quinta-feira, 14 de novembro de 2024

ivamos acordados e vigilantes

Vivamos acordados e vigilantes, amando, servindo e esperando | 532 |15. 11.2024 | Lucas 17,26-37

Esta cena continua a cena que meditamos ontem, quando os fariseus pedem de Jesus uma resposta sobre quando aconteceria a manifestação pública do Reino de Deus, quando seria o “Dia de Javé”. Para Jesus, o Reino de Deus se faz presente no mundo como fermento, como sal e como semente de mostarda. Ele está no meio de nós e ao nosso alcance, onde há amor verdadeiro e solidariedade efetiva.

No texto de hoje, Jesus continua no mesmo tema e, para ilustrar seu ensino, recorre a dois eventos bíblicos bem conhecidos dos seus interlocutores: o dilúvio e a destruição da cidade de Sodoma. Ambos são episódios de eliminação de pessoas e organizações que não vivem corretamente e fazem o mal aos semelhantes. E nenhum desses dois acontecimentos foram previstos ou levados a sério pelas pessoas em geral, não obstante os alertas dos enviados de Javé.

Esta postura de fechamento, indiferença e desatenção às mensagens de advertência vindas de Deus é o que estabelece a relação dos personagens do passado com o presente vivido pelos interlocutores de Jesus. Imersos em suas atividades cotidianas e mergulhados nos seus pequenos interesses, poucos dão atenção e levam a sério o convite de Jesus a mudar de mentalidade e abrir-se à novidade do Reino de Deus.

Ignorando que são chamados a um estilo de vida contrastante ou contracorrente, os discípulos perguntam a Jesus “onde” acontecerá a manifestação do Reino de Deus. Como respondera aos fariseus, que perguntavam “quando” esse evento se realizaria, Jesus diz que não se pode localizar o Reino de Deus no tempo e no espaço. Ele não tem território, não se identifica com uma nação ou um povo particular, nem com um evento especial. Viver vigilantes não significa saber o dia e o lugar.

Jesus ensina que o Reino de Deus é um evento certo, imprevisível e universal. Como nos dias de Noé, ele vem nos dias da semana, sem grandes sinais, e é preciso estar atento e vigilante para não “perder o trem”. O Reino de Deus está onde estão os discípulos fiéis de Jesus, aqueles que prosseguem sua prática, em qualquer tempo e lugar. Mas é um acontecimento cujo dinamismo sempre fora do nosso controle. A vida cristã não se identifica com algo estável, adquirido, possuído com segurança, algo que podemos manipular a nosso bel-prazer. Será sempre novidade e surpresa.

 

Meditação:

·    Será que também nós estamos demasiadamente preocupados em saber o tempo e o lugar do encontro com Deus e seu Reino?

·    Será que a ditadura das necessidades cotidianas, mesmo as ações pastorais, não estão nos sequestrando e dispersando?

·    Como entender que quem procura salvar a sua vida vai perde-la, e quem perde a sua vida pelo Reino, vai ganha-la?

·    Como viver o seguimento de Jesus de olhos abertos, atentos aos apelos e sinais de Deus, engajados na construção do seu Reino?

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