172 | Ano A | 33ª Semana Comum | Segunda-feira | Lucas 18,35-43
20/11/2023
O episódio narrado no evangelho de hoje está
situado no caminho de Jesus a Jerusalém, depois da parábola do fariseu e do
publicano, após a apresentação das crianças como modelo para os/as
discípulos/as e do anúncio de Jesus sobre sua rejeição e morte nas mãos das
autoridades religiosas.
Próximo a Jericó, um cego está mendigando à beira
da estrada. Percebendo um crescente rumor de gente que se aproxima, o cego pergunta
o que está acontecendo. Ele já ouvira algo sobre Jesus, e quando lhe dizem que
é “Jesus Nazareno” que se aproxima, solta seu grito, sem constrangimento.
Sua palavra é um pedido, e seu pedido é um grito de
socorro: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” O cego e mendigo não leva
em conta as advertências das pessoas que acompanham Jesus, e não se cala. Mesmo
sendo cego, ele reconhece naquele profeta itinerante e suspeito o Messias
enviado por Deus, o esperado filho de Davi, rejeitado pela própria família.
O grito do cego é expressão de fé, de tenaz e
perseverante confiança de que o Filho de Davi é movido pela compaixão, e vem
para abrir os olhos aos cegos. Jesus vê a situação daquele “resto de gente”, a
dor e a força que suscitam seu grito. Por isso, interrompe sua viagem, e pede
que tragam o cego a ele. O mendigo interrompe a marcha de filho de Deus!
Interrogado sobre o que ele deseja do mais profundo
da sua atribulada existência, o cego diz o óbvio: “Senhor, eu quero enxergar de
novo...” Neste caso, enxergar é mais do que ver: é reconhecer a presença de
Deus nos homens e mulheres, reconhece-los como irmãos, crer na vontade
libertadora de Deus e colaborar com ela.
Jesus
não é um messias poderoso, mas um profeta compassivo com os pobres e
necessitados. Ele ensina e demonstra que a fé e confiança nele e na sua Palavra
têm força iluminadora e libertadora. Elas que estão na raiz da cura. Mas a
salvação vai além da cura, e se traduz no seguimento agradecido de Jesus. E
esse testemunho vivo é Evangelho que alegra a humanidade.
Meditação:
§ Imagine-se
à beira da estrada, na periferia de Jericó, em meio a esta cena, interagindo
com os diversos personagens
§ Perceba
a situação do cego mendigo, seu grito de socorro, o desprezo expresso pelas
pessoas que seguem Jesus, a atenção de Jesus, o diálogo com o mendigo, a
mudança radical da situação
§ Qual
é a intensidade da sua confiança e sua fé em Jesus, o homem de Nazaré, e o que
você pede insistentemente a ele?
§ Em
que medida a ativa e solidária compaixão de Jesus pelas pessoas vulneráveis atrai
e sustenta sua caminhada de fé?
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