231 | Ano B | Tempo Comum | 2ª Semana | Quarta-feira
| Marcos 3,1-6
17/01/2024
No final do
trecho do evangelho de ontem, Jesus se declara Senhor do sábado e Senhor da
casa comum. Nenhuma lei, costume ou instituição pode ser colocada acima ou
contra ele e o Reino de Deus, ao qual ele serve. Para Jesus, o que conta é a
Vida, o Dom e a Gratuidade, e não os deveres e haveres.
O trecho do
evangelho de marcos que estamos meditando hoje é uma espécie de teatro
político: é uma provocação de Jesus aos defensores da lei e da ordem, e uma
demonstração de que ele é um transgressor da lei. É isso que representa a cura
do homem de mão seca, na sinagoga dos judeus, em pleno sábado. Essa ação é um
questionamento do edifício ideológico da lei judaica.
Marcos diz que,
na sinagoga, “havia algumas pessoas espiando”, buscando motivos para acusar
Jesus. No final (v. 6), essas pessoas são identificadas como fariseus. Jesus
poderia ter evitado o confronto curando o homem num dia comum e num lugar
discreto. Mas ele quer sublinhar a novidade do Reino de Deus e a caducidade do
sistema legal defendido pelos fariseus.
Chamando o homem
doente e pedindo que ele vá para o centro da assembleia, Jesus provoca: no
sábado, a lei permite ou manda fazer o bem e salvar uma vida, ou fazer o mal e
condenar? Os fariseus se calam, não porque não sabem a resposta, mas para fugir
da autoincriminação. Jesus fica triste e irritado por causa da dureza e da maldade
deles, mas triste também, provavelmente, porque percebeu que havia selado seu
destino.
Estabelecida a
diferença de perspectivas entre Jesus e os defensores do templo, o homem
estende a mão e, sem qualquer intervenção de Jesus, fica curado. E os fariseus,
que acusam Jesus por ter feito o bem a uma pessoa necessitada em dia de sábado,
decidem, no sábado, fazer um mal maior: condenar Jesus à morte.
Jesus pede que
estendamos a mão a ele e sejamos curados, para que nossa mão se estenda para
servir quem precisa, para lutar com eles. Mas espera também que tenhamos a
corajosa liberdade de enfrentar e desmascarar os sistemas que oprimem os
pobres.
Meditação:
ü Contemple a cena e as palavras: os
personagens; a vigilância acusadora dos fariseus; a pergunta e os gestos de
Jesus
ü Você acha que podemos assumir este ensino e
esta ação de Jesus como regra para nossa vida religiosa e social?
ü Você já se deu conta alguma vez de estar
usando a palavra de Deus e a fé para se omitir e se desculpar de fazer algo
pelos outros?
ü O que nos amarra e nos impede de assumir a
atitude livre, corajosa e libertadora de Jesus para fazer o bem a quem mais
precisa?
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