?

·     Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4)Reze com o texto lido e meditado

·     Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·     Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·     Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·     Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·     Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·     Contemple a ação humanizadora que Deus realiza através de você e de outras pessoas, especialmente daquelas a quem ninguém reconhece o valor, e reze com a oração de Jesus

 

(5)Contemple a vida à luz da Palavra

·     Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·     Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·     Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·     Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·     Como ajudar os evangelizadores/as a superar a tentação de valorizar e se alegrar apenas com grandes acontecimentos e com os “evangelizadores” que fazem sucesso e tem poder?

 

(6)Retorne à vida cotidiana

·     Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·     Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Ouça e reze com a “Canção dos imperfeitos” (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=W5U1WXzRv70)

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Feche a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração

 

Breves notas sobre Lucas 10,17-24

Ao enviar os 72 discípulos para uma espécie de “estágio missionário”, Jesus havia insistido sobre o despojamento e a confiança, e havia também falado claramente que a rejeição e a perseguição estariam na agenda do/a missionário/a. Mas eles voltam e contam entusiasmados o sucesso obtido, e mostram-se deslumbrados com o poder que pensam ter sobre os espíritos maus.

Jesus joga “um balde de água fria” no fogo desse entusiasmo, e desloca o foco dos motivos de alegria dos discípulos/a missionários/as. A questão da derrota dos espíritos maus é relevante, pois significa o bloqueio e a anulação da resistência contra a novidade do Reino de Deus. Nessa perspectiva, a missão dos/as discípulos/as faz parte da derrota do mal e do restabelecimento da justiça. Quando Jesus diz que viu Satanás caindo, assinala claramente o fim do poder dele.

Entretanto, para Jesus, a alegria dos seus enviados/as não deve estar nos fatos grandiosos e empolgantes que realizam, nas experiências de poder que fazem, mas no serviço eficaz ao Reino de Deus, na experiência de serem servidores/as e enviados/as dele, de serem mediadores/as da ação libertadora de Deus em favor dos oprimidos. Esta alegria claramente não vem do prestígio e do privilégio, mas da participação eficaz na missão de Jesus.

Depois de desenvolver mais esta lição na escola de formação dos seus discípulos/as missionários, Jesus irrompe numa oração de júbilo e gratidão, na qual convida seus enviados/as e perceberem que eles fazem parte do coração ou do vértice da história da salvação: através deles se realiza aquilo que tantos esperaram. Na inacreditável força da fraqueza está o coração da revelação cristã!

Jesus louva o Pai por dois motivos: porque Deus se revela aos pequenos e humildes, e mostra sua força exatamente na fraqueza deles; porque ele se esconde daqueles que se consideram sábios e entendidos, e não conta com eles como seus mediadores. Como Jesus está longe de tantos/as que hoje se apresentam como seus enviados/as, e gostam de contabilizar moedas, poderes e milagres...

 (Itacir Brassiani msf)

“Sereis minhas testemunhas” (At 1, 8)

A forma plural (do mandato missionário de Jesus) destaca o caráter comunitário-eclesial da chamada missionária dos discípulos. Todo o batizado é chamado à missão na Igreja e por mandato da Igreja: por isso a missão realiza-se em conjunto, não individualmente: em comunhão com a comunidade eclesial e não por iniciativa própria. Evangelizar não é, para quem quer que seja, um ato individual e isolado, mas profundamente eclesial” Papa Francisco, Mensagem para o Dia Mundial das Missões, 2022).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

ANO C | TEMPO COMUM | 27º DOMINGO

ATÉ QUANDO?

É um grito de queixa e protesto, de impotência e fragilidade, de indignação diante de problemas que se acumulam, as dificuldades aparecem uma depois da outra, os momentos de incerteza se fazem mais presentes, quando parece que tudo se complica e não se vislumbra uma saída, quando mergulhamos numa sensação de solidão profunda e dolorida. O profeta tem consciência do tempo difícil que está vivendo, e interpela a Deus, que parece estar ausente e em silêncio. E o próprio Deus convida a esperar, a ter paciência, a permanecer fiel, não de braços cruzados mas empenhando o pouco e pequeno que cada um tem, com a confiança de quem sabe que Deus nunca abandona os seus, sempre os acompanha, e a justiça será feita. Minha oração pode é uma apresentação a Deus dos “até quando”?, dos protestos e suspiros meus, mas também os de tantas pessoas e povos em situações difíceis, a fim de encontrar nele a confiança para enfrentar e vencer estas situações?

AUMENTA!

Esse é o pedido que todos assumimos como nossa, porque descobrimos que nossa fé é fraca, insegura, desconfiada, frágil, carente de uma dose maior de esperança. Quando fazemos um pedido desse tipo, normalmente pensamos em uma “maior quantidade de fé”, mas Jesus nos fala de “uma melhor qualidade da fé”. Não importa que seja pequena, desde que seja autêntica, viva, ativa e entusiasta, pois me levará a um testemunho verdadeiro, simples e significativo. Com ume certa frequência, em pedidos como este está embutida uma certa passividade, uma expectativa de que Deus, com sua varinha mágica, nos dê doses cada vez maiores e suficientes de fé. E não tomamos consciência de que devemos “trabalhar” nossa fé, envidar esforços para sintonizar com este dom de Deus e acolhê-lo em nossa vida: preparar o terreno para que sua Palavra germine. O que tenho que aumentar em minha vida para que os dons de Deus germinem e lancem raízes em mim?

REAVIVA!

Esse é o convite que o Apóstolo nos faz. Há muitas coisas, atitudes, promessas, sonhos, ideais, valores, propósitos e ilusões que foram se apagando em nós. A rotina da vida, o passar dos anos, as pressas impostas pelas urgências, a comodidade de “ficar na minha” foram cobrindo de cinzas o fogo do compromisso, da vocação, das esperanças, da fidelidade. Mas as brasas continuam acesas e latentes, e basta um pequeno sopro para que volte a acender-se. Hoje o evangelho nos convida a reavivar o dom da gratuidade, de fazer tudo como expressão daquilo que estamos chamados a realizar sem buscar recompensas, sem entesourar méritos, sem buscar publicidade, apenas com a satisfação de fazer bem feito, sem esperar nada mais. Cumprir nossa missão e nosso dever é a maior satisfação e a mais plena alegria. O que tenho que reavivar em minha vida que ficou adormecido, apagado e esquecido? Que lugar a gratuidade ocupa em minhas atividades, compromissos e relações? Que tipo de compensações tenho buscado?

PRECE

Ajuda-me, Senhor, a continuar caminhando, descobrindo teus caminhos, seguindo teus passos, com a certeza de que tu estás sempre ao meu lado. Ajuda-me, Senhor, a viver confiando na verdade e na força da tua Palavra, nas promessas que me fizeste, nas profundas raízes que me sustentam. Ajuda-me, Senhor, a reavivar o fogo que foi se apagando mas pode iluminar a quem está mais necessitado/a. Faze que minha fé vá se consolide, tenha fundamento, esteja sempre em busca, cresça em fidelidade. Ajuda-me, Senhor, a conservar um silêncio que me ajude a descobri os dons que me concedeste e me pedes que ofereça sem esperar nada em troca. Amém!

Pe. Fernando López Fernández msf

O Evangelho dominical (Pagola) - 02.10.2022

ORAR A PARTIR DA DÚVIDA

Todo/a crente pode experimentar dúvidas sobre um ponto ou outro da mensagem cristã. Ele/a pode perguntar-se como há de entender uma determinada afirmação bíblica ou um aspecto concreto do dogma cristão. São questões que pedem uma maior clarificação.

Mas há pessoas que experimentam uma dúvida mais radical, que afeta a totalidade. Por um lado, sentem que não podem ou não devem abandonar sua religião, mas, por outro, não são capazes de pronunciar com sinceridade aquele «sim» total que implica a fé.

Aquele/a que se encontra assim costuma experimentar, em geral, um desconforto interior que o/a impede de abordar com paz e serenidade a sua situação. Pode sentir-se culpado/a. Que se passou comigo para chegar a isto? O que posso fazer agora? Talvez a primeira coisa seja abordar positivamente essa situação diante de Deus.

A dúvida nos faz experimentar que não somos capazes de «possuir» a verdade. Nenhum ser humano «possui» a verdade suprema de Deus. Aqui não servem as certezas que manejamos como outras da vida. Diante do mistério último da existência temos que caminhar com confiança, humildade e sinceridade. Por outro lado, a dúvida coloca à prova a nossa liberdade. Ninguém pode responder por nós. Somos confrontados/as com a nossa liberdade. Somos nós que devemos dizer um «sim» ou um «não».

Por isso, a dúvida pode ser o melhor meio para despertar de uma fé infantil e superar um cristianismo convencional. A primeira coisa a fazer não é encontrar respostas para minhas perguntas concretas, mas perguntar-me que direção quero dar à minha vida. Desejo realmente encontrar a verdade? Estou disposto/a a deixar-me interpelar pela verdade do Evangelho? Prefiro viver sem procurar nenhuma verdade?

A fé brota do coração sincero que deseja escutar a Deus. Como diz um teólogo, «a fé não está nas nossas afirmações nem nas nossas dúvidas. Está além, no coração, e ninguém além de Deus conhece nosso coração».

O importante é ver se nosso coração busca a Deus ou se, pelo contrário, o evita. Apesar de todos os tipos de perguntas e incertezas, se realmente procuramos Deus, sempre podemos dizer, desde o fundo do coração, essa oração dos discípulos: «Senhor, aumenta-nos a nossa fé». Quem ora assim já é um crente.

José Antonio Pagola

Tradução de Antonio Manuel Álvarez Perez

ANO C | TEMPO COMUM | VIGÉSIMO-SÉTIMO DOMINGO | 02.10.2022

Quem crê, decide e faz tudo conforma a vontade de Deus.

Depois da parábola do rico e de Lazaro, os apóstolos pedem que Jesus os faça crescer na fé. Por trás desse pedido estão alguns problemas bem concretos: o abismo que separa os ricos e indiferentes dos pobres e carentes; o escândalo que isso provoca nas comunidades cristãs; as exigências da Palavra de Deus; a recusa, por parte de Jesus, em mudar o mundo através de milagres; o imperativo do perdão aos irmãos e irmãs (cf. Lc 16,19-17,4). É diante disso que os apóstolos reagem assustados, e suplicam a Jesus: “Aumenta a nossa fé!”

Qual é o problema dos apóstolos, daqueles escolhidos por Jesus e de todos os que vieram depois? Sentimo-nos incapazes de romper com alguns valores arraigados e tidos como essenciais pela cultura religiosa: a necessidade de punir os/as pecadores/as; a sedução por uma religião que prioriza o espetáculo; a valorização da riqueza bem-estar como se fossem sinais inequívocos da benção de Deus, mesmo quando conseguida às custas da indiferença; e assim por diante.

Os apóstolos dão-se conta de que necessitam da força da fé para superar esta floresta de amoreiras que impedem a vida e a compaixão. Eles sabem que a fé não é estéril, mas parecem ignorar que seus frutos não são necessariamente espetaculares, que é a irresistível atração pelas coisas grandiosas que ainda hoje leva tantos irmãos e irmãs a lerem a metáfora usada por Jesus de forma literal. É triste assistir à multiplicação de milagres, tão numerosos quanto mentirosos.

O que chama a atenção na resposta de Jesus não é o apelo a uma fé prodigiosa, mas a necessidade de uma fé mínima. “Se tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda...” O próprio Jesus sempre evitou recorrer a ações espetaculares para ser fazer ouvido e aceito. Ele tinha consciência de que a fé não procede do milagre, mas o precede. É a fé que nos leva a ver maravilhas, e não as ações maravilhosas que despertam a fé. As ações de Jesus que chamamos de milagres são respostas compassivas de Deus em favor de quem não tem com quem contar.

O fruto da fé se mostra substancialmente na descoberta da própria dignidade e no olhar que reconhece os seres humanos e todas criaturas como parceiras e irmãs. O Vaticano II diz que a fé tem força crítica e dinamismo libertador, pois “ilumina com sua luz tudo que existe e manifesta o propósito divino a respeito da plena vocação humana, orientando assim o espírito para as verdadeiras soluções” (GS 11). Ou, como diz o Papa Francisco, “a fé nos dá a justa dimensão de todas as coisas, fazendo-nos ver o mundo com os olhos e o coração de Deus”.

Mas para que isso aconteça, é preciso ser capaz de romper com a lógica do poder. Nesta perspectiva, Paulo lembra a Timóteo a fé sincera que recebeu da sua avó e da sua mãe, e pede-lhe que conserve esse dom sempre vivo e ativo. A fé gosta de vir acompanhada pela fortaleza, pelo amor e pela sobriedade. Os verdadeiros/as missionários/as não conhecem a vergonha, nem diante de Jesus Cristo, nem diante da perseguição ou do escárnio que sofrem aqueles que levam adiante seu projeto. Como o caso daqueles que pretendem repetir um governo desumano e antissocial.

A ação missionária é sempre frutuosa, mas ao modo do grão de mostarda. O trabalho generoso dos/as missionários/as, quando brota da compaixão e da misericórdia, jamais será estéril. Talvez seja exatamente isso o que os/as missionários/as têm a oferecer ao mundo em nome dos cristãos: uma fé capaz de romper com todos os dinamismos de isolamento e de dominação; um amor capaz de reestabelecer a dignidade de quem a tem negada; uma ação que articula a fé com a defesa da integridade da criação, que considera que tudo está interligado.

É a ti que nos dirigimos, Deus Pai e Mãe, neste primeiro domingo do Mês Missionário, dia em que temos a responsabilidade de eleger legisladores e governantes. Faz com que o encontro com o teu Filho e nosso Irmão nos torne autênticos discípulos/as, destemidos/as apóstolos/as e eloquentes testemunhas no serviço solidário e gratuito aos mais pobres. Vem em nosso auxilio para que nossa fé, mesmo sendo pequena como semente de mostarda, seja ativa, remova as amoreiras da injustiça social, da depredação da natureza e de uma política feita de conchavos espúrios e troca de vantagens, e dinamize a presença dos cristãos no nosso querido Brasil. Assim seja! Amém!

Itacir Brassiani msf

Profecia de Abacuc 1,2-3.2,2-4 | Salmo 94 (95) | 2ª Carta de Paulo  a Tmóteo 1,6-8 |  Evangelho  de São  Lucas (17,5-10)

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 891

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 891

Dia 30/09/2022 | XXVI Semana do tempo Comum | Sexta-feira

Evangelho segundo Lucas (10,13-16)

(1)Coloque-se em atitude de oração  

·     Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·     Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·     Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·     Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·     Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·     Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·     Prepare-se ouvindo ou cantando “Palavra de salvação somente o céu tem pra dar” (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=V12GZpBGNwM)

 

(2)Leia o texto da Palavra de Deus

·     Leia com toda a atenção o texto de Lucas 10,13-16

·     Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·     No início do capítulo 10 de Lucas, Jesus oferece uma espécie de metodologia da missão e estatuto dos seus discípulos/as

·     Ele os envia como cordeiros em meio a lobos, mas nada justifica uma reação violenta da parte deles

·     Nos versos de hoje, Jesus usa palavras fortes para que os povoados que conhecem ele e seus discípulos não se fechem e se percam

·     Jesus diz que se as pessoas que se consideram perfeitas mas se fecham ao Evangelho, são piores que os pagãos

·     Nossa condição de “benditos do Pai” ou de “malditos” se define na acolhida ou na rejeição do Evangelho e dos/as evangelizadores/as

·     O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3)Medite a Palavra de Deus

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·     Releia atentamente o texto, retomando também os versículos que o antecedem e escutando atentamente as fortes palavras de Jesus

·     Não caia na tentação de imaginar que as advertências de Jesus são dirigidas a outras pessoas, cidades e comunidades

·     Você sente-se atingido/a pelas palavras de Jesus, interpelado/a a não fazer pouco caso do Evangelho e das suas testemunhas?

·     Você vê algum sinal indicativo de que estamos correndo o risco de reproduzir na Igreja a atitude do povo de Cafarnaum e Corazim?

·     Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4)Reze com o texto lido e meditado

·     Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·     Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·     Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·     Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·     Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·     Recorde o rosto e o nome de pessoas conhecidas suas que sofrem rejeição por aquilo que pregam e da vida evangélica que vivem

 

(5)Contemple a vida à luz da Palavra

·     Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·     Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·     Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·     Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·     O que precisamos mudar ou melhorar em nós e em nossas Igrejas para evitar que essa advertência caia sobre a nossa cabeça?

 

(6)Retorne à vida cotidiana

·     Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·     Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Ouça e reze com a “Canção dos imperfeitos” (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=W5U1WXzRv70)

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Feche a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração

 

Breves notas sobre Lucas 10,13-16

No episódio do envio dos 72 discípulos, que meditamos na última terça, Jesus nos apresentava uma espécie de cartilha ou guia da ação missionária. Jesus deixa claro, desde o início, que rejeição e a perseguição estão no horizonte. A casa é o ponto de apoio da missão, e a pobreza de recursos não é uma dificuldade, mas a garantia da autenticidade do anúncio. Na vida dos discípulos/as missionários/as não pode haver lugar para qualquer reação violenta.

Os versículos de hoje prosseguem o tema anterior. Betsaida era a cidade de origem de alguns discípulos. Cafarnaum havia sido escolhida por Jesus para ser a cidade referencial de onde partia em missão e para onde voltava. Estes povoados tiveram a oportunidade de ver de perto a ação libertadora e formativa de Jesus. Conheciam ele e o estilo de vida dos seus discípulos não apenas por ouvir dizer.

É por isso que, mesmo não autorizando seus discípulos a fazer mais que bater o pó das sandálias quando seu anúncio fosse rejeitado, Jesus pronuncia palavras duras contra estas duas cidades. Entretanto, estas palavras não são uma condenação, mas um contundente apelo à acolhida e à conversão. Ele não veio para julgar e condenar, mas para que o mundo seja salvo.

Jesus compara a postura destes povoados com aquilo que aquilo ocorreu em dois outros povoados, considerados como típicos inimigos do povo de Israel: Tiro e Sidônia. E afirma que se estes últimos dois povoados tivessem a oportunidade de ver e ouvir o que as pessoas de Cafarnaum, Corazim e Betsaida viram e ouviram, teriam se convertido. Os povos que os judeus consideram seus arqui-inimigos são melhores que eles, diz Jesus!

Este contundente apelo de Jesus à acolhida e à conversão termina com uma importante afirmação teológica, pastoral e espiritual: Jesus está presente na pessoa e na ação daqueles/as que ele envia, assim como o Pai está presente nele. Acolhê-los/as ou rejeitá-los/las, escutar e levar a sério o que eles/as dizem ou manter-se indiferente ou com “sua própria versão das coisas” é a “prova dos nove” da justiça e da santidade dos discípulos/as missionários/as.

 (Itacir Brassiani msf)

Vocação: graça e missão

Somos chamados/as a promover espaços que favoreçam a participação efetiva de todos/as, para que possibilitem o exercício do poder compartilhado e de escuta das múltiplas subjetividades dos membros da nossa instituição religiosa, do nosso grupo, proporcionando espaços que viabilizem essa abertura para outras pessoas que ainda não fazem parte do nosso grupo, de nossa comunidade(Texto-Base do 3º Ano Vocacional [2022-2023], § 173).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)