158 | Ano A | 31ª Semana Comum | Segunda-feira | Lucas 14,12-14
06/11/2023
Sabemos que Jesus pede aos seus discípulos/as que não busquem lugares
de honra, e não entrem no jogo da competição. Isso revelaria o desejo de ser
mais, de ter privilégio sobre as outras pessoas. A competição gera divisões,
ciúmes, invejas. Ao contrário, faz parte do seu projeto do Reino de Deus quem vive
como irmã e como irmão, quem estabelece relações de parceria baseadas na
igualdade e no dom de si.
Depois da orientação dada ao pessoal
que esteva com ele na casa do fariseu, Jesus se dirige diretamente a quem o
convidara, ordenando: “Ao dares um almoço, não convides teus amigos... Antes,
convida os pobres que não têm como te recompensar...” A expectativa de ser
recompensado é exatamente o contrário do amor, pois o amor é gratuito, não
espera compensações.
O amor gratuito é o verdadeiro e duradouro caminho
que nos abre as portas da felicidade. Na verdade, só é capaz de amar quem tem
uma experiência referencial de ser amado/a e acolhido/a de modo incondicional e
eterno. Essa experiência nos faz livres dos medos e das ambições, capazes de
bondade e generosidade, sem necessidade de comprar afeto de ninguém.
Mas este princípio não pode ficar restrito à
espiritualidade pessoal e às relações interpessoais ou domésticas. O Evangelho
de Jesus Cristo pretende fecundar também as relações familiares, sociais,
políticas e econômicas. Nele não há lugar para o “toma lá, dá cá” que costuma
guiar boa parte das alianças políticas e das práticas da administração pública.
Esse vírus pode contaminar inclusive nossas práticas de piedade.
E, mais ainda: o Evangelho pede políticas públicas
e sociais que beneficiem exatamente as pessoas e os grupos sociais mais vulneráveis,
e não apenas linhas de crédito aos “setores produtivos”, a quem já tem demais.
O governo anterior, especialmente o ministro da economia, queria um INSS no
qual o pobre cidadão recebesse somente aquilo que pagou...
Mas não esqueçamos que isso deve valer mais ainda
para nossas comunidades eclesiais e para toda a Igreja! Não é uma contradição
evangélica tratar os fiéis segundo o critério do merecimento, ou seja, estar em
dia com o dízimo ou ostentar uma vida supostamente irrepreensível?
Meditação:
· Situe-se
no interior da cena, diante de Jesus e dos convidados para a confraternização
na casa do fariseu
· Podemos
dizer que nossa verdadeira alegria consiste em ajudar as pessoas necessitadas,
sem esperar nada em troca?
· Que
ensinamentos esta palavra de Jesus traz para nossas famílias, comunidades
religiosas e para a Igreja como um todo?
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