sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

O Evangelho na vida de cada dia (234)

234 | Ano B | Tempo Comum | 2ª Semana | Sábado | Marcos 3,20-21

20/01/2024

Ontem vimos que Jesus pede que estendamos a mão a ele para que sejamos curados, para que nossa mão se estenda para servir gratuitamente quem precisa, para lutar por causas justas e humanas. Mas ele espera também que tenhamos a corajosa liberdade de enfrentar e desmascarar os sistemas que oprimem os pobres, inclusive usando o nome de Deus.

Depois de atender as necessidades de muita gente, Jesus começa a se ocupar mais com a evangelização e ensino e a formação dos seus discípulos. Ao redor de Jesus, aparecem dois grupos: as multidões, que buscam ajuda; os discípulos, que o seguem como mestre. Jesus tem consciência de que a missão de anunciar e promover o Reino de Deus precisa de mais gente para se estender no tempo e no espaço.

Chamando um grupo de doze entre os muitos discípulos/as, Jesus constitui uma comunidade para encarnar e prosseguir sua missão, um núcleo visível do Reino de Deus, uma nova família convocada a viver de modo alternativo e contracorrente. A nova aliança de Jesus é protagonista gera um povo novo e pede uma nova liderança, diferente dos fariseus, sacerdotes e escribas. Com este chamamento e essa constituição, Jesus descarta os velhos líderes.

Na verdade, o grupo dos doze é uma espécie de comitê revolucionário, de governo em situação de exílio, de comunidade de resistência e alternativa na construção de um outro mundo. É uma espécie de confederação de tribos, baseada em laços de solidariedade e não de sangue, e que substitui a confederação das tribos de Israel, criada depois do êxodo.

O grupo dos doze apóstolos não está fechado, nem acima do círculo dos demais discípulos/as. Sua identidade e missão é estar próximo de Jesus para assimilar seu modo de ser e, quando isso estiver consolidado, ser enviado para pregar a novidade e a liberdade do Reino de Deus, com a autoridade e a coerência de Jesus, inclusive a com a capacidade de expulsar demônios, que é a libertação da dominação interiorizada. Não podemos esquecer que a missão de evangelizar é um confronto com os poderes estabelecidos.

 

Meditação:

ü  Participe da cena, subindo à montanha com Jesus e seus discípulos, ouvindo seu nome entre os chamados e enviados

ü  O que significa concretamente e hoje, para você e sua família, ser chamado/a por Jesus para “ficar com ele” e ser enviado em missão?

ü  Quem é que, em determinadas situações, acaba sendo sucessor de Judas Iscariotes, aquele que traiu Jesus, sua confiança e sua missão

ü  Que passos e que atitudes nossas comunidades eclesiais devem assumir para escolher aqueles/as que têm o carisma para animá-las e dirigi-las?

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