domingo, 27 de setembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (28.09.2020)

Dia 28 de setembro | Segunda-feira | 26ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (9,46-50)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: É como a chuva que lava, é como o fogo que abrasa: tua Palavra é assim, não passa por mim sem deixar um sinal... (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=rVhD1ndBNbw)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 9,46-50

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)

·      Jesus está dedicado a um intenso e difícil processo de formação dos seus discípulos/as, que tem dificuldades de entender e aderir ao seu caminho de despojamento e compaixão

·      Enquanto Jesus fala de despojamento, os discípulos aspiram e competem pelos primeiros lugares e, ao mesmo tempo, se entendem os únicos e legítimos enviados de Jesus

·      Jesus trata criticamente desse interesse, respondendo com um gesto e com algumas afirmações de valor

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Como você se sente e que desejos movem você na atuação como liderança da comunidade eclesial?

·      Como você vê, trata e fala dos cristãos que pertencem a outras igrejas e pregam e agem em nome de Jesus e seu Evangelho?

·      Qual o sentido das afirmações “aquele que entre vocês é o menor, este é o maior” e “quem não está contra vocês, está a favor” para o tempo que vivemos?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Reze com o Salmo 131: “Senhor, o meu coração não se elevou nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes matérias, nem em coisas muito elevadas para mim. Tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma está como uma criança desmamada...”

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção: Eu acredito que o mundo será melhor quando o menor que padece acreditar no menor! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=1rhGICFfgsg)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

“O anúncio da Palavra tem como conteúdo o Reino de Deus, que é a própria pessoa de Jesus. Não se trata de anunciar uma palavra anestesiante, mas desinstaladora, que chama à conversão, que torna possível o encontro com Ele, através do qual floresce uma humanidade nova” (Bento XVI, Verbum Domini, 93).

 

ELEMENTOS COMPLEMENTARES

Os discípulos amarguram uma terrível dificuldade de entender e aceitar o caminho de despojamento e compaixão pelo qual Jesus vai realizar sua missão. Enquanto Jesus sublinha essa “opção não opcional” e se empenha em corrigir as posturas equivocadas dos discípulos, estes gastam energias discutindo quem deles é o maior.

Isso está estampado na cara deles, e Jesus não precisa que ninguém o informe sobre isso. Para Jesus, o bom, o melhor entre os humanos é o que se faz igual a todos. Para ele, todas as pessoas tem dignidade e são acolhidas por Deus, inclusive prostitutas e outras pessoas tratadas publicamente como pecadoras. Se é assim, não há motivo para competições e ciúmes destruidores.

Jesus oferece esta importante lição a seus discípulos/as recorrendo a duas linguagens: um gesto e uma afirmação fundamental. Primeiro, chama uma criança para junto de si (lugar cobiçado por aqueles que se consideravam mais importantes). Depois, declara que ele mesmo é igual a esta criança desprezada, e quem faz algo de bom a ela, o faz a Jesus, pois o menor é que deve vir primeiro lugar. Grandes são os pequenos, e aqueles/as que os acolhem.

Até aqui, Jesus está tratando das relações internas da comunidade, pedindo que se tratem como Jesus os trata. Mas, em seguida, passa à relação entre aqueles que o seguem e fazem parte do grupo definido de discípulos/as e outras pessoas que o seguem de modo diferente, mas prolongam a compaixão que ele praticou e pediu.

Os discípulos, com João à frente, querem proibir que pessoas que não estão com eles façam o bem em nome de Jesus. Pensam que somente eles podem agir em nome de Jesus. Mas Jesus não pensa assim, e diz um “Não!” claro e contundente à tentação do elitismo e da competição.

 (Itacir Brassiani msf) 

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