quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 876

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 876

Dia 15/09/2022 | Nossa Senhora das Dores | Quinta-feira

Evangelho segundo João (19,25-34)

(1)Coloque-se em atitude de oração 

·     Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·     Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·     Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·     Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·     Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·     Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·     Prepare-se cantando: Ensina, Maria, tua gente a escutar!” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-bCavoGjNyM)

 

(2)Leia o texto da Palavra de Deus

·     Leia com toda a atenção o texto de João 19,25-34

·     Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·     Este texto é escolhido em vista da memória de Nossa Senhora das Dores, celebrada hoje

·     A cena faz parte da narração da paixão e morte de Jesus, a Hora para a qual ele veio e para a qual ele se preparou longamente

·     Enquanto a maioria absoluta dos discípulos abandona Jesus, um pequeno grupo de discípulos permanece próximo e fiel

·     Entregando sua mãe como mãe da comunidade, e digerindo o ódio (vinagre) dos seus opositores, Jesus consuma sua humanidade

·     O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3)Medite a Palavra de Deus

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·     Situe-se no Calvário, aos pés da cruz, com Jesus, sua mãe, Maria Madalena e o discípulo amigo e fiel

·     Permita que ressoem em você as densas e ternas palavras de Jesus: “Este é teu filho! Esta é tua mãe! Tenho sede! Tudo está consumado!”

·     Acolha Maria como a mãe querida que Jesus partilha conosco e pede que levemos para nossa casa

·     Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4)Reze com o texto lido e meditado

·     Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·     Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·     Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·     Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·     Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·     Acolha confiante e agradecido/a o dom que Jesus faz aos discípulos/as que se mantém no seu caminho

·     Confie-se nas mãos de Maria, e aprenda dela, primeira discípula de Jesus e mãe da comunidade dos/as discípulos/as

 

(5)Contemple a vida à luz da Palavra

·     Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·     Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·     Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·     Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·     No início da missão de Jesus, sua mãe pediu que façamos tudo o que ele nos mandar; aos pés da cruz, Jesus pede que ela cuide de nós como a filhos/as, entrega ela a nós como mãe da Igreja: o que isso significa, e quais são as consequências para nossas comunidades eclesiais?

 

(6)Retorne à vida cotidiana

·     Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·     Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Ouça e cante: Ave, Maria! Ave, Maria! Ave, Maria! (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=DxLW6ISHXGQ)

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

Breves notas sobre João 19,25-34

Ontem, solenidade da exaltação da cruz de Jesus Cristo, meditávamos sobre um trecho do evangelho de São João. Mas hoje, em vista da memória litúrgica de Nossa Senhora das Dores, continuamos com ele. Esta memória nos sugere uma interpretação mariana dessa cena localizada no relato da paixão e morte de Jesus.

Segundo João, no momento da paixão no Calvário, a mãe de Jesus, Maria Madalena e o discípulo amado estão de pé, diante da cruz de Jesus. Jesus os vê, e faz uma dupla declaração, que é também um duplo pedido: “Mulher, este é teu filho!” “Esta é tua mãe!” No alto do calvário, diante da expressão máxima do amor de Deus por nós, Jesus nos entrega Maria como mãe dos/as que creem, mãe da Igreja. E nos convida a levá-la conosco, como a discípula primeira e fiel. Nasce aqui uma Nova Família, semente de uma Nova Humanidade.

É interessante notar que o texto original não fala da “mãe de Jesus”. O evangelista a apresenta apenas como “mãe”. Ela representa o antigo Povo de Deus, do qual procede Jesus e a primeira comunidade de discípulos/as. Ela é convidada a fazer a passagem, reconhecendo e aceitando o Novo Povo de Deus nascido da nova aliança. E o discípulo amado, que representa o discipulado fiel e perseverante, é convidado a reconhecer suas raízes e a protegê-las.

Na sequência, Jesus diz que tem sede. É um novo pedido de acolhida. Os representantes do judaísmo não têm água, nem vinho (amor, acolhida), mas somente vinagre (ódio). Aceitando, sem revidar, mais este gesto de fechamento e violência, Jesus pode dizer que consumou a demonstração do amor do Pai pelo mundo e, em si mesmo, arrematou ou deu o toque final à criação do Homem e da Mulher Novos, iniciada no Gênesis.

Do corte que o soldado faz no corpo de Jesus com sua espada escorre sangue (o amor generoso e fecundo) e água (o Espírito que gera a Igreja). Isso não nos vem de Maria, mas do Filho que ela entrega a nós como Mãe. Neste sentido, ela é mãe da comunidade dos/as discípulos/as, mãe dos/as crentes. É isso se revela na sua presença no cenáculo, no dia de pentecostes.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Vocação: graça e missão

Nossa vocação se concretiza na comunidade plural: leigas e leigos, consagradas e consagrados, diáconos, presbíteros. Somos chamados/as na intimidade pessoal a permanecer com ele na montanha, lugar das revelações profundas que alimentam nossa mística, mas, igualmente, na planície, onde se concretiza nossa vocação no cotidiano, sobretudo com seus preferidos, os pobres(Texto-Base do 3º Ano Vocacional [2022-2023], § 132).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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