domingo, 5 de novembro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (158)

158 | Ano A | 31ª Semana Comum | Segunda-feira | Lucas 14,12-14

06/11/2023

Sabemos que Jesus pede aos seus discípulos/as que não busquem lugares de honra, e não entrem no jogo da competição. Isso revelaria o desejo de ser mais, de ter privilégio sobre as outras pessoas. A competição gera divisões, ciúmes, invejas. Ao contrário, faz parte do seu projeto do Reino de Deus quem vive como irmã e como irmão, quem estabelece relações de parceria baseadas na igualdade e no dom de si. 

Depois da orientação dada ao pessoal que esteva com ele na casa do fariseu, Jesus se dirige diretamente a quem o convidara, ordenando: “Ao dares um almoço, não convides teus amigos... Antes, convida os pobres que não têm como te recompensar...” A expectativa de ser recompensado é exatamente o contrário do amor, pois o amor é gratuito, não espera compensações.

O amor gratuito é o verdadeiro e duradouro caminho que nos abre as portas da felicidade. Na verdade, só é capaz de amar quem tem uma experiência referencial de ser amado/a e acolhido/a de modo incondicional e eterno. Essa experiência nos faz livres dos medos e das ambições, capazes de bondade e generosidade, sem necessidade de comprar afeto de ninguém.

Mas este princípio não pode ficar restrito à espiritualidade pessoal e às relações interpessoais ou domésticas. O Evangelho de Jesus Cristo pretende fecundar também as relações familiares, sociais, políticas e econômicas. Nele não há lugar para o “toma lá, dá cá” que costuma guiar boa parte das alianças políticas e das práticas da administração pública. Esse vírus pode contaminar inclusive nossas práticas de piedade.

E, mais ainda: o Evangelho pede políticas públicas e sociais que beneficiem exatamente as pessoas e os grupos sociais mais vulneráveis, e não apenas linhas de crédito aos “setores produtivos”, a quem já tem demais. O governo anterior, especialmente o ministro da economia, queria um INSS no qual o pobre cidadão recebesse somente aquilo que pagou...

Mas não esqueçamos que isso deve valer mais ainda para nossas comunidades eclesiais e para toda a Igreja! Não é uma contradição evangélica tratar os fiéis segundo o critério do merecimento, ou seja, estar em dia com o dízimo ou ostentar uma vida supostamente irrepreensível?

 

Meditação:

·    Situe-se no interior da cena, diante de Jesus e dos convidados para a confraternização na casa do fariseu

·    Podemos dizer que nossa verdadeira alegria consiste em ajudar as pessoas necessitadas, sem esperar nada em troca?

·    Que ensinamentos esta palavra de Jesus traz para nossas famílias, comunidades religiosas e para a Igreja como um todo?

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