segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Nossa esperança nos guia

Nossa esperança nos guia, mas não esperemos passivamente! | 543|26. 11.2024 | Lucas 21,5-11

No trecho do evangelho que lemos e meditamos ontem, Jesus denunciava o modo descarado como o templo e os doutores da lei exploravam as viúvas e demais pessoas pobres, especialmente através do dízimo e das doações. No episódio que estamos meditando hoje, na última semana do tempo comum, Jesus continua criticando o templo, e afirma que ele não é mais o lugar de Deus.

É importante levar em conta que o templo de Jerusalém tem pouco a ver com os templos de hoje, como a Basílica de São Pedro (Roma), a Basílica de Nossa Senhora Aparecida (São Paulo) ou o Santuário do Divino Pai Eterno (Trindade). No tempo de Jesus, o templo de Jerusalém era um símbolo da identidade nacional, uma espécie de banco central dos judeus e o lugar onde se reunia o tribunal do Sinédrio. Em suma, era uma espécie de praça dos três poderes, como a que temos em Brasília.

Jesus havia dito que, não obstante sua origem e sua história, há muito tempo o templo deixara de ser um lugar de culto e um espaço respeitado como asilo, e se tornara uma espelunca de rapinadores. Mesmo assim, a grandiosidade do edifício, a riqueza da sua decoração, o movimento intenso de fiéis que ele atraía, o vultoso comércio que girava em torno dele, causava forte impressão no povo. Os peregrinos contemplavam sua suntuosidade o viam como sinal de estabilidade e de relevância.

Como já sabemos, Jesus não se deixa impressionar pela suntuosidade e estabilidade do templo. Ele tem a convicção de que Deus fora expulso de lá fazia tempo. Por mais que que ele parecesse sólido e indispensável, viria a ser destruído, e não sobraria nada daquele edifício imponente. E isso não seria ruim para o povo, mas uma libertação, o fim de uma época de exploração, uma reviravolta desejada por Deus.

Mas não adianta tentar adivinhar quando isso deverá acontecer, e que sinais que o anunciarão. Alarmistas e falsos messias existirão sempre. O importante é não se apavorar, pois trata-se da destruição das estruturas de opressão. Mas não há lugar também para uma espera passiva, sem fazer nada. Jesus e a comunidade dos discípulos e discípulas substituem o templo. Onde dois ou três se reúnem em seu nome e para prosseguir o que ele fez, Deus está ali. Deus está no calvário, entre os crucificados, e nas encruzilhadas, entre os pobres e lutadores. Essa é a boa notícia.

 

Meditação:

§  Releia com calma esta cena e as palavras de Jesus, dando atenção às comparações misteriosas

§  Será que os cristãos levamos a sério de verdade que o templo de Deus somos nós, que ele está onde nos reunimos em seu nome?

§  Que atitudes e caminhos precisamos tomar para evitar as pregações que assustam e intimidam o povo?

§  Quais são hoje os sinais que anunciam de modo discreto ou impressionante que um Novo Tempo está despontando?

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