segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (15.09.2020)

Dia 15 de setembro | Terça-feira | Nossa Senhora das Dores

Evangelho segundo Lucas (2,33-35)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar nossa surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, escutar e estudar em comunhão com os demais fiéis, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Mãe do céu morena (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Ji_XM9NrC4U)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 2,33-35

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)

·      Maria encontrou graça aos olhos de Deus, e se alegrou com a bondade e compaixão de Deus que seu filho manifestaria

·      As dores de Maria são as dores de quem ama e segue Jesus que, sendo seu filho, é também seu mestre

·      Por suas dores, Maria vive a comunhão solidária com todos os aflitos que padecem junto à cruz

·      Como estrela da evangelização, Maria sofre também nas dores dos discípulos/as missionários/as de todos os tempos

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Retome cada palavra, imagem ou expressão usadas por Simeão na sua bela e exigente profecia sobre Jesus, Maria e José

·      O que significa celebrar Nossa Senhora das Dores no contexto de medo, angústia, distanciamento, incertezas, dor e luto por causa da pandemia e da crise social que ela deflagrou?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Contemple as sete dores que a tradição identifica em Maria, e procure visualizar as novas dores que nosso tempo acrescenta às dores clássicas e antigas

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      O que poderíamos fazer para não reduzir a devoção a Nossa Senhora das Dores a uma questão intimista e individualista?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com o refrão: Imaculada, Maria de Deus, coração pobre acolhendo Jesus! Imaculada, Maria do povo, mãe dos aflitos que estão junto à cruz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ajpDGExuMN4)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

“Desejo chamar a atenção para a familiaridade de Maria com a Palavra de Deus. Ela Se identifica com a Palavra, e nela entra. Ela Se sente verdadeiramente em casa na Palavra de Deus, dela sai e a ela volta com naturalidade. Fala e pensa com a Palavra de Deus(Bento XVI, Verbum Domini, 28).

 

REFLEXÃO COMPLEMENTAR

Ao que parece, a devoção e a festa de Nossa Senhora das Dores remonta ao século XV, e tem origem na cidade de Colônia (Alemanha). As dores de Maria seriam sete: a profecia de Simeão a respeito dela e de Jesus; o exílio no Egito, com José e Jesus; e perda de Jesus no templo; o encontro com Jesus no caminho da cruz; a crucificação de Jesus; a morte de Jesus; o sepultamento de Jesus.

No encontro do velho Simeão com o casal José e Maria e o filho recém-nascido resplandece uma convicção: a bondade e a misericórdia de Deus brilha no mundo para todos os povos, sem nenhuma exclusão. Jesus e a salvação de Deus não pertencem exclusivamente ao povo de Israel. E essa é uma boa notícia que permite que Simeão parta em paz.

Mas, como luz que brilha para as nações, Jesus acaba também definindo a sorte de todas as pessoas que o encontram: ele provoca discernimento, evidencia as ambiguidades, torna-se fator de contradição. Diante dele e por ele, uns caem, outros se levantam; uns são rebaixados, outros são elevados. A luz sempre mostra tanto o que há de belo como o que há de feio.

Esta profecia de Simeão sobre Jesus recém-nascido causa admiração em José e Maria, que são abençoados por ele. Simeão bendiz os pais de Jesus, e não a Deus! Mas, dirigindo-se a Maria, adverte que ela sofrerá com o filho que trouxe no ventre e carrega nos braços.

As dores de Maria não se resumem às dores que sentiu ao ver o filho pregado na cruz. É também a dor de ver que o filho é um profeta rejeitado; de ver um povo cansado, abatido, esquecido por seus líderes, sem rumo; é também a dor que ela compartilha com os/as discípulos/as missionários humilhados/as e perseguidos/as. E, hoje, também a dor provocada pelos efeitos da pandemia.

 (Itacir Brassiani msf)

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