terça-feira, 30 de março de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 343

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 343

Dia 31/03/2021 | Semana Santa | Quarta-feira

Evangelho segundo Mateus (26,14-25)

 

(1)   Coloque-se em atitude de oração          

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Recorde o tema e o apelo da Campanha da Fraternidade Ecumênica

Prepare-se cantando o mantra “Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os teus!” (Clique aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=qpCS0gucq6c)

 

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 26,14-25

·      Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·      A cena que Mateus nos descreve hoje junta, num único momento e no mesmo lugar, a ceia de despedida e o anúncio da traição

·      O clima da ceia não é tranquilo, marcado que está por decepções, medos, frustrações, resistência e desistências, negações e traições

·      O questionamento que todos os Doze se fazem diante do anúncio de Jesus revela que a hipótese da traição rondava a todos

·      Mas o holofote se volta contra Judas, que toma a iniciativa de colaborar com os inimigos de Jesus e do Reino de Deus

·      Ele prefere a aliança com o status quo que com o dinamismo do Reino de Deus, e é compensado pelo equivalente a um salário

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)   Medite a Palavra de Deus

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Leia atentamente a narração de Mateus, e perceba o clima de tensão e as contradições que envolvem todos os discípulos

·      É possível perceber, por traz da traição, a ruptura de Judas com Jesus e sua proposta de comunhão do reino de Deus?

·      Será que a tentação de resistir, desistir, amaciar ou desviar do evangelho do diálogo e da acolhida não está nos rondando?

·      O que significa lembrar que a traição acontece na mesa da eucaristia e envolve os mais próximos de Jesus?

 

(4)   Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

 

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    O que fazer para evitar o “casamento” da “aceitação de Jesus” com práticas de intolerância, violência e exclusão, como vemos hoje?

 

(6)   Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração do dia

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Medite e reze com a conhecida canção “Um certo dia, à beira mar, apareceu um jovem galileu...” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=bB_TnwAv85U)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

 

Algumas pistas sobre Mateus 26,14-25

No evangelho segundo Mateus, do qual é extraída a cena que nos é proposta hoje, a ceia de despedida de Jesus é precedida pelo anúncio da traição de Judas. O fato é também narrado por João, mas com nuances bastante diferentes, e depois da ceia. Em todos os casos, ao celebrar a ceia pascal e assinar com ela seu testamento, Jesus se mostra bem consciente das “tramoias e traições” que o cercavam.

É importante notar que Jesus pede que a ceia pascal seja celebrada numa casa, no ambiente leigo e íntimo das pessoas que compartilham o sangue e o destino. É neste ambiente de intimidade e memória do evento fundador do povo de Deus, neste acontecimento da aliança nova e eterna de Deus com a humanidade, que a traição se desenvolve. Por isso, é também uma traição do espírito da comunidade e da ceia eucarística.

Mateus nos relata um fato estranho: é Judas, um dos Doze, que procura a elite religiosa para entregar-lhes Jesus, e eles nem precisavam dessa ajuda, pois sabiam muito bem quem era ele e por onde ele andava. A ação de Judas contrasta com a atitude de gratidão de uma mulher na casa de um leproso que fora curado por Jesus, um pouco antes.

Judas acerta com os sacerdotes, pelo seu “serviço sujo”, o equivalente a um mês de trabalho de um pastor, ou a indenização por um escravo ferido por um boi. Na verdade, a iniciativa estranha de Judas revela uma tendência geral de desistência, negação, traição e ruptura com Jesus. Mas nada muda a decisão de Jesus, e ele se mostra absolutamente consciente daquilo que estava ocorrendo.

Jesus fala que um dos Doze haveria de traí-lo, todos ficam aflitos e a se questionar, mas esperando uma resposta negativa. Então foco da cena faz convergir a nossa atenção para a figura de Judas, que faz a mesma pergunta e também espera uma resposta negativa, como que para encobrir ou disfarçar aquilo que o aproximava dos hipócritas que controlavam a religião e o templo. Ele não chama Jesus de Senhor mas de mestre, desobedecendo a proibição de Jesus.

 (Itacir Brassiani msf)

Pensamento da Fraternidade 2021

A consequência da adesão de Jesus Cristo ao projeto de Aliança com Deus foi a condenação à morte, pois seu modo fiel de viver a Palavra o colocou em contradição com os poderes de seu tempo. Mesmo sendo próximos a Jesus, aqueles discípulos (de Emaús) não conseguem compreender os fatos. Por vezes, estamos sujeitos ao mesmo risco: diante dos sinais de morte e com tanta informação, ficamos desorientados e incapazes de interpretar a realidade na qual estamos inseridos”. (Texto-Base, § 46)

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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