quinta-feira, 16 de junho de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 787

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 787

Dia 17/06/2022 | XI Semana do Tempo Comum | Sexta-feira

Evangelho segundo Mateus (6,19-23)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

·    Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·    Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·    Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·    Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·    Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·    Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·    Prepare-se cantando: O Senhor vai acendendo luzes...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lWUng2ouMHc)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

·    Leia com toda a atenção o texto de Mateus 6,19-23

·    Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·    Este texto está situado no conjunto maior que conhecemos como “sermão da montanha”, que condensa o ensino geral de Jesus

·    Jesus se dirige a todos/as os/as seus ouvintes, mas sua atenção se volta prioritariamente à formação dos/as discípulos/as

·    Depois de dar exemplos de como praticar uma justiça maior que a dos fariseus, no texto de hoje Jesus fala da cobiça

·    É uma advertência sobre os desejos profundos, prioridades ou projetos que mobilizam nossas forças e dão sentido à nossa vida

·    Os tesouros do reino de Deus (compaixão, partilha, fraternidade, confiança) são indestrutíveis, enquanto que a prosperidade, o sucesso, a competição e o acúmulo são sempre precários e instáveis

·    O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·    Quais são os valores que “brilham aos nossos olhos”, que mobilizam e potencializam nossas energias e nossas buscas?

·    O quanto nossos olhos brilham com a emancipação das pessoas, o crescimento humano, a igualdade de todos, a justiça social?

·    Como entender que a busca da prosperidade a qualquer custo tenha ocupado o lugar do amor e da justiça em muitas pregações?

·    Que pedidos ou súplicas costumam ocupar os primeiros lugares nas “listas de desejos” que diariamente apresentamos a Deus?

·    Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·    Recite a oração do Pai Nosso, dando ênfase e conteúdo concreto e atual a cada afirmação e a cada pedido que dirigimos ao Pai

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    Como ajudar nossas comunidades e nossas famílias na educação permanente na ética social e espiritual do Evangelho?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Ouça e cante a Oração de São Francisco (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=Qc3Tp-OrUGI)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Apague a vela e conclua seu momento de oração

 

Breves notas sobre Mateus 6,19-23

A parte do evangelho de Mateus que conhecemos como “sermão da montanha” é uma iniciação dos/as discípulos/as à novidade do Reino de Deus vivida e proposta por Jesus. Depois de dar exemplos de uma nova interpretação da antiga lei, e depois de falar criticamente das práticas de piedade (esmola, oração e jejum), Jesus adverte seus discípulos/as sobre os compromissos do coração, ou seja, sobre a opção fundamental da nossa vida.

A seção que começamos hoje, e que vai até o fim do capítulo 6, adverte os/as discípulos/as e demais ouvintes sobre a insensatez e a imprudência da cobiça e do acúmulo de bens. Os “tesouros na terra” são os bens, a prosperidade, o consumo desmedido, a competição, o sucesso. São coisas instáveis cuja posse nunca está garantida, coisas sem valor verdadeiro, sempre sujeitas à deterioração. Tratar isso como essencial equivale a negligenciar a vontade de Deus.

Jesus propõe a busca de “tesouros no céu”, que são os valores do Reino de Deus: a misericórdia, o amor, a compaixão, a partilha solidária, a fraternidade como bens maiores. Sobre isso Jesus já falara nos trechos anteriores (bem-aventuranças, superação das leis mesquinhas, radicalização do amor ao próximo, amor aos inimigos, etc.). Trata-se então de ter isso como desejo sincero, preponderante, profundo e permanente.

Jesus ilustra a diferença entre estes dois projetos de vida com a metáfora do olho. Na cultura do povo e do tempo de Jesus, os olhos eram considerados faróis que projetam para fora a luz que vem de dentro. Se nossos olhos faíscam cobiça, são faróis queimados, que só projetam escuridão doentia, e tornam nossa vida algo tenebroso. Se nossos olhos estão fixos no reino de Deus, projetam luz clara, suave e benfazeja, e nossa vida é luminosa.

O enfoque sincero e profundo no reino de Deus significa: para os ricos, ruptura com a cobiça, renúncia à acumulação, partilha solidária; para os pobres, confiança profunda em Deus, que cuida de nós como o faz um pai, cooperação solidária com os/as iguais, e superação da tentação de imitar os ricos.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Solicitude pela realidade social

Hoje sabe-se que a mera acumulação de bens e de serviços não basta para realizar a felicidade humana, e que a disponibilidade dos múltiplos benefícios reais, trazidos nos últimos tempos pela ciência e pela técnica, incluindo a informática, não comporta a libertação de toda e qualquer forma de escravidão. A experiência demonstra que se toda a massa dos recursos e das potencialidades postos à disposição do homem não for regida por uma intenção moral e por uma orientação no sentido do verdadeiro bem do gênero humano, ela volta-se facilmente contra ele para o oprimir(João Paulo II, Sollicitudo rei socialis, § 28).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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