226 | Ano B | Tempo Comum | 1ª Semana | Sexta-feira
| Marcos 2,1-12
12/01/2024
A cena do evangelho de ontem terminou com o homem
leproso curado e atuando como apóstolo, e Jesus escondendo-se para despistar os
piedosos delatores (“Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade”). A
cena de hoje está situada de novo em Cafarnaum, onde Jesus havia passado a
residir com os discípulos.
Em Cafarnaum, Jesus continua a atividade própria de
um profeta e mestre: o ensino sobre o Reino de Deus, mas desta vez nas casas, e
não na sinagoga, espaço controlado pelos doutores da lei. O povo se reuniu, e
até o pátio da casa ficou apinhado de gente. É a dificuldade de atravessar a
multidão e chegar até a presença de Jesus que leva um grupo de pessoas a uma
impressionante expressão de fé.
Como sempre, a fé abre horizontes e mobiliza as
energias para encontrar soluções humanas para os problemas humanos. Um quarteto
de homens, carregando uma maca com um homem paralítico sobe no telhado da casa,
abre um buraco e baixa a maca com o paralítico bem à frente de Jesus. Aquilo
que para alguns pode parecer ridículo ou extravagante, Jesus interpreta como
límpido sinal de fé, capaz de estimular uma resposta compassiva.
Vendo a fé e o empenho daquelas pessoas, Jesus
declara que os pecados do paralítico (que, segundo a moral de em tão, seriam a
causa da paralisia) não existem mais. É isso que significa dizer que os pecados
estão perdoados. Os doutores da lei, que há mais tempo estavam ao encalço de
Jesus, consideraram isso uma blasfêmia intolerável. Para eles, somente Deus, e
através deles e do templo, poderia perdoar pecados.
E,
para deixar bem claro que reinsere os excluídos na sociedade e o faz em nome de
Deus, Jesus ordena que o homem perdoado se coloque de pé, tome sua cama e vá para
casa. E assim aconteceu, diante dos olhos esbugalhados dos doutores e da
admiração do povo, que nunca tinha visto algo assim: alguém que, por amor e
afirmação da dignidade, levanta o manto da exclusão ajuda as pessoas a
caminharem com autonomia.
Meditação:
ü Perceba
o ódio e a violência que alimenta a postura aparentemente piedosa dos doutores
da lei, incapazes de ver a dor humana
ü Quais
são as pessoas que você e sua família estão ajudando a chegar a Jesus e seu
Evangelho para serem libertadas
ü Você
pode dizer que superou totalmente a ideia de que as doenças e sofrimentos são
castigo de Deus por algum pecado cometido?
ü Como
os cristãos podemos atuar para desfazer o falso vínculo entre sofrimento ou
doença e as culpas ou pecados pessoais?
Nenhum comentário:
Postar um comentário