Preparemos o
Natal permanecendo vigilantes no amor e no serviço | 548 |01. 12.2024 | Lucas
21,25-36
A preparação para o natal de Jesus não
é coisa fácil. Na verdade, é luta! Não é por acaso que, no evangelho, Jesus
pede atenção, coragem e prontidão. E lança um alerta: que os excessos e as
preocupações, a gula e a embriaguez não apaguem nossa
sensibilidade. Preparar o natal de Jesus e entrar na lógica do Reino
de Deus supõe engajamento incansável para palmilhar caminhos de justiça e
fraternidade.
Fácil é seguir as placas de indicação que nos levam
ao templo do consumo, aos palácios da indiferença, às praças do faturamento. À
nossa embotada sensibilidade, tudo isso parece tão aprazível, luminoso e tão
precioso. Temos a ilusão de que nisso estão os fundamentos sólidos de uma vida
feliz. Uma simples diminuição do poder de consumo basta para que as nações se
angustiem e as pessoas mergulhem no medo. Jesus diz que estas forças,
aparentemente invencíveis, serão abaladas, e isso é bom!
“Verdade e amor são os caminhos do Senhor”, diz o
salmista. “O Senhor vos conceda que o amor entre vós e para com todos aumente e
transborde sempre mais”, diz Paulo. Nisso precisamos progredir sempre, pois
estamos assustados e feridos pela violência e pela intolerância que marca a vida
política e social do Brasil. E, mais ainda, preocupados com o perigoso namoro
de certos grupos políticos, sociais, empresariais e eclesiais com o
autoritarismo e com o obscurantismo.
Precisamos mergulhar no espírito do Advento a
aguçar a evangélica sensibilidade que nos ajudará a identificar os pequenos
sinais que teimam em aparecer nos ventres de mulheres humilhadas, nas
estrebarias das periferias, nas mãos abertas e desarmadas de gente que confia
na fraqueza, nos corações generosos que compartilham sonhos, nos movimentos que
se erguem como Davi diante do Mercado gigante e idólatra. Precisamos levantar a
cabeça diante dos que venceram pela mentira e pretendem governar pela
intimidação.
Quem nos mantém de pé é o Filho do
Homem, aquele que mostrou a divina humanidade das suas entranhas, aquele que é
caminho por sua solidariedade, verdade por sua acolhida indiscriminada e vida
pelo dom desmedido de si mesmo; o resto é embriaguez e armadilha.
Meditação:
·
Leia atentamente esta cena e as palavras de Jesus, relacionando-as
a atitude de atenção, vigilância e confiança que marcam o Advento
·
Quais são os excessos que hoje provocam em nós
insensibilidade, embriaguez e preocupações que mudam nosso foco e nos
dispersam?
·
Você cultiva a esperança de que, com o nascimento
de Jesus, “um outro mundo é possível”, ou não acredita em mais nada?
·
O que significa para você, hoje, no meio de tantas
incertezas e dificuldades, ficar atento/a e rezar?