Ano C Roteiro de
Leitura Orante do Evangelho Nº 798
Dia 29/06/2022 | XIII
Semana do Tempo Comum | Quarta-feira
Evangelho segundo
Mateus (8,28-34)
(1) Coloque-se em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
· Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela, e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
cantando: “A comunidade se levanta e canta...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=626ZWUm3qpg)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Mateus 8,28-34
· Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
· Acalmada a tempestade e
feita a travessia do lago de Genesaré, Jesus inicia sua missão conflituosa e
exigente em território pagão, marcado pela onipresença violenta do império
romano
· Sua presença resgata a
autonomia e a liberdade de duas pessoas arruinadas em sua personalidade pelo
demônio
· Tanto a ação de Jesus
como a posterior missão dos discípulos/as ameaça interesses e provoca conflitos
· O
que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?
(3) Medite a Palavra de Deus
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
· A cena é uma espécie de
sátira que ridiculariza o império romano e a força do seu exército em
território palestino
· A voz que fala pela
boca das duas pessoas dominadas pelo demônio é a voz do medo e a voz do
exército romano
· Os porcos eram o
símbolo da legião romana que atuava na Síria, e era fonte de renda para os
invasores romanos
· O povo da aldeia, mesmo
conhecendo a dominação, prefere ficar com seus pequenos benefícios que acolher
a presença de Jesus
· Jesus nunca faz acordo
com as forças de dominação, e manda os demônios “para o quinto dos infernos”
· Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4) Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
· Coloque-se em sintonia
com as pessoas apavoradas diante da Covid-19, da guerra e da crise econômica às
suas famílias
· Peça ao Senhor a graça
de confiar plenamente nos frutos da presença de Jesus nos dramas pessoais,
familiares e da humanidade
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Identifique os
resquícios de “relações comerciais” que permanecem em você e sua família, e
estabeleça um caninho para superá-las
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas
belas lições”
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Ouça
e cante a “Vem, eu mostrarei...” (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=lV1mSM4aOnMhw)
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Apague
a vela e conclua seu momento de oração
Breves notas sobre Mateus 8,28-34
Depois de atravessar o lago de Genesaré e acalmar a
tempestade que rugia no exterior e no interior dos discípulos, Jesus inaugura
sua missão em território não judeu, fortemente marcado pela presença do império
e do temido exército romano. E o faz curando duas pessoas possuídas por
espíritos impuros, ou demônios. Esse é o primeiro “exorcismo” que Jesus realiza
em Mateus.
Para os povos antigos, a manifestação mais forte da
possessão era a completa perda da personalidade, a ponto de as pessoas não
falarem mais por si mesmas, mas manifestarem a vontade e a palavra da
“entidade” que as possuía. Normalmente, esse era o resultado da forte pressão
psíquica sob a qual viviam. Ao mesmo tempo, em Israel, tais pessoas eram
excluídas do convívio familiar e social, e viviam fisicamente e socialmente
marginalizadas.
A cena que nos ocupa, que parece uma clara sátira
contada por Jesus e pelas comunidades para desmoralizar a pretensa força
econômica, política e militar do império romano, nos apresenta Jesus
enfrentando decididamente e vencendo de forma rotunda as forças que oprimem o
povo. Inicialmente, os dois “possessos” se portam como animais ferozes, se
aproximam de Jesus aos gritos e ameaçando-o. Nas palavras e perguntas dos
espíritos maus ecoa o medo que os opressores tem de Jesus e sua ação
libertadora.
Jesus não responde aos protestos deles, e os
“demônios” acabam propondo um acordo: que Jesus permite que eles deixem os
homens e se abriguem nos porcos! Lembremos que o destacamento local do exército
romano tinha o porco no seu brasão... Jesus não concede nada, simplesmente
manda! Com isso, subverte e vence o poder imperial, e o impacto destrutivo da
sua ação abala o povo da aldeia, que sai ao seu encontro barrando sua entrada
no povoado.
Esta atitude do povo local antecipa a resistência
que lhe oporá mais tarde a elite religiosa do templo! Tanto um como o outro
preferem a falsa segurança do exército romano à perigosa liberdade inaugurada
por Jesus. Vivendo o dinamismo do Reino, Jesus e seus discípulos ameaçam
interesses e provocam conflitos!
(Itacir Brassiani msf)
Solicitude pela
realidade social
“Outras nações precisam de reformar algumas estruturas injustas e, em
particular, as próprias instituições
políticas, para substituir regimes corruptos, ditatoriais ou
autoritários com regimes democráticos,
que favoreçam a participação.
A “saúde”
de uma comunidade política — enquanto expressa mediante a livre
participação e responsabilidade de todos os cidadãos na coisa pública, a firmeza
do direito e o respeito e a promoção dos direitos humanos — é condição necessária e garantia segura de
desenvolvimento do homem todo e de todos os homens” (João Paulo II, Sollicitudo rei socialis, § 45).
Leitura
Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho,
superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou
preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para
a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno
fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e
abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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