242 | Ano B | Tempo Comum | 4ª Semana, Domingo | Marcos
1,21-28
28/01/2024
Estamos meditando as palavras e ações de Jesus
durante a semana inaugural da sua missão. Depois de proclamar de forma resumida
e enfática a que veio – “o tempo de espera terminou; o reino de Deus está
próximo; mudem o modo de pensar; creiam nessa boa notícia” – ele vai à sinagoga
de Cafarnaum e realiza o primeiro sinal de que o Reino de Deus de fato
desabrochou.
Seu ensino sobre o Reino de Deus provoca encanto e
admiração: não é como a doutrina repetitiva e impositiva dos doutores da lei.
Na sinagoga, lugar especial do ensino sobre a lei de Deus, ocorre o primeiro
confronto de Jesus com os doutores da lei, que eram os senhores do púlpito e de
todo aquele espaço. Enquanto Jesus ensina que o Reino de Deus é graça e
libertação, os doutores repetem que é preciso cumprir a lei, custe o que
custar.
Com seu ensino sobre o Reino de Deus, Jesus ataca a
legitimidade dos doutores. Eles atuam na sinagoga, que é o cerne da ordem
social do judaísmo. São eles que falam pela boca daquele possuído por um
espírito imundo. São eles que percebem com temor que estão perdendo a
influência sobre o povo. Mais adiante, eles dirão que o próprio Jesus está
possuído por um espírito imundo, pois veem nele um intruso hostil à ordem que
eles defendem.
Prestando atenção ao evangelho de Marcos,
percebemos que Jesus fala pouco e age muito. E a primeira ação pública que ele
realiza é calar a voz daqueles que dizem que Jesus veio para incomodar e
destruir. Espírito imundo é o filho da mentira, e a ação de Jesus não é um
gesto típico de um exorcista, mas um sinal da libertação suscitada pelo Reino
de Deus. Nos evangelhos, a ação de expulsar espíritos maus ou demônios
caracteriza a vitória de Deus sobre as resistências ao seu Reino.
O
ministério de compaixão e libertação de Jesus provoca espanto e admiração. E o
povo começa a se perguntar o que isso significa e qual é a identidade de Jesus.
Enquanto isso, as autoridades religiosas ficam inquietas e indignadas. Eles
percebem desde logo que a ação libertária e solidária de Jesus vai minando
desde as bases o sistema ideológico e social que eles defendem.
Meditação:
ü Releia o texto com a imaginação, acompanhando
Jesus na sinagoga de Cafarnaum, seu ensino e as reações que provoca
ü Preste atenção na objeção dos doutores da lei
a Jesus, pela boca de uma pessoa possuída por um espírito imundo
ü O que significa a ousadia de Jesus em ensinar
com autoridade na própria casa dos detentores do direito de ensinar?
ü Você acha que Jesus veio para destruir a zona
de conforto de quem deseja viver sua fé sem se importar com os pobres?
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