239 | Ano B | Tempo Comum | Conversão de São Paulo |
Marcos 16,15-18
25/01/2024
Ontem meditamos sobre o ensino de Jesus sobre a necessidade
de superar o realismo cínico, que quer nos convencer de que todo sonho se desfaz
e tudo o que é sólido se desmancha no chão, e de desenvolver uma paciência
revolucionária em meio às tensões e conflitos. Hoje, celebrando a festa da conversão de São
Paulo, acolhemos o envio pós-pascal dos discípulos.
Sabemos que, ao menos inicialmente, Paulo teve
enormes dificuldades para acreditar na Boa Notícia vivida e anunciada por Jesus
e pelos cristãos, e se opôs violentamente àqueles que a acolhiam e orientavam
sua vida por ela. Para Paulo, um Evangelho da Graça e da Liberdade era algo
absolutamente inverossímil. Para ele, o único caminho de encontro com Deus era
a lei.
Paulo precisou de uma profunda mudança no modo de
pensar e de agir para entender Jesus e seu Evangelho. Ele não estava entre os
discípulos que Jesus enviara pelo mundo inteiro a anunciar a Boa Notícia de
Deus para toda a humanidade. Ele precisou ser evangelizado, abrir a mente e os
olhos, ser preparado adequadamente, e nisso ele foi ajudado pelo testemunho dos
discípulos e pelo ministério de Ananias.
Não somos perseguidores de Jesus nem dos seus
discípulos/as, e hoje são poucos os que o fazem. Também são raros os/as
missionários/as e evangelizadores/as que multiplicam sinais espetaculares. Mas,
com certeza, nossa vida nos caminhos do Evangelho deve recomeçar cada dia com
uma decisão de conversão de valores, de costumes, de relações, de práticas.
Infelizmente são muitos/as os/as cristãos que ainda querem conjugar a fé com a indiferença
social, com intolerância, com violência e com dominação.
Nesta perspectiva, precisamos perguntar-nos a cada
manhã, como Paulo: “O que devo fazer, Senhor?” E, talvez, ouvir a pergunta
sussurrada de muitos modos à nossa consciência: “Por que me persegues? Por que
não me acolhes? Por que não me toleras? Por que te mostras indiferente comigo e
com meus sofrimentos?” É daqui que partem os/as verdadeiros/as discípulos/as de
Jesus e os autênticos/as missionários/as.
Meditação:
ü Releia o texto com a imaginação, fazendo-se
presente nesse envio exortativo, e incluindo nele também Paulo
ü Leia o texto dos Atos dos Apóstolos (22,3-16),
e saboreie a virada radical que Paulo experimentou no caminho de Damasco
ü Em que medida a escuta e a meditação do
Evangelho de Jesus Cristo vem nos ajudando no caminho de uma conversão
profunda?
ü Como podemos exercitar hoje a necessária
conversão a Jesus e seu Evangelho, sem contar com acontecimentos espetaculares?
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