246 | Ano B | Tempo Comum | 4ª Semana, Quinta-feira
| Marcos 6,7-13
01/02/2024
No
episódio anterior (v. 1-6), o esperado encontro de Jesus com sua família e seus
conterrâneos de Nazaré terminou em desencontro. Jesus percebeu que, como muitos
profetas, ele não era reconhecido pelas pessoas mais próximas dele, tanto do
povoado como da própria família. Eles também eram vítimas da ideologia que não
consegue acreditar na força dos fracos.
Mas
Jesus não se rende às objeções a um Deus que assume a condição humana
humilhada. Os sinais mais eloquentes e transformadores do Reino de Deus vêm
exatamente da ação dos pequenos e marginalizados. Que eles atuem de forma
pública e transformadora é um sinal da libertação já conquistada. O Reino de
Deus não depende da eficácia dessas ações, pois o fato de os amordaçados
falarem já é a libertação em curso.
Indiferente
a este desprezo, Jesus põe sua confiança naquela gente pequena e desprezada que
ele acolheu e escolheu para a sua comunidade-semente, a nova família que ele
reuniu em torno do Evangelho. E os envia para multiplicar sua ação emancipadora
por doze, sem o apoio de meios potentes, que só fazem impressionar e intimidar.
Seria como negar com os fatos a Boa Notícia que anunciavam com as palavras.
É este o
significado das recomendações que Jesus faz àqueles e aquelas que envia: não
levar reserva de alimentação, nem reserva técnica de dinheiro; dispensar também
as roupas desnecessárias; levar apenas o cajado e calçar sandálias, para
facilitar e agilizar as caminhadas. Mas Jesus pede que eles não deixem de fazer
o que é indispensável: não atuem sozinhos, mas em companhia de outros;
convertam os pensamentos elitistas, que menosprezam os pobres; curem os doentes
e libertem as pessoas dominadas, para que possam viver plenamente; evitem
retaliações violentas contra aqueles que não os ouvem nem acolhem.
Eis
o essencial da missão, em qualquer tempo e lugar: sair ao encontro como
amigos/as e hóspedes; confiar na força libertadora da fragilidade; manter a
abertura e o diálogo; fazer bem e fazer bem sem olhar a quem.
Meditação:
ü Releia o texto com atenção, interagindo com
Jesus e com aqueles que ele escolheu e instruiu para a missão
ü Em que medida nós e nossas comunidades ainda
não conseguimos aceitar a importância das ações frágeis e pequenas?
ü Você acredita mesmo que este mundo será melhor
quando o menor que padece acreditar no menor?
ü Como superar a tentação de confiar apenas nos
meios potentes e nos agentes mais poderosos para desenvolver nossa missão?