183 | Ano A | 34ª Semana Comum | Sexta-feira | Lucas 21,29-33
01/12/2023
Faltam dois dias para concluirmos o
ano litúrgico, e, no penúltimo trecho do nosso conhecido “discurso
escatológico” que Jesus pronunciou em pleno templo. Por mais que sua linguagem
nos assuste, Jesus fala do fim de um
tempo, de um mundo, e do começo de outro mundo e de outro tempo, muito
melhores: o tempo em que o Reino de Deus se mostra mais claramente.
Depois de falar simbolicamente de
sinais nos céus e na terra, de divisões e traições nos círculos mais íntimos
das nossas relações, de ocupação e destruição de Jerusalém e do seu templo,
Jesus recorre a uma metáfora (o rebrote das árvores anunciando nova estação) para
dizer que tudo isso é sinal jubiloso de algo bom que se desenha no horizonte.
Na verdade, os acontecimentos e
sinais históricos ou imaginários aos quais Jesus se refere são sinais e
antecipações proféticas do fim de uma
história: a história feita pelos grandes e poderosos, de cima para baixo, com
recurso ao poder e à intimidação, assegurando privilégios a uns poucos e
excluindo ou perseguindo as maiorias. E o Reino de Deus está cada vez mais
perto!
Jesus convoca seus discípulos e
discípulas de todos os tempos e quadrantes a acompanhar atentamente estes
acontecimentos e a discernir neles os sinais do Reino que está em gestação,
agindo como fermento na massa, como semente enterrada no chão e como sal nos
alimentos. Como os brotos novos da figueira prenunciam a proximidade e a
certeza da chegada do verão, há sinais anunciando a certeza e a iminência do
Reino de Deus.
Aqueles/as que rejeitam e perseguem
Jesus e seus discípulos/as (“esta geração”) verão estupefatos a novidade
acontecendo, e eles/as sim devem temer. A Boa Notícia de Deus, que Jesus
encarna e anuncia, é segura e estável apenas para quem, como Jesus, põe nele a
sua confiança e tem nele o seu escudo. O Reino de Deus (a nova humanidade, os
novos céus e a nova terra) é mais seguro e estável que o templo, mais que o
firmamento, mais que os alicerces da terra. Deus ama o direito e a justiça e
defende os pobres e indefesos: essa é a Palavra que nos dá alento e que jamais
passará.
Meditação:
§ Leia
atentamente esta cena e as palavras de Jesus, dando atenção à metáfora dos
brotos de figueira
§ Você
mantém a esperança em um país, o mundo e uma Igreja melhores, ou já “entregou
os pontos” e não crê em mais nada?
§ Você
consegue identificar pequenos sinais da manifestação certa e segura do Reino de
Deus em nosso meio?
§ Onde
você encontra as forças que necessita para continuar lutando e sonhando em meio
às dificuldades?