quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

O Evangelho na vida de cada dia (246)

246 | Ano B | Tempo Comum | 4ª Semana, Quinta-feira | Marcos 6,7-13

01/02/2024

No episódio anterior (v. 1-6), o esperado encontro de Jesus com sua família e seus conterrâneos de Nazaré terminou em desencontro. Jesus percebeu que, como muitos profetas, ele não era reconhecido pelas pessoas mais próximas dele, tanto do povoado como da própria família. Eles também eram vítimas da ideologia que não consegue acreditar na força dos fracos.

Mas Jesus não se rende às objeções a um Deus que assume a condição humana humilhada. Os sinais mais eloquentes e transformadores do Reino de Deus vêm exatamente da ação dos pequenos e marginalizados. Que eles atuem de forma pública e transformadora é um sinal da libertação já conquistada. O Reino de Deus não depende da eficácia dessas ações, pois o fato de os amordaçados falarem já é a libertação em curso.

Indiferente a este desprezo, Jesus põe sua confiança naquela gente pequena e desprezada que ele acolheu e escolheu para a sua comunidade-semente, a nova família que ele reuniu em torno do Evangelho. E os envia para multiplicar sua ação emancipadora por doze, sem o apoio de meios potentes, que só fazem impressionar e intimidar. Seria como negar com os fatos a Boa Notícia que anunciavam com as palavras.

É este o significado das recomendações que Jesus faz àqueles e aquelas que envia: não levar reserva de alimentação, nem reserva técnica de dinheiro; dispensar também as roupas desnecessárias; levar apenas o cajado e calçar sandálias, para facilitar e agilizar as caminhadas. Mas Jesus pede que eles não deixem de fazer o que é indispensável: não atuem sozinhos, mas em companhia de outros; convertam os pensamentos elitistas, que menosprezam os pobres; curem os doentes e libertem as pessoas dominadas, para que possam viver plenamente; evitem retaliações violentas contra aqueles que não os ouvem nem acolhem.

Eis o essencial da missão, em qualquer tempo e lugar: sair ao encontro como amigos/as e hóspedes; confiar na força libertadora da fragilidade; manter a abertura e o diálogo; fazer bem e fazer bem sem olhar a quem.

                                                                           

Meditação:

ü  Releia o texto com atenção, interagindo com Jesus e com aqueles que ele escolheu e instruiu para a missão

ü  Em que medida nós e nossas comunidades ainda não conseguimos aceitar a importância das ações frágeis e pequenas?

ü  Você acredita mesmo que este mundo será melhor quando o menor que padece acreditar no menor?

ü  Como superar a tentação de confiar apenas nos meios potentes e nos agentes mais poderosos para desenvolver nossa missão?

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