quarta-feira, 31 de março de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 344

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 344

Dia 01/04/2021 | Semana Santa | Ceia do Senhor

Evangelho segundo João (13,1-15)                                    


(1)     Coloque-se em atitude de oração       

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Prepare-se cantando: “Amai-vos uns aos outros...” (Clique aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=ucsNGlBPWJI)

 

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de João 13,1-15

·      Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·      Com esta cena, iniciamos a segunda parte do evangelho segundo João, na qual não aparece nenhuma cura ou milagre, totalmente focada na paixão

·      João é o único a oferecer a cena do Lava-pés, intimamente ligada à Ceia eucarística, como uma ilustração plástica do sentido da eucaristia

·      Jesus realiza este gesto como que materializando a paixão de Deus pelo ser humano, assumindo o lugar na fila e dando a vida sem reservas

·      Se Deus rejeita uma posição de superioridade ao ser humano comum, nega a Deus quem defende a desigualdade e a hierarquia absoluta

·      Amar o próximo como Jesus nos ama implica em rejeitar toda forma de hierarquização e em afirmar a dignidade inviolável de todo ser humano

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)   Medite a Palavra de Deus

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Leia atentamente, com a inteligência e o coração, com todos os sentidos, palavra por palavra, gesto por gesto, verbo por verbo, esta bela cena

·      Acompanhe o gesto de Jesus, permita que ele lave seus pés, e, principalmente, entenda o que ele quer transmitir com isso

·      Por que Pedro resiste ao gesto de Jesus? Será que, ao defender a superioridade de Jesus, ele não quer afirmar sua própria superioridade?

·      Por que nos custa tanto reconhecer a dignidade e os direitos humanos, a absoluta igualdade de todos os seres humanos?

·      O que a dignidade inviolável da pessoa humana, a igualdade de todos e o amor fraterno tem a ver com a Eucaristia?

 

(4)   Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·    Faça sua oração verbalizando seus sentimentos vendo Jesus inclinado diante de você e lavando seus pés

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

 

(6)   Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração do dia

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Medite e reze com canção que canta o lava-pés (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=JbEJ1Zwh5XI&t=19s)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

 

Algumas pistas sobre João 13,1-15

Com o lava-pés iniciamos a segunda parte do evangelho de João, que põe em cena o mistério da paixão de Jesus, e é introduzida pela última ceia, cuja narração se estende por três capítulos, recheados de diálogos entre Jesus e seus discípulos sobre questões absolutamente centrais.

Estamos próximos da festa da páscoa, e Jesus sabe que sua hora chegou. Então, ele se reúne com seus amigos numa refeição amistosa que, no costume judaico, precede a ceia pascal, marcada pela plena consciência em relação ao que está para acontecer. Ele não é como um profeta ou um mestre surpreendido por acontecimentos inesperados, mas caminha soberano e livre para a entrega da própria vida.

Com o aparecimento de um novo personagem, o diabo, que atua em Judas, o amor incondicional de Jesus pela humanidade se torna combate. É neste momento que ele se despoja do manto da divindade e se reveste do linho da humanidade para conduzi-la e mantê-la na sua amizade.  O despojamento da encarnação se radicaliza na ceia e na cruz. Abaixando-se para lavar os pés dos discípulos, Jesus faz o movimento da paixão. Jesus se despoja de sua condição divina para nos acolher, e retoma sua gloria na manhã da ressurreição.

Lavando os pés dos discípulos, Jesus repete o gesto de acolhida que Maria de Betânia havia feito a ele. Lavar os pés era um ofício degradante, um trabalho reservado aos escravos pagãos. Jesus lava nossos pés para que participemos da sua vida e missão de servo excluído. Assim, entende-se a resistência de Pedro resiste, mas, diante da insistência de Jesus, consente, inclusive pedindo com excesso.

Fazendo isso, Jesus não quer simplesmente demonstrar humildade. O que ele faz é rejeitar de forma contundente toda forma de superioridade e hierarquia, que não valoriza a dignidade de cada pessoa e perpetua a desigualdade. O amor e o serviço fraterno, especialmente aos mais vulneráveis, ritualizado no lava-pés, é o ensaio geral da vida cristã, a “prova dos nove” do amor a Deus.

 (Itacir Brassiani msf)

Pensamento da Fraternidade 2021

Observar a realidade evidencia a necessidade de se discutir as questões de gênero, não se limitando à igualdade entre os sexos, mas, compreendendo que a libertação das mulheres da situação histórica de opressão passa pela discussão da propriedade privada, da divisão sexual do trabalho, da laicidade do Estado e da Teologia quando impõe um patriarcado como modelo divino de hierarquia social. Além disso, é importante salientar que as relações sociais de classe, de gênero, de raça, de etnia estão historicamente interligadas”. (Texto-Base, § 67)

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

ANO B | SENANA SANTA | SOLENIDADE DA PAIXÃO E MORTE DO SENHOR | 03.04.2021

Na Cruz, destruiu os muros que separam e se fez nossa Paz!

O comércio não sabe o que fazer com esta sexta-feira, e um clima estranho envolve pessoas e cidades. Até mesmo as pessoas religiosamente mais indiferentes intuem que algo inexplicável aconteceu e acontece nesse dia. Uma multidão se reúne nos templos. É gente experimentada na dor, gente que percebe que neste dia se revela o que há de mais profundo no ser humano, o que há de mais violento e perigoso no seio da sociedade e que há de mais belo no coração de Deus. O mistério do mal atinge sua força mais terrível. A humanização de Deus atinge seu ponto mais luminoso. A entrega do ser humano a Deus se expressa em seu grau máximo.

Como todos os escravos e servos, excluídos e marginalizados, Jesus não tem aparência e beleza que possa atrair os olhares. Ele é como uma raiz em terra seca, como um indivíduo do qual escondemos o rosto. “Não parecia gente, tinha perdido a aparência humana.” Mas sua vida é semente, tem futuro! O Servo fiel não perde a vida, pois a doa livremente e, por isso, prolonga sua existência. Ele carrega nas costas a exclusão e o desprezo de muitos, e, por isso, a luz brilha em seu rosto e em todo seu corpo de servo. Ele confia seu destino nas mãos daquele que é o segredo da vida e assim vive naqueles que servem.

Nós conhecemos muito bem as tramas e traições que levaram à prisão e condenação de Jesus. São opções e atitudes que revelam o mistério da iniquidade e sua força nas pessoas e nas estruturas sociais. É um mal nada abstrato, que se expressa nos costumes, nas leis, nos medos, em todas as formas de ambição. Um mal que assume feições de cinismo, como quando as autoridades religiosas, tendo decidido matar Jesus, não entram no palácio do governador para não se tornarem impuras...  É este inexplicável mistério da iniquidade e violência que se multiplica e ameaça que faz com que seja noite às três horas da tarde...

Jesus não parece disposto a defender-se. Tem consciência de que nasceu e veio ao mundo para dar testemunho da verdade, para tornar palpável e digno de crédito o amor fiel de Deus pelas pessoas negadas em sua dignidade. Pilatos manda torturá-lo e, depois, o apresenta ao povo: “Eis o homem!” Fixemos o olhar neste personagem que realiza em grau pleno a vocação de todo ser humano. Nele descobrimos que a pessoa humana atinge sua plenitude quando não recua no propósito de dar a vida e de servir, quando não abre mão da solidariedade com as pessoas negadas em sua dignidade.

O ser humano maduro e liberto não é o ‘amigo de César’, a pessoa age sem autonomia, nem a autoridade religiosa, que ordena por medo, mas Aquele que transcende os interesses individuais e se põe a serviço de Deus e do seu projeto. Por isso, do alto da cruz, Jesus diz que, no seu corpo feito dom, a criação chega ao seu ápice: “Tudo está consumado.” Nele Deus chega ao máximo de si mesmo e se supera no esvaziamento. Nele o ser humano vence todos os limites e se faz dom e semente fecunda nas mãos de Deus. Nada há de mais amável e desejável que isso! Bendito seja Deus!

“O que é que vocês estão procurando?”, perguntou Jesus aos primeiros discípulos (Jo 1,38). E hoje, nesta sexta-feira da paixão, o que buscamos nós? Aqui só é licito buscar forças para caminhar na fé e perseverar no seguimento de Jesus, o amigo e servidor da humanidade. Do alto da cruz ele se dirige a Maria e lhe confia João: “Mulher, eis aí teu filho!” E, dirigindo-se ao discípulo, diz: “Eis aí tua mãe!” Assim, aos pés da cruz nasce uma nova família, não mais restrita aos laços de sangue ou de interesses mesquinhos, mas servidora de todos os humanos seres que querem viver e promover a vida.

É por isso que nesta santa sexta-feira nossa oração se abre numa universalidade que não deveria estar ausente de nenhuma celebração: rezamos pela Igreja, pelo papa e todos os ministros, mas também pela união das diferentes Igrejas cristãs, pelos judeus e pelos não cristãos, pelos que não acreditam em nada e ninguém, pelas autoridades e pela humanidade sofredora. Diante do crucificado, filho da humanidade e filho de Deus, aprendemos que os muros e fronteiras religiosas, políticas, econômicas e culturais não fazem o menor sentido e virarão ruínas. Pertencemos à humanidade, temos um destino comum.

Diante de ti, Jesus, Irmão da humanidade sofredora e servidora, prostramo-nos agradecidos/as e comprometidos/as. Nossas chagas e culpas pesam sobre teus ombros, mas o dom do teu amor sem fronteiras nos regenera. Tua Mãe e teu Amigo nos acolhem numa comunidade-semente de um mundo novo, e a água que brota do teu lado aberto nos livra de todos os medos. Beijamos enternecidos tuas chagas, pedindo que teu Espírito impeça que este beijo seja de traição. E assim seremos capazes de beijar e abraçar e acompanhar, mesmo em tempos de distanciamento social, a imensa caravana dos sofredores e servidores que só podem esperar em ti. Assim seja! Amém!

Itacir Brassiani msf

Profecia de Isaías 52,13-53,12 | Salmo 30 (31) | Carta de Paulo aos Hebreus 4,14-16.5,7-9 |  Evangelho  de São João 18,1-19,42

terça-feira, 30 de março de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 343

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 343

Dia 31/03/2021 | Semana Santa | Quarta-feira

Evangelho segundo Mateus (26,14-25)

 

(1)   Coloque-se em atitude de oração          

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Recorde o tema e o apelo da Campanha da Fraternidade Ecumênica

Prepare-se cantando o mantra “Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os teus!” (Clique aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=qpCS0gucq6c)

 

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 26,14-25

·      Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·      A cena que Mateus nos descreve hoje junta, num único momento e no mesmo lugar, a ceia de despedida e o anúncio da traição

·      O clima da ceia não é tranquilo, marcado que está por decepções, medos, frustrações, resistência e desistências, negações e traições

·      O questionamento que todos os Doze se fazem diante do anúncio de Jesus revela que a hipótese da traição rondava a todos

·      Mas o holofote se volta contra Judas, que toma a iniciativa de colaborar com os inimigos de Jesus e do Reino de Deus

·      Ele prefere a aliança com o status quo que com o dinamismo do Reino de Deus, e é compensado pelo equivalente a um salário

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)   Medite a Palavra de Deus

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Leia atentamente a narração de Mateus, e perceba o clima de tensão e as contradições que envolvem todos os discípulos

·      É possível perceber, por traz da traição, a ruptura de Judas com Jesus e sua proposta de comunhão do reino de Deus?

·      Será que a tentação de resistir, desistir, amaciar ou desviar do evangelho do diálogo e da acolhida não está nos rondando?

·      O que significa lembrar que a traição acontece na mesa da eucaristia e envolve os mais próximos de Jesus?

 

(4)   Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

 

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    O que fazer para evitar o “casamento” da “aceitação de Jesus” com práticas de intolerância, violência e exclusão, como vemos hoje?

 

(6)   Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração do dia

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Medite e reze com a conhecida canção “Um certo dia, à beira mar, apareceu um jovem galileu...” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=bB_TnwAv85U)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

 

Algumas pistas sobre Mateus 26,14-25

No evangelho segundo Mateus, do qual é extraída a cena que nos é proposta hoje, a ceia de despedida de Jesus é precedida pelo anúncio da traição de Judas. O fato é também narrado por João, mas com nuances bastante diferentes, e depois da ceia. Em todos os casos, ao celebrar a ceia pascal e assinar com ela seu testamento, Jesus se mostra bem consciente das “tramoias e traições” que o cercavam.

É importante notar que Jesus pede que a ceia pascal seja celebrada numa casa, no ambiente leigo e íntimo das pessoas que compartilham o sangue e o destino. É neste ambiente de intimidade e memória do evento fundador do povo de Deus, neste acontecimento da aliança nova e eterna de Deus com a humanidade, que a traição se desenvolve. Por isso, é também uma traição do espírito da comunidade e da ceia eucarística.

Mateus nos relata um fato estranho: é Judas, um dos Doze, que procura a elite religiosa para entregar-lhes Jesus, e eles nem precisavam dessa ajuda, pois sabiam muito bem quem era ele e por onde ele andava. A ação de Judas contrasta com a atitude de gratidão de uma mulher na casa de um leproso que fora curado por Jesus, um pouco antes.

Judas acerta com os sacerdotes, pelo seu “serviço sujo”, o equivalente a um mês de trabalho de um pastor, ou a indenização por um escravo ferido por um boi. Na verdade, a iniciativa estranha de Judas revela uma tendência geral de desistência, negação, traição e ruptura com Jesus. Mas nada muda a decisão de Jesus, e ele se mostra absolutamente consciente daquilo que estava ocorrendo.

Jesus fala que um dos Doze haveria de traí-lo, todos ficam aflitos e a se questionar, mas esperando uma resposta negativa. Então foco da cena faz convergir a nossa atenção para a figura de Judas, que faz a mesma pergunta e também espera uma resposta negativa, como que para encobrir ou disfarçar aquilo que o aproximava dos hipócritas que controlavam a religião e o templo. Ele não chama Jesus de Senhor mas de mestre, desobedecendo a proibição de Jesus.

 (Itacir Brassiani msf)

Pensamento da Fraternidade 2021

A consequência da adesão de Jesus Cristo ao projeto de Aliança com Deus foi a condenação à morte, pois seu modo fiel de viver a Palavra o colocou em contradição com os poderes de seu tempo. Mesmo sendo próximos a Jesus, aqueles discípulos (de Emaús) não conseguem compreender os fatos. Por vezes, estamos sujeitos ao mesmo risco: diante dos sinais de morte e com tanta informação, ficamos desorientados e incapazes de interpretar a realidade na qual estamos inseridos”. (Texto-Base, § 46)

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)