quinta-feira, 30 de junho de 2022

O Evangelho dominical (Pagola) - 03.07.2022

DUAS CARACTERÍSTICAS DE JESUS

Depois de vinte séculos de cristianismo é difícil ouvir as instruções de Jesus aos seus discípulos sem se envergonhar. Não se trata de vivê-las à risca, mas simplesmente de não agir contra o espírito que encerram. Só recordarei duas notas.

Jesus envia os seus discípulos pelas aldeias da Galileia como «cordeiros no meio dos lobos». Quem é que hoje acredita que esta deve ser a nossa identidade numa sociedade atravessada por todo o tipo de conflitos e confrontos? E, no entanto, não necessitamos entre nós de mais lobos, mas de mais cordeiros. Cada vez que desde a Igreja ou do seu entorno se alimenta de agressividade e ressentimento, ou se lançam insultos e ataques que tornam mais difícil o mútuo entendimento, estamos atuando contra o espírito de Jesus.

A primeira coisa que os seus discípulos devem comunicar ao entrar numa casa é: «Paz a esta casa». A paz é o primeiro sinal do reino de Deus. Se a Igreja não trouxer a paz à convivência, nós, cristãos, estamos anulando pela raiz a nossa primeira tarefa.

A outra nota é mais desconcertante: «Não useis bolsa, nem alforje, nem sandálias». Os seguidores de Jesus viverão como os “vagabundos” que encontram no seu caminho. Não levarão dinheiro nem provisões. Caminharão descalços, como tantos pobres que não têm um par de sandálias de couro. Nem sequer usarão um alforje, como faziam certos filósofos itinerantes.

Todos poderão ver isso na sua maneira de vestir e de equipar a sua paixão pelos últimos. O surpreendente é que Jesus não está pensando no que eles hão de levar consigo, mas precisamente no contrário: no que não devem levar, para que não se distanciem muito dos mais pobres.

Como se pode traduzir hoje este espírito de Jesus na sociedade do bem-estar? Não simplesmente recorrendo a uma roupa que nos identifica como membros de uma instituição religiosa ou responsáveis por uma posição na Igreja. Cada um de nós tem que rever com humildade que padrão de vida, que comportamentos, que palavra, que atitude melhor nos identifica com os últimos da nossa sociedade.

José Antonio Pagola

Tradução de Antonio Manuel Álvarez Perez

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 800

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 800

Dia 01/07/2022 | XIII Semana do Tempo Comum | Sexta-feira

Evangelho segundo Mateus (9,9-13)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

·    Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·    Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·    Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·    Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·    Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·    Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·    Prepare-se cantando: A comunidade se levanta e canta...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=626ZWUm3qpg)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

·    Leia com toda a atenção o texto de Mateus 9,9-13

·    Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·    Este trecho do evangelho segundo Mateus vem em seguida à cura do paralítico, que foi levado a Jesus por um grupo de amigos

·    Fazendo parte do grupo rico e explorador e, ao mesmo tempo, odiado pelos judeus, Mateus entra no dinamismo de Jesus

·    Acolhido por Jesus e convertido, ele se torna discípulo e aprendiz de um estilo de vida pautado pela misericórdia

·    E dará o melhor de si para testemunhar e anunciar esse caminho que proporciona vida abundante para todos

·    O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·    Retome a cena de Mateus trabalhando, sendo interpelado por Jesus, deixando tudo para segui-lo, e confraternizando-se com ele

·    Participe da cena, da alegria de Mateus e outros pecadores, da postura crítica dos fariseus e líderes do judaísmo

·    Contemple a vida de Jesus e, com Mateus, acolha e aprenda essa lição fundamental: Deus quer misericórdia e não sacrifícios

·    Como nós e nossas igrejas acolhemos e praticamos esse princípio fundamental que orienta toda a vida e a missão de Jesus?

·    Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·    Deixe ressoar em sua oração a gratidão de Mateus e das pessoas que experimentam a acolhida misericordiosa que os faz reviver

·    Peça a Jesus a graça de aprender essa lição: o que agrada a Deus é a prática da misericórdia, não o ritualismo e o legalismo

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    Qual será hoje sua resposta a Jesus, que vem permanentemente ao seu encontro, te chama e te acolhe?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Ouça e cante a “Vem, eu mostrarei...” (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=lV1mSM4aOnMhw)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Apague a vela e conclua seu momento de oração

 

Breves notas sobre Mateus 9,9-13

Depois de curar uma pessoa paralítica, que contou com o auxílio de pessoas amigas, Jesus não reivindica para si mesmo os créditos do perdão e da cura. Ele passa do perdão – ação interior, cujos frutos não são visíveis – à cura, que é o lado visível da mesma ação. Diante do que viu, o povo ficou com medo e glorificou a Deus por ter dado tal poder a Jesus e aos seus discípulos.

No texto de hoje, Jesus se encontra com Levi, que é cobrador de impostos, colaborador do império romano e, por isso, também considerado pecador, execrado e banido da convivência social e religiosa pelos judeus. Jesus não se orienta por preconceitos que excluem, pelas aparências e exterioridades. Partindo da base e da periferia social, Jesus chama e congrega pessoas de boa vontade para, com elas, iniciar uma comunidade alternativa.

Levi responde prontamente ao chamado de Jesus, e entra no seu caminho. Como não exclui ninguém da mesa do Reino, desde que a pessoa entre no dinamismo do Reino de Deus, Jesus se confraterniza com Levi, seus colegas cobradores de impostos e muitas outras pessoas tratadas pelo judaísmo como pecadoras na casa de Levi. Pecador é o termo usado para designar e identificar quem desaprova e não vive de acordo com as normas de um grupo.

Essa prática inclusiva e inovadora de Jesus desestabiliza a ordem social, e, por isso, é criticada pelos fariseus e mestres da lei. Esta manifestação da misericórdia de Deus é por eles vista como desconformidade com a vontade de Deus. A condescendência e a justiça de Deus, assim como é entendida e praticada por Jesus, deslegitima as práticas excludentes do judaísmo e seus representantes, e também dos seus sucessores hoje.

Levi tomará parte desta comunidade vivificadora que compartilha recursos e estabelece relações estáveis de acolhida e inclusão, e passa a ser visto como modelo de discípulo e apóstolo. Ele entendeu que Deus quer misericórdia, e não legalismo, que Jesus veio para quem está necessitado, e não para quem se considera satisfeito. E esse deve ser o caminho da Igreja e todos os seus organismos.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Solicitude pela realidade social

No mundo dividido e perturbado por todas as espécies de conflitos, vai aumentando a convicção da interdependência radical e da necessidade de uma solidariedade ética. Hoje os homens dão-se conta de que estão ligados por um destino comum, que deve ser construído juntamente, se se quiser evitar a catástrofe para todos. Das profundezas da angústia emerge progressivamente a ideia de que o bem, ao qual todos somos chamados, e a felicidade, a que aspiramos, não se podem obter sem o esforço e a aplicação de todos, sem exceção, o que implica a renúncia ao próprio egoísmo(João Paulo II, Sollicitudo rei socialis, § 26).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

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quarta-feira, 29 de junho de 2022

ANO C | SOLENIDADE DOS APÓSTOLOS PEDRO E PAULO | 03.072022

Os discípulos de Jesus têm nas mãos algemas, e não armas!

Hoje somos convidados a celebrar com reverência o testemunho de Pedro e Paulo, nossos irmãos maiores e colunas que sustentam as comunidades cristãs. Para chegar à vida real destes personagens é necessário escutar com bastante atenção o testemunho das Escrituras. Se é verdade que Pedro é o primeiro líder dos cristãos e Paulo é o apóstolo dos povos, também é certo que ambos, cada um a seu modo e a seu tempo, foram discípulos de Jesus e passaram por sucessivas crises e dificuldades, provaram a prisão e passaram pelo martírio.

Esqueçamos por um instante a cena contada por Mateus, e centremos nossa atenção no acontecimento narrado nos Atos dos Apóstolos. O primeiro Papa foi presidiário! Para que servem as chaves prometidas por Jesus Cristo se não ajudam a soltar as algemas que o prendem ou abrir a porta da prisão? Pedro estava imerso na penumbra desta e outras perguntas quando uma luz iluminou sua cela, uma mão tocou seu ombro e uma voz ordenou que se levantasse. As algemas caíram, os guardas não viram nada, e a porta que separava a cela da cidade se abriu sozinha...

Depois de ter sido um fariseu zeloso e violento e de ter acumulado muitos méritos por causa disso, Paulo fez a experiência de ser conquistado por Jesus Cristo e, diante do bem supremo desta acolhida imerecida, considerou tudo o mais como déficit na contabilidade da vida (cf. Fil 3,1-14) e se lançou, livre e incansável, no anúncio desta boa notícia, especialmente às pessoas e grupos de origem pagã. O zelo e o ardor que Paulo demonstrara pelo judaísmo se transformou em zelo pela fé e pela autonomia e liberdade recebidas em Jesus Cristo. Com isso, perdeu de vez a tranquilidade.

Esta trajetória atraiu contra Paulo o ódio dos seus irmãos judeus e, por ter sido perseguidor dos cristãos, também a desconfiança dos próprios irmãos cristãos. Depois de sucessivas perseguições, ele também acabou na prisão. Sendo cidadão romano, exigiu o direito de ser julgado pelo imperador, e foi conduzido a Roma. Mas ninguém conseguiu colocar sob algemas aquilo que o fazia livre: o Evangelho. “Por ele, eu tenho sofrido até ser acorrentado como um malfeitor. Mas a Palavra de Deus não está acorrentada”, escreveu ele ao fiel amigo e companheiro Timóteo (2Tm 2,9).

Pedro e Paulo são filhos, irmãos e pais da fé numa Igreja que confirmou com a vida aquilo que anunciou com as palavras. Eles mantêm contato com as suas comunidades de base, inclusive através de cartas, e elas não ficam indiferentes, apesar da crise provocada por uma perseguição feita em nome de Deus e da religião, assim como pelos riscos que estas relações implicavam. O vínculo entre a comunidade dos discípulos e seus líderes presos se mostra de um modo singelo e comovente no relato dos Atos dos Apóstolos proposto pela liturgia de hoje (cf. 12,1-11).

As escrituras dizem que “enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja orava continuamente por ele.” É neste contexto que Pedro experimenta a presença de Deus também na prisão. Logo que é libertado, vai à casa da mãe de João Marcos, onde a comunidade está reunida em oração. Quando a mãe de Marcos abre a porta e vê que é Pedro, é tomada de tanta alegria que deixa-o plantado do lado de fora e vai anunciar a surpreendente e boa novidade à comunidade reunida, a qual pensa que Rosa está doida. Aberta a porta, Pedro entra e conta, entusiasmado, o que havia acontecido.

O que sustenta as Igrejas e comunidades cristãs é o encontro com Deus em Jesus Cristo. É substancialmente isso que o evangelho de hoje nos propõe. Num lugar marcado pelo domínio estrangeiro, Jesus interroga seus discípulos sobre o que pensam dele. E Pedro é o primeiro dentre todos os seguidores a reconhecê-lo e proclamá-lo Messias. Só quem está aberto e sintonizado com a lógica de Deus pode reconhecer a presença de Deus nas ações e palavras deste filho da humanidade e irmão de todos os seres humanos.

Queridos Pedro e Paulo, apóstolos e irmãos na fé! Com vocês aprendemos que crer, confiar, partilhar e anunciar são verbos essenciais na gramática cristã. Ajudem-nos a viver de tal modo que, chegando ao entardecer da existência, também nós possamos dizer: “Chegou o tempo da minha partida. Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.” E que jamais nos envergonhemos ou desanimemos, pois sabemos em quem acreditamos! Assim seja! Amém!

Itacir Brassiani msf

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 799

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 799

Dia 30/06/2022 | XIII Semana do Tempo Comum | Quinta-feira

Evangelho segundo Mateus (9,1-8)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

·    Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·    Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·    Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·    Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·    Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·    Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·    Prepare-se cantando: A comunidade se levanta e canta...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=626ZWUm3qpg)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

·    Leia com toda a atenção o texto de Mateus 9,1-8

·    Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·    Jesus deixa o território “pagão” dos gadarenos e volta a Cafarnaum, na sua amada e conhecida Galileia

·    Um paralítico é levado à presença de Jesus, na casa que compartilhava com seus discípulos mais próximos

·    Jesus fica sensibilizado pela demonstração de fé ativa, chama um excluído de “filho” e o devolve são e salvo aos seus

·    Os mestres da lei defendem a ortodoxia e acusam Jesus de desonrar e usurpar o poder de Deus (que eles pretendem controlar)

·    O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·    Contemple a cena passo a passo, palavra por palavra, gesto por gesto, e deixe-se envolver nela

·    O que o gesto e as palavras de Jesus significam para você, na situação de distanciamento social, medo e prostração que vivemos?

·    Quais são as pessoas em dificuldade que você ajudou a “carregar” até Jesus para que possam reencontrar a vida?

·    Quem são as pessoas que continuam conduzindo você a um encontro vivo e revitalizador com Jesus?

·    Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·    Deixe ressoar em seus lábios as palavras agradecidas das pessoas que encontram em Jesus Cristo uma nova força para viver

·    Peça ao Pai que conceda também às pessoas de hoje a força do Evangelho para resgatar a dignidade humana perdida ou negada

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    Como evitar que também hoje alguns agentes da Igreja caiam na tentação de querer controlar e limitar a ação de Deus?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Ouça e cante a “Vem, eu mostrarei...” (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=lV1mSM4aOnMhw)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Apague a vela e conclua seu momento de oração

 

Breves notas sobre Mateus 9,1-8

Jesus volta à Galileia e à sua cidade, depois de uma breve incursão humanitária e missionária em território pagão, onde sua ação emancipadora foi mal recebida pela população, que preferiu ficar com as migalhas de segurança do império romano a fazer a travessia para a liberdade e a autonomia. Também ali, em sua terra e entre os seus, sua ação libertária causa desconforto. Entende-se, por isso, que ele seja seguido de perto e vigiado pelos mestres da lei.

Eis que um homem paralítico e, por isso, em situação de marginalização social e religiosa, é levado por seus familiares e vizinhos à presença de Jesus. Para tanto, seus próximos superam diversas barreiras e, no incansável empenho deles, Jesus reconhece o dinamismo da fé que os move, acolhe com ternura o paralítico chamando-o de filho. Como Jesus conhece a estreita relação que a cultura estabelece entre enfermidade e pecado, começa removendo ou perdoando o pecado, e conclui mandando que ele se levante e caminhe sobre os próprios pés, emancipado e autônomo.

Os representantes da elite religiosa, que se manifesta pela primeira vez no pensamento e no protesto dos mestres da lei, acusa Jesus de estar usurpando o poder de Deus e, por isso, blasfemando. Eles se consideram os únicos intérpretes autorizados da lei e defensores exemplares da ortodoxia. Como leu o que motivou a ação das pessoas que levaram o paralítico até ele, Jesus também leu os pensamentos dos seus opositores, e os acusa de pensar e tramar o mal, de estarem, com essa atitude, se afastando da vontade de Deus.

Como enviado e comissionado pelo Pai, Jesus não reivindica para si mesmo os créditos do perdão e da cura. Ele passa do perdão – ação interior, cujos frutos não são visíveis – à cura, que é o lado visível da mesma ação. O evangelista diz que, diante do que viu, o povo ficou com medo (temor ou trepidação frente a um claro sinal da presença de Deus) e glorificou a Deus por ter dado tal poder a Jesus e aos seus discípulos (“aos homens”). É claro que nessa nota de Mateus, ressoa também a experiência já consolidada da comunidade cristã, que, décadas depois, continua fazendo o que aprendeu de Jesus.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Solicitude pela realidade social

À abundância de bens e de serviços disponíveis no Norte desenvolvido, corresponde um inadmissível atraso no Sul; e é precisamente nesta faixa geopolítica que vive a maior parte do gênero humano. Quando se repara na gama dos diversos setores — produção e distribuição dos víveres, higiene, saúde e habitação, disponibilidade de água potável, condições de trabalho, especialmente feminino, duração da vida e outros índices económicos e sociais — o quadro, no seu conjunto, apresenta- se desolador. A palavra «fosso» volta espontaneamente aos lábios(João Paulo II, Sollicitudo rei socialis, § 14).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

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