171 | Ano A | 33ª Semana Comum | Domingo | Mateus 25,14-30
19/11/2023
Deus nos confia
muito mais que uma doutrina a ser defendida e ensinada, ou que uma simples mensagem
a ser transmitida. Ele coloca em nossas mãos a tarefa de dirigir o curso da
história e nela realizar seu Projeto de Vida para todos/as, seu sonho e sua
vontade. Nem mais, nem menos que isso. Jesus ilustra isso com a parábola dos
talentos.
É o próprio Deus
que chama seus administradores, entrega a eles seus bens e espera que cada um/a
corresponda a esta confiança de acordo com suas próprias possibilidades. Sua
confiança é tão absoluta que ele viaja sem nenhuma preocupação. Deus sabe em
quem coloca sua confiança, e espera que cada servidor dê o melhor de si.
Mas é importante
perguntar: o que ele espera daqueles/as que nele acreditam? Seria a simples
multiplicação de horas de adoração, de doutrinas abstratas, de leis pesadas e
de morais implacáveis? Eis o que ele pede e espera: “Vão e façam discípulos
meus em todos os povos! Assim como o Pai enviou a mim, eu envio vocês!”
Trata-se de
anunciar e dinamizar o Reino de Deus acolhendo os pobres, reconciliando os inimigos,
consolidando a justiça, amando sem distinção e sem impor condições. E Deus
espera que a confiança depositada em nós dê frutos! O que ele nos confia é um
fermento, e o fermento cumpre seu destino somente quando se mistura à farinha e
a faz a massa crescer. Ele nos confia o dinamismo do seu amor, e o amor morre
quando é só um sentimento.
É verdade que o
que se espera de nos é uma responsabilidade serena e sóbria, mas isso não
significa que podemos ser impunemente passivos ou medrosos. Há aqueles/as que
agem de forma errada, e por medo. Um dos administradores diz que age por medo e
respeito, mas, na verdade, é guiado pelo medo e pela preguiça! É um servo mau e
preguiçoso, que renuncia às exigências da sua missão, que não quer sujar as
mãos na vida concreta.
A fé sempre nos
leva a enfrentar desafios: a encarnar a esperança no coração do mundo; a amar e
servir a todos e sempre, começando pelos últimos da pirâmide social; a pagar o
mal com o bem; a encontrar soluções humanas e viáveis para os problemas humanos
aparentemente insolúveis.
Meditação:
§ Como
você, sua família e sua comunidade tem feito com o sonho de Jesus, que é salvar
e libertar todas as criaturas?
§ Sua
vida e sua missão têm sido guiadas pela fé, pela confiança e pela
responsabilidade ou pelo medo e pela ortodoxia?
§ Você
percebe na sua comunidade de fé sinais da preocupação de conservar a “pureza”
da fé em vez de torná-la libertadora?
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