236 | Ano B | Tempo Comum | 3ª Semana | Segunda-feira
| Marcos 3,22-30
22/01/2024
No texto evangélico de hoje, Jesus
continua sob “fogo cruzado”, vindo de todos os lados. Os defensores e
professores da Lei, com a cabeça formada pelo templo de Jerusalém, não
conseguem entender a ação de Jesus, e fazem-lhe uma acusação muito grave: ele
seria um colaborador de Satanás, e sua ação libertadora seria sustentada pelo
Diabo.
Jesus entra na discussão para se
defender e procura mostrar a falácia da acusação que dirigem contra ele
recorrendo a duas breves parábolas. Ele pergunta se um reino ou uma família
dividida internamente tem força para se manter de pé. E pergunta também se um
ladrão pode entrar na casa de alguém para roubar seus bens sem antes sequestrar
ou prender seu proprietário.
Jesus passa das parábolas à realidade
concreta. Se ele está expulsando demônios em nome de Satanás, então o Diabo
estaria dividido internamente, e o fracasso seria inevitável. Mas se Jesus está
expulsando demônios por força e mandato de Deus, ele dominou e amarrou aquele
que mantinha o domínio e o controle das pessoas doentes ou possuídas.
E Jesus vai adiante, com uma afirmação
forte e desconcertante: qualquer blasfêmia será perdoada, menos a blasfêmia
contra o Espírito Santo. O que seria esta blasfêmia que fecha toda e qualquer
possibilidade de perdão, colocando limites à misericórdia e à vontade
reconciliadora de Deus?
Trata-se da negação da realidade na sua
mais profunda evidência, ou então da afirmação que rotula a ação libertadora de
Deus como maldade e as injustiças mais horrendas como beneficência. Nestes
casos, a rigidez e o fechamento são de tal magnitude que impedem a entrada de
qualquer raio de luz, que recusam toda e qualquer iniciativa de Deus, que torcem
tudo o que é reto e querem adoçar tudo o que é podre.
É verdade que Jesus dirige estas
palavras aos doutores da lei. Mas elas nos colocam no mínimo em atitude de
alerta. Basta não esquecer a postura de alguns grupos em relação às
interpelações do Papa e à vacinação contra a Covid-19, especialmente das
crianças.
Meditação:
ü Contemple a cena: os doutores da lei acusando
Jesus, e Jesus debatendo com eles e mostrando a falta de sentido da acusação
ü Você percebe que hoje há gente que entorta o
que é reto e acusa de mal-intencionadas muitas iniciativas que libertam os
pobres?
ü Quais seriam as razões para que pessoas
católicas (“gente do bem”) sejam tão resistentes à dimensão social do Evangelho
de Jesus?
ü Que atitude poderíamos tomar diante de setores
da própria Igreja que taxam o Papa de comunista e traidor do Evangelho?
Nenhum comentário:
Postar um comentário