quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (01.10.2020)

Dia 01 de Outubro | Quinta-feira | 26ª Semana Comum

Evangelho segundo Lucas (10,1-12)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: É como a chuva que lava, é como o fogo que abrasa: tua Palavra é assim, não passa por mim sem deixar um sinal... (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=rVhD1ndBNbw)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 10,1-12

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)

·      Jesus está caminhando rumo a Jerusalém, enfrentando hostilidades de vários grupos e formando seus discípulos

·      Hoje ele envia um amplo grupo de discípulos/as à sua frente, uma espécie de estágio missionário e pastoral

·      Será uma missão com breve duração, pois somente depois da sua paixão, morte e ressurreição é que a cumprirão fielmente

·      Mas neste envio Jesus nos dá uma espécie de metodologia da missão e estatuto dos seus discípulos/as missionários

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Releia atentamente o texto, tendo diante dos olhos a missão que você desenvolve na Igreja e na sociedade

·      Que palavras ou afirmações iluminam e questionam mais fortemente sua missão e a missão da Igreja?

·      Santa Teresinha, cuja memória celebramos hoje, desejava fazer tudo ou assumir todas as vocações na Igreja, mas descobriu que vivendo o amor faria tudo; o que isso nos ensina hoje?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Contemple a ação generosa e incansável dos/as muitos/as discípulos/as missionários que você conhece e fale com Jesus Cristo sobre o testemunho deles/as

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      O que este “estatuto missionário” de Jesus pede que mude na forma como sua comunidade vive a dimensão missionária?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção: Eu acredito que o mundo será melhor quando o menor que padece acreditar no menor! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=1rhGICFfgsg)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

“Ó Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação: minha vocação é o amor! Encontrei o meu lugar na Igreja, tu me deste este lugar, meu Deus. No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor, e desse modo serei tudo!” (Santa Teresinha, Autobiografia).

 

ELEMENTOS COMPLEMENTARES

Iniciamos o mês que a Igreja dedica especialmente à reflexão, oração e animação missionárias. E o texto do evangelho hoje vem a calhar, como se fosse escolhido sob medida: Jesus envia um grupo de 72 discípulos/as para o precederem em todos os lugares para onde ele iria somente mais tarde, e para antecipar o que ele mesmo faria.

Este grupo ampliado de discípulos/as missionários/as não substitui, nem simplesmente suplementa, o que os doze apóstolos não consegue fazer. É um envio estável e paralelo, com uma missão específica e duradoura. Enquanto os doze apóstolos foram enviados prioritariamente aos judeus, este novo coletivo é enviado a todos os povos!

A imagem da colheita – quando chega seu tempo, não se pode demorar ou postergar o trabalho! – sublinha a urgência dessa missão. O conteúdo do anúncio não poderia ser mais claro: “O Reino de Deus está próximo de vós!” E este anúncio é para todos os povos, não apenas para os judeus e as pessoas justas. E é boa notícia, sem pedágio!

Como a colheita, essa missão, que convoca e envia muitos/as, é real, concreta e necessária. Trata-se de anunciar a Boa Notícia do Reino de Deus e reabilitar as pessoas. Dizer “paz a esta casa” não é saudação protocolar ou palavra vazia, mas convite eficaz à felicidade e à alegria, fruto do reinado de Deus em ação.

Jesus apresenta também uma espécie de cartilha para orientar a ação missionária. A rejeição e a perseguição dão o tom da missão, e estarão sempre na sua agenda; a imagem do cordeio no meio dos lobos deixa isso claro! Os/as enviados/as devem partir desarmados e expostos, confiando unicamente em Deus e nos interlocutores. A casa (e não o templo!) é o ponto de apoio da missão, e a pobreza de meios garante a autenticidade do anúncio.

 (Itacir Brassiani msf)

ANO A | TEMPO COMUM | VIGÉSIMO-SÉTIMO DOMINGO | 04.10.2020

 Não deixemos que nos roubem a venturosa alegria da missão!

A Igreja católica tomou consciência de que a missão faz parte do seu código genético, e proclama que esta não é apenas uma entre suas múltiplas tarefas, nem uma responsabilidade de apenas algumas pessoas. Na Conferência de Aparecida, os bispos da América Latina e do Caribe colocaram a missão no centro das preocupações da Igreja e convocaram todos os cristãos a serem discípulos missionários de Jesus Cristo. Na mensagem para o Dia Mundial das Missões, o Papa insiste: “É Cristo que faz sair a Igreja de si mesma!”

Na perspectiva do evangelho do 27° domingo, a missão não consiste propriamente em semear a mensagem do Reino de Deus onde o cristianismo ainda não lançou raízes, mas em ir aos “arrendatários da vinha do Senhor” para recolher os frutos esperados. Como missionários, somos enviados àqueles que foram investidos de autoridade ou ocupam posições de liderança política, social e religiosa para verificar se realmente se dedicam ao povo e defendem sua dignidade, ou ir àqueles que se apropriaram indevidamente da vinha do Senhor. Trata-se de uma missão espiritual e evangélica, mas com uma clara dimensão crítica e profética!

Esta missão é tão urgente quanto difícil e conflituosa. Na parábola, Jesus menciona as agressões e espancamentos sofridos pelas pessoas enviadas. Quando os missionários não se limitam a propor doutrinas e celebrar ritos, correm o risco de se tornar pessoas indesejáveis e sofrer violências nas mãos dos ‘malvadamente maus’ ou dos ‘canalhas’, como diz o evangelista. A história remota e recente também registra as calúnias e torturas, as prisões e o martírio sofridos pelos profetas e testemunhas. Em alguns países da África e do Oriente Médio, mas não só, isso continua terrivelmente atual. O Pe. Júlio Lancelotti que o diga!

Tenhamos bem claro: a missão, como a entendemos hoje, não consiste em colher frutos para a instituição eclesial ou multiplicar suas agências, mas em cobrar o estabelecimento do direito de Deus no mundo: a implantação da justiça para os pobres, o reconhecimento da dignidade dos desprezados, a prioridade social dos últimos, o cuidado e a bondade gratuita para com todas as criaturas. Se estes frutos não forem encontrados, o Reino de Deus deve ser subtraído às elites e autoridades constituídas e entregue a pessoas, grupos e movimentos que produzam esses frutos, participem ou não dos nossos cultos e catequeses.

Jesus é o missionário enviado pelo Pai, modelo e o caminho de todos os/as missionários/as. Ele não se negou a pagar o preço que a missão lhe exigiu: foi caluniado, desprezado, descartado e crucificado. Foi tratado como uma pedra descartada porque considerada sem valor, inadequada e problemática pelos projetos de dominação e exclusão. Essa rejeição indesejada acabou revelando sua opção pessoal e o princípio norteador da sua vida. Nas Palavras do Papa Francisco: “a missão da Igreja encoraja a uma atitude de peregrinação contínua através dos vários desertos da vida, das várias experiências de fome e sede de verdade e justiça.”

O princípio norteador da missão de Jesus e dos seus discípulos/as é sair solidariamente ao encontro dos rejeitados e excluídos para estabelecer, em nome do Pai que os/as envia, uma primazia e uma dignidade que jamais prescreve: os grupos humanos e sociais aparentemente problemáticos e disfuncionais são a pedra-de-toque do Reino de Deus. Sem o anúncio de uma Boa Notícia aos pobres e sem a reversão social que coloca os últimos em primeiro lugar, não há Igreja nem missão fiéis a Jesus. É daqui que brota a alegria cristã, alegria inerente ao Evangelho, como vem sublinhando insistentemente o papa Francisco.

Esta é a perspectiva de todo trabalho autenticamente missionário: subverter os esquemas, inverter as prioridades, afirmar os excluídos como indispensáveis no projeto de um mundo que deseje ser humano. É nisso que a Igreja precisa empenhar continuamente todos os seus membros, todos os seus esforços e os melhores meios de que dispõe. A missão segue seu caminho de baixo para cima, da periferia para o centro, dos últimos para os primeiros. A parábola da pedra rejeitada pelos grandes e recolocada por Deus no centro, é a parábola da missão. Não deixemos que nos roubem essa genuína alegria!

Deus pai e mãe, cuidador e amante apaixonado da tua vinha: continua a suscitar homens e mulheres conscientes da própria fragilidade e da força do teu amor, e envia-os para cuidar do teu povo. Que eles/as não desanimem quando forem tratados/as como pedras inúteis na construção de muros. Que eles/as sintam a companhia inspiradora de Agostinho, Teresinha, André, Ambrósio, Mateus, Francisco e tantos outros. E que esta comunidade que nasce do lado aberto do teu filho empenhe seus melhores membros e meios na missão de testemunhar a comunhão fraterna e de anunciar a boa notícia aos pobres. Assim seja! Amém!

Itacir Brassiani msf

Profecia de Isaías 5,1-7 | Salmo 79 (80)

Carta de Paulo aos Filipenses 4,6-9 | Evangelho de São Mateus 21,33-43

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Dia 30 de setembro | Quarta-feira | 26ª Semana Comum

Evangelho segundo Lucas (9,57-62)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: É como a chuva que lava, é como o fogo que abrasa: tua Palavra é assim, não passa por mim sem deixar um sinal... (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=rVhD1ndBNbw)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 9,57-62

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)

·      Jesus está caminhando decididamente rumo a Jerusalém, e enfrenta hostilidades de vários grupos, até dos samaritanos

·      Os discípulos/as que o acompanham e decidiram compartilhar o sonho do Reino de Deus vão percebendo na pele as dificuldades

·      Respondendo aos três casos de “discípulos condicionais”, Jesus explicita uma espécie de “estatuto” do/a discípulo/a maduro/a

·      As exigências de Jesus não vem da relação com uma instituição, com uma moral ou com uma religião, mas com ele mesmo e com a novidade do Reino de Deus

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Que tipo de vínculos, apegos e medos limitam sua entrega incondicional à vida nova inaugurada por Jesus e o Reino?

·      O que Jesus diria respondendo às suas objeções e justificativas?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Que iniciativas e passos você poderia dar para se tornar um/a discípulo/a cada vez mais maduro e generoso de Jesus?

·      O que poderíamos fazer para que nossas comunidades não tenham tantos fiéis que se contentam em ser cumpridores de preceitos e não querem romper com valores e velhas práticas que mais escondem que testemunham o Reino de Deus?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção: Eu acredito que o mundo será melhor quando o menor que padece acreditar no menor! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=1rhGICFfgsg)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

“A Palavra de Deus impele a pessoa a relações animadas pela retidão e pela justiça, confirma o valor precioso aos olhos de Deus de todas as fadigas do homem para tornar o mundo mais justo e mais habitável. A própria Palavra de Deus denuncia, sem ambiguidade, as injustiças e promove a solidariedade e a igualdade” (Bento XVI, Verbum Domini, 100).

 

ELEMENTOS COMPLEMENTARES

Em pleno caminho rumo a Jerusalém, onde se daria um confronto duro e decisivo com as autoridades religiosas, Jesus e seus discípulos não foram acolhidos pelos cidadãos de um vilarejo da Samaria (cf. 9,51-56). Chateados, os discípulos pensaram em retaliação, mas Jesus simplesmente procura outro povoado. Eles vão percebendo as consequências de seguir alguém como Jesus.

Neste contexto, o evangelista apresenta três situações típicas de pessoas candidatas ao seguimento de Jesus, três experiências de encontro com ele. Um/a discípulo/a deve saber que seguir um mestre significa compartilhar com ele estilo de vida, sonho e destino. E Jesus é figura do profeta incômodo, e vive uma vida de refugiado, itinerante, sem alianças que possam-no proteger.

O primeiro exemplo típico mostra uma pessoa que parece ter tomado a decisão de seguir Jesus sem avaliar e sem pensar muito nas consequências. Jesus lembra que esta disponibilidade supõe plena consciência e compromisso de partilhar o destino de uma pessoa perseguida, sem nenhuma proteção ou promessa de comodidade ou sucesso.

O segundo exemplo apresenta um discípulo que, tendo sido chamado, não percebe a urgência de ruptura e entrega imediata, e quer adiar a resposta para quando tiver cumprido suas obrigações familiares. No terceiro, temos um discípulo que parece ceder à nostalgia, à dúvida e à incerteza. Quem quer ser discípulo/a de Jesus precisa morar o futuro, não o passado; buscar a novidade, não o que sempre foi; olhar para a frente, não para trás.

Nas condições interpostas por Jesus temos o estatuto do/a discípulo/a consciente e maduro/a. Tendo descoberto o tesouro do Reino de Deus, deixa tudo para viver novas relações e anunciar essa boa notícia.

 (Itacir Brassiani msf)