Uma vida que vem de
graça merece ser festejada 765 | 05.07.2025 | Mateus
9,14-17
Ontem meditamos sobre o texto de Mt 9,9-13, que
narra o chamado de Mateus e a festa que ele deu a Jesus na sua casa. Participaram
da festa muitos pecadores e excluídos, como ele. Diante do escândalo dos
fariseus, Jesus dizia que Deus quer misericórdia, e não sacrifícios, e que são
os doentes os que precisam de médico. E é assim que ele faz: derruba todos os
muros que separam e degraus que hierarquizam, e estabelece a igualdade.
Na cena de hoje, quem se aproxima é um discípulo de João Batista. Ele estranha
o comportamento de Jesus que, segundo seu grupo, é pouco piedoso em relação ao
jejum. E o mesmo comportamento
questionável é assumido pelos discípulos. “Por que razão nós e os fariseus
praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” Não parece ser uma acusação,
mas um questionamento sincero de quem havia recebido uma clara ordem de jejum e
penitência e estava à espera do messias prometido pelos profetas.
Para Jesus, o tempo de espera terminou, o Sol da justiça raiou, o Noivo
amado celebrou suas núpcias e o clima só pode ser de alegria. Os estrangeiros,
doentes e pecadores, e todos os excluídos, são perdoados gratuitamente. Não há mais
lugar para o jejum, que é uma prática para suplicar o perdão de Deus. A chegada
de Jesus, o Messias esperado, perdoa os pecados e altera radicalmente a
situação social e espiritual.
Para ilustrar a novidade do tempo que inaugura, Jesus lança mão de três
alegorias ligadas à vida cotidiana do seu povo e de fácil compreensão para
todos: é inadmissível fazer luto e jejum quando estamos festejando de casamento
de uma pessoa querida; é idiotice colocar um remendo de pano novo e bom num
tecido totalmente arruinado; é inapropriado guardar vinho novo em barris velhos
e frágeis, que podem pôr tudo a perder.
Os discípulos de Jesus vivem em comunidades alternativas,
dedicados a acolher as pessoas e grupos marginalizados e a celebrar a alegria
da chegada do “tempo da graça”, da festa dos pequenos. As práticas antigas são
como roupa velha e como uma pipa apodrecida. É tempo de abandonar as velhas
lições de morrer pela pátria e viver sem razões. Esperar não é saber. É preciso
fazer a hora, sem esperar acontecer.
Sugestões para a
meditação
§ Como poderíamos descrever hoje a novidade do estilo de vida
inaugurado e proposto por Jesus?
§ Quais seriam as práticas antigas que o Evangelho considera superadas,
mas que muita gente ainda continua pregando?
§ Quais seriam os principais remendos que uma vida pouco
cristã tenta pregar o tecido apodrecido do capitalismo e do egoísmo?
§ O que podemos fazer para tornar a vida cristã mais alegre,
leve e libertadora?