sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (12.09.2020)

Dia 12 de setembro | Sábado | 23ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (6,43-49)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade da Palavra, superar nossa surdez àquilo que não estão de acordo com as nossas opiniões ou preconceitos, escutar e estudar em comunhão com os demais fiéis, se constitui num caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos que propomos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos organizados podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Reze, ouvindo ou cantando: Tua Palavra é luz no meu caminho; luz no meu caminho, Senhor, tua Palavra é! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 6,43-49

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)

·      Nossa fé e adesão a Jesus precisa se mostrar em nosso estilo de vida, nas opções fundamentais e nas relações cotidianas

·      Como o fruto revela a qualidade da árvore o que tiramos do cofre mostra o que nele guardamos, nossa ação revela nossa fé

·      Sem a coerência entre escuta, entendimento e prática, nossa fé é como uma casa de fachada vistosa mas sem alicerce

·      É sempre deplorável a postura de “querer ensinar o padre a rezar a missa”, de corrigir a liberdade e a novidade de Jesus

·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Retome cada palavra e cada comparação usada por Jesus e deixe que ressoem em sua vida

·      Em que medida a fé que você demonstra em nossa família e comunidade carecem de coerência?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Repita com sinceridade e confiança: “Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os teus!”

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Evangelho de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e cante canção de São Francisco: Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OPzXNjH38Ac)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

A leitura literal praticada pelo fundamentalismo é uma traição tanto do sentido literal como do espiritual da Bíblia. Não levando em conta o carácter histórico da revelação bíblica, é incapaz de aceitar plenamente a verdade da própria Encarnação, evita a íntima ligação do divino e do humano nas relações com Deus. Por isso, trata o texto bíblico como se fosse ditado pelo Espírito, e não chega a reconhecer que a Palavra de Deus nos vem numa linguagem condicionada por uma dada época (Bento XVI, Verbum Domini, 44).


 

REFLEXÃO COMPLEMENTAR

Somente quem tem olhar limpo e coração puro está em condições de ajudar e criticar o outro. A misericórdia do Pai, que é bondoso tanto para com os bons como para os ingratos é a medida. Nessa mesma linha, Jesus hoje nos oferece critérios para reconhecer o/a discípulo/a autêntico. Não basta reconhecer Jesus como Senhor!

Como a razão de ser da árvore é produzir sombra, flores ou frutos, espera-se que o/a discípulo/a o demonstre naquilo que faz, nas relações que estabelece com pessoas e coisas. E este fruto está longe de ser um canto, uma oração, uma invocação, um exercício de piedade. Como vimos ontem, trata-se de ser misericordioso/a como ele.

É pelos frutos que produzimos em nossas relações que revelamos em quem acreditamos e demonstramos a qualidade da árvore que somos. Não podemos esperar coisa boa de gente que se orienta pelo ódio ou pela indiferença, e posta frases de piedade e fotos de pessoa devota.

As relações são exteriores, mas revelam as decisões interiores, os valores que nos orientam e que são preciosos para nós. Se nossa consciência é bem formada, se assumimos a escala de valores do Evangelho, se nos pautamos pela prática de Jesus, sempre tiraremos desse tesouro decisões e relações boas e construtivas.

O que se espera de nós é coerência entre a fé que professamos e aquilo que praticamos: seguir Jesus implica em levar a sério sua palavra e colocá-la em prática em todas as dimensões da vida. Caso contrário, seremos como as belas mansões construídas sem alicerce, sobre a terra: não resiste diante da menor prova ou força contrária.

Que a incoerência e a superficialidade não façam de nós videiras estéreis ou que produzem frutos amargos ou venenosos. Ou como casa que de bonito só tem fachada.

 (Itacir Brassiani msf)

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