Vivamos
acordados e vigilantes, amando, servindo e esperando | 532 |15. 11.2024 | Lucas 17,26-37
Esta cena continua a cena que meditamos ontem,
quando os fariseus pedem de Jesus uma resposta sobre quando aconteceria a
manifestação pública do Reino de Deus, quando seria o “Dia de Javé”. Para
Jesus, o Reino de Deus se faz presente no mundo como fermento, como sal e como
semente de mostarda. Ele está no meio de nós e ao nosso alcance, onde há amor
verdadeiro e solidariedade efetiva.
No texto de hoje, Jesus continua no mesmo tema e,
para ilustrar seu ensino, recorre a dois eventos bíblicos bem conhecidos dos
seus interlocutores: o dilúvio e a destruição da cidade de Sodoma. Ambos são
episódios de eliminação de pessoas e organizações que não vivem corretamente e
fazem o mal aos semelhantes. E nenhum desses dois acontecimentos foram previstos
ou levados a sério pelas pessoas em geral, não obstante os alertas dos enviados
de Javé.
Esta postura de fechamento, indiferença e
desatenção às mensagens de advertência vindas de Deus é o que estabelece a
relação dos personagens do passado com o presente vivido pelos interlocutores
de Jesus. Imersos em suas atividades cotidianas e mergulhados nos seus pequenos
interesses, poucos dão atenção e levam a sério o convite de Jesus a mudar de
mentalidade e abrir-se à novidade do Reino de Deus.
Ignorando que são chamados a um estilo de vida
contrastante ou contracorrente, os discípulos perguntam a Jesus “onde”
acontecerá a manifestação do Reino de Deus. Como respondera aos fariseus, que
perguntavam “quando” esse evento se realizaria, Jesus diz que não se pode
localizar o Reino de Deus no tempo e no espaço. Ele não tem território, não se
identifica com uma nação ou um povo particular, nem com um evento especial.
Viver vigilantes não significa saber o dia e o lugar.
Jesus ensina que o Reino de Deus é um evento certo, imprevisível e
universal. Como nos dias de Noé, ele vem nos dias da semana, sem grandes
sinais, e é preciso estar atento e vigilante para não “perder o trem”. O Reino
de Deus está onde estão os discípulos fiéis de Jesus, aqueles que prosseguem
sua prática, em qualquer tempo e lugar. Mas é um acontecimento cujo dinamismo sempre
fora do nosso controle. A vida cristã não se identifica com algo estável,
adquirido, possuído com segurança, algo que podemos manipular a nosso
bel-prazer. Será sempre novidade e surpresa.
Meditação:
· Será que também nós estamos demasiadamente
preocupados em saber o tempo e o lugar do encontro com Deus e seu Reino?
· Será que a ditadura das necessidades cotidianas,
mesmo as ações pastorais, não estão nos sequestrando e dispersando?
· Como entender que quem procura salvar a sua vida
vai perde-la, e quem perde a sua vida pelo Reino, vai ganha-la?
· Como viver o seguimento de Jesus de olhos
abertos, atentos aos apelos e sinais de Deus, engajados na construção do seu
Reino?
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