sábado, 27 de janeiro de 2024

O Evangelho na vida de cada dia (242)

242 | Ano B | Tempo Comum | 4ª Semana, Domingo | Marcos 1,21-28

28/01/2024

Estamos meditando as palavras e ações de Jesus durante a semana inaugural da sua missão. Depois de proclamar de forma resumida e enfática a que veio – “o tempo de espera terminou; o reino de Deus está próximo; mudem o modo de pensar; creiam nessa boa notícia” – ele vai à sinagoga de Cafarnaum e realiza o primeiro sinal de que o Reino de Deus de fato desabrochou.

Seu ensino sobre o Reino de Deus provoca encanto e admiração: não é como a doutrina repetitiva e impositiva dos doutores da lei. Na sinagoga, lugar especial do ensino sobre a lei de Deus, ocorre o primeiro confronto de Jesus com os doutores da lei, que eram os senhores do púlpito e de todo aquele espaço. Enquanto Jesus ensina que o Reino de Deus é graça e libertação, os doutores repetem que é preciso cumprir a lei, custe o que custar.

Com seu ensino sobre o Reino de Deus, Jesus ataca a legitimidade dos doutores. Eles atuam na sinagoga, que é o cerne da ordem social do judaísmo. São eles que falam pela boca daquele possuído por um espírito imundo. São eles que percebem com temor que estão perdendo a influência sobre o povo. Mais adiante, eles dirão que o próprio Jesus está possuído por um espírito imundo, pois veem nele um intruso hostil à ordem que eles defendem.

Prestando atenção ao evangelho de Marcos, percebemos que Jesus fala pouco e age muito. E a primeira ação pública que ele realiza é calar a voz daqueles que dizem que Jesus veio para incomodar e destruir. Espírito imundo é o filho da mentira, e a ação de Jesus não é um gesto típico de um exorcista, mas um sinal da libertação suscitada pelo Reino de Deus. Nos evangelhos, a ação de expulsar espíritos maus ou demônios caracteriza a vitória de Deus sobre as resistências ao seu Reino.

O ministério de compaixão e libertação de Jesus provoca espanto e admiração. E o povo começa a se perguntar o que isso significa e qual é a identidade de Jesus. Enquanto isso, as autoridades religiosas ficam inquietas e indignadas. Eles percebem desde logo que a ação libertária e solidária de Jesus vai minando desde as bases o sistema ideológico e social que eles defendem.

                                                                           

Meditação:

ü  Releia o texto com a imaginação, acompanhando Jesus na sinagoga de Cafarnaum, seu ensino e as reações que provoca

ü  Preste atenção na objeção dos doutores da lei a Jesus, pela boca de uma pessoa possuída por um espírito imundo

ü  O que significa a ousadia de Jesus em ensinar com autoridade na própria casa dos detentores do direito de ensinar?

ü  Você acha que Jesus veio para destruir a zona de conforto de quem deseja viver sua fé sem se importar com os pobres?

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