sábado, 12 de setembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (13.09.2020)

Dia 13 de setembro | Domingo | 24ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Mateus (18,21-35)

 A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar nossa surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, escutar e estudar em comunhão com os demais fiéis, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Reze, ouvindo ou cantando: Perdoai-nos ó Pai, as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos ofendeu! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=V4MEF96LtrQ)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 18,21-35

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)

·      Nossa pertença ao Reino de Deus e a vida nova que professamos no batismo tem na comunidade sua prova de fogo

·      As tensões e conflitos fazem parte da vida em qualquer grupo, mas nossa fé se mostra em como os enfrentamos

·      A parábola de hoje vem depois da pedagogia da reconciliação, sobre a qual meditamos no último domingo

·      Como Pedro, somos tentados a estabelecer um limite para nossa disposição de amar e perdoar, mas o limite do amor é amar sem limites

·      Como rezamos no Pai Nosso, o perdão recebido se torna perdão oferecido e praticado sempre de novo

·      A tentação na qual não podemos cair é estabelecer condições e limites para perdoar

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Retome cada palavra e cada comparação usada por Jesus e deixe que ressoem em sua vida

·      Você se viu alguma vez na situação paradoxal do empregado perdoado que usa de violência para com seu devedor?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Repita com sinceridade e confiança: “Perdoai as minhas ofensas, como eu perdoo a quem me ofendeu...”

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Evangelho de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e medite a Canção dos Imperfeitos: (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=74YRozXULzI)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

Exorto os Pastores da Igreja e os agentes de pastoral a fazer com que todos os fiéis sejam educados para saborear o sentido profundo da Palavra de Deus que está distribuída ao longo do ano na liturgia, mostrando os mistérios fundamentais da nossa fé” (Bento XVI, Verbum Domini, 52).

 

REFLEXÃO COMPLEMENTAR

Jesus parte de uma pergunta que Pedro faz, em nome dos discípulos: quantas vezes devemos perdoar? A comunidade dos discípulos/as vive tensões e ofensas. Pedro não escamoteia esta situação, mas pensa que perdoar até sete vezes seja um sinal suficiente de generosidade.

A resposta de Jesus é contundente: “Não até sete vezes, mas até setenta vezes sete!” O perdão aos irmãos e irmãs não pode ter limites, pois não é uma questão de número, mas de espiritualidade e ética. E, para ilustrar, Jesus conta uma parábola, contrapondo a prática esperada de um cristão com a de alguém que se nega a perdoar.

O foco de Jesus nesta parábola não é o nosso pecado, mas o pecado ou a dívida dos outros. Ou melhor: ao lado da figura do chefe de família, Jesus ressalta a relação iníqua e inconsequente de um empregado que é perdoado de uma grande dívida com um colega que lhe deve algo. Para Jesus, isso é inaceitável para um/a discípulo/a.

Jesus enfatiza a conexão entre receber perdão e dar perdão. O maior devedor, que pediu prazo mas recebeu o perdão imediato e total, se mostra surdo e indiferente aos apelos do irmão que não pede perdão, mas praz. Até os colegas ficam impressionados com tamanha violência.

Deus não impõe condições nem volta atrás em seu perdão. Mas espera que, tendo sido tratados com compaixão, façamos o mesmo com os outros. Todos somos pecadores insolventes e perdoados, e ninguém é melhor ou está acima de ninguém. Caso contrário, mostramos que nossa fé é vazia e estéril, que não aprendemos na casa do Pai, nem no caminho do Filho. A misericórdia recebida deve se transformar em perdão oferecido, sem teto!

 (Itacir Brassiani msf)

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