234 | Ano B | Tempo Comum | 2ª Semana | Sábado | Marcos
3,20-21
20/01/2024
Ontem vimos que
Jesus pede que estendamos a mão a ele para que sejamos curados, para que nossa
mão se estenda para servir gratuitamente quem precisa, para lutar por causas
justas e humanas. Mas ele espera também que tenhamos a corajosa liberdade de
enfrentar e desmascarar os sistemas que oprimem os pobres, inclusive usando o
nome de Deus.
Depois de atender
as necessidades de muita gente, Jesus começa a se ocupar mais com a evangelização
e ensino e a formação dos seus discípulos. Ao redor de Jesus, aparecem dois
grupos: as multidões, que buscam ajuda; os discípulos, que o seguem como
mestre. Jesus tem consciência de que a missão de anunciar e promover o Reino de
Deus precisa de mais gente para se estender no tempo e no espaço.
Chamando um grupo
de doze entre os muitos discípulos/as, Jesus constitui uma comunidade para
encarnar e prosseguir sua missão, um núcleo visível do Reino de Deus, uma nova
família convocada a viver de modo alternativo e contracorrente. A nova aliança
de Jesus é protagonista gera um povo novo e pede uma nova liderança, diferente
dos fariseus, sacerdotes e escribas. Com este chamamento e essa constituição,
Jesus descarta os velhos líderes.
Na verdade, o
grupo dos doze é uma espécie de comitê revolucionário, de governo em situação
de exílio, de comunidade de resistência e alternativa na construção de um outro
mundo. É uma espécie de confederação de tribos, baseada em laços de
solidariedade e não de sangue, e que substitui a confederação das tribos de
Israel, criada depois do êxodo.
O grupo dos doze
apóstolos não está fechado, nem acima do círculo dos demais discípulos/as. Sua
identidade e missão é estar próximo de Jesus para assimilar seu modo de ser e,
quando isso estiver consolidado, ser enviado para pregar a novidade e a
liberdade do Reino de Deus, com a autoridade e a coerência de Jesus, inclusive
a com a capacidade de expulsar demônios, que é a libertação da dominação
interiorizada. Não podemos esquecer que a missão de evangelizar é um confronto
com os poderes estabelecidos.
Meditação:
ü Participe da cena, subindo à montanha com
Jesus e seus discípulos, ouvindo seu nome entre os chamados e enviados
ü O que significa concretamente e hoje, para
você e sua família, ser chamado/a por Jesus para “ficar com ele” e ser enviado
em missão?
ü Quem é que, em determinadas situações, acaba
sendo sucessor de Judas Iscariotes, aquele que traiu Jesus, sua confiança e sua
missão
ü Que passos e que atitudes nossas comunidades
eclesiais devem assumir para escolher aqueles/as que têm o carisma para
animá-las e dirigi-las?
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