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| Ano A | Solenidade de Cristo Rei | Mateus 25,31-46
26/11/2023
Esta parábola faz
parte dos ‘discursos escatológicos’ de Jesus. Essa catequese de Jesus nos leva
imaginariamente ao fim dos tempos para destacar o que realmente tem valor no
percurso da história. É claro que, dizendo que o Filho do Homem virá ‘na sua
glória’ e se sentará em seu ‘trono glorioso’, Mateus está comparando Jesus a um
rei. A expressão ‘Senhor’ também tem o mesmo sentido, pois esse era o apelativo
com o qual o povo se dirigia aos chefes, reis e imperadores.
Esta parábola
também aproxima Jesus da imagem do juiz. “Todos os povos serão reunidos diante
dele, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos
cabritos.” Julgar significa aqui discernir o verdadeiro valor das ações
concretas das pessoas, separadas em dois grupos, a partir daquilo que fizeram,
e não a partir dos títulos ou das meras intenções. Mas é interessante perceber
que, mesmo no papel de juiz, Jesus age como pastor. Por isso, a solenidade de Cristo Rei vai de
mãos dadas com a imagem do Bom Pastor, de Jesus servidor da humanidade.
Não podemos
esquecer que Jesus decidiu sentar-se à mesa como conviva dos pecadores, e não
como juiz na mesa de um tribunal. Sua vida comprova que ele foi ao encontro dos
marginalizados e assumiu a causa deles. Não os esperou sentado na cadeira dos
juízes! João Batista o anuncia como ‘cordeiro de Deus’, como aquele que dá a
vida em resgate por muitos. E no confronto com as autoridades do seu tempo e
com as ambições de poder dos próprios discípulos, o próprio Jesus declara: “Eu
estou no meio de vocês como quem está servindo” (Lc 22,27). Celebrar Cristo
como Rei do Universo significa exaltar sobremaneira a figura e a missão
daqueles que servem.
O mais
importante, porém, está um pouco escondido nessa instigante parábola. Diante da
pergunta sobre quando o servimos, ele responde: “Todas as vezes que vocês
fizeram isso a um dos menores de meus
irmãos, foi a mim que o fizeram...” Jesus é filho da humanidade, irmão dos
homens e mulheres mais necessitados, irmão daqueles que passam fome e sede, dos
migrantes e doentes, dos pobres e presidiários. Um cristão não pode passar ao
largo das necessidades do próximo, pois estaria deixando de lado o próprio
Cristo.
Meditação:
§ Retome
esta parábola dramática, insira-se entre os personagens, interaja com eles
§ Escute
atentamente as perguntas dos dois grupos de personagens e as palavras do juiz
§ Em
qual dos dois grupos você pode se situar, honestamente? Quais suas atitudes e
ações que justificam essa identificação?
§ Como
evitar a identificação de Jesus com as autoridades políticas de hoje?
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