ESPERAR JESUS COM AS LÂMPADAS ACESAS
Entre os primeiros
cristãos havia, sem dúvida, discípulos bons e discípulos maus. No entanto, ao
escrever seu Evangelho, Mateus preocupa-se sobretudo de recordar que, dentro da
comunidade cristã, existem discípulos sensatos que estão a agir com responsabilidade
e discípulos néscios que agem de forma frívola e descuidada. O que significa
isto?
Mateus recorda duas parábolas de Jesus. A primeira é muito
clara. Há alguns que ouvem as palavras de Jesus e as põem em prática. Levam a
sério o evangelho e o traduzem para a vida. São como o homem sensato que
constrói sua casa na rocha. É o setor mais responsável: os que vão construindo
a sua vida e a da Igreja sobre a verdade de Jesus.
Mas há também os que escutam as palavras de Jesus e não as põem
em prática. São tão insensatos, como o homem que edifica a sua casa sobre a
areia. A sua vida é um absurdo. Se fosse só por eles, o cristianismo seria pura
fachada, sem nenhum fundamento em Jesus.
Esta parábola ajuda-nos a captar a mensagem fundamental de outro
relato em que um grupo de jovens sai, cheio de alegria, a esperar o noivo para
o acompanhar à festa de casamento. Desde o início somos advertidos de que
algumas são sensatas e outras néscias.
As jovens sensatas levam consigo óleo para manter acesas as suas
lâmpadas; as néscias não pensam em nada disso. O esposo está atrasado, mas
chega à meia-noite. As moças sensatas saem com suas lanternas para iluminar o caminho,
acompanham o esposo e entram com ele na festa. As néscias, por seu lado, não
sabem como resolver o seu problema: as suas lâmpadas apagam-se. Assim, não
podem acompanhar o esposo. Quando chegam é tarde. A porta está fechada.
A mensagem é clara e urgente. É uma tolice continuar a ouvir o
evangelho sem fazer um esforço maior para transformá-lo em vida: é como construir
um cristianismo sobre a areia. E é tolice confessar Jesus Cristo com a vida
apagada, vazia do seu espírito e da sua verdade: é esperar Jesus com as
lâmpadas apagadas. Jesus pode demorar, mas não podemos atrasar mais nossa
conversão.
José Antonio Pagola
Tradução de Antonio Manuel Álvarez Perez
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