169 | Ano A | 32ª Semana Comum | Sexta-feira | Lucas 17,11-19
17/11/2023
Esta cena continua a de ontem, quando os fariseus
pedem de Jesus uma resposta sobre quando aconteceria a manifestação pública do
Reino de Deus, quando seria o “Dia de Javé”. Para Jesus, o Reino se faz
presente no mundo como fermento, como sal e como semente de mostarda. O Reino
de Deus está no meio de nós e ao nosso alcance.
No texto de hoje, Jesus continua no mesmo tema e,
para ilustrar seu ensino, recorre a dois eventos bíblicos bem conhecidos dos
seus interlocutores: o dilúvio e a destruição de Sodoma. Ambos são episódios de
eliminação das pessoas e organizações que não vivem corretamente e fazem o mal.
E nenhum desses dois acontecimentos foram percebidos ou levados a sério pelas
pessoas em geral, não obstante os alertas dos enviados de Javé.
Esta postura indiferença e desatenção às mensagens
de advertência vindas de Deus é o que faz a ligação dos personagens do passado
com o presente vivido pelos interlocutores de Jesus. Imersos em suas atividades
cotidianas e mergulhados nos seus pequenos interesses, poucos dão atenção e
levam a sério o convite de Jesus a mudar de mentalidade e abrir-se ao Reino de
Deus.
Ignorando que são chamados a um estilo de vida
contrastante, contracorrente, os discípulos perguntam “onde” acontecerá a
manifestação do Reino de Deus. Como respondera aos fariseus, que perguntavam
“quando” esse evento se realizaria, Jesus diz que não se pode localizar o Reino
de Deus. Ele não tem território, não se identifica com uma nação ou um povo
particular. Viver vigilantes não significa saber o dia nem o lugar.
Jesus ensina que o Reino de Deus é um evento certo,
imprevisível e universal. Como nos dias de Noé, ele vem nos dias da semana, sem
grandes sinais, e é preciso estar atento e vigilante para não ficar para trás.
O Reino de Deus está onde estão os discípulos/as fiéis de Jesus, aqueles/as que
prosseguem sua prática, em qualquer tempo e lugar. Mas é um acontecimento sempre
fora do nosso controle. A vida cristã não se identifica com algo estável,
adquirido, possuído com segurança, algo que podemos manipular a nosso
bel-prazer.
Meditação:
§ Será
que também nós estamos demasiadamente preocupados em saber o tempo e o lugar do
encontro com Deus e seu Reino?
§ Será
que a ditadura das necessidades cotidianas, mesmo as ações pastorais, não estão
nos sequestrando e dispersando?
§ Como
entender que quem procura salvar a sua vida vai perde-la, e quem perde a sua
vida pelo Reino, vai ganha-la?
§ Como
viver o seguimento de Jesus de olhos abertos, atentos aos apelos e sinais de
Deus, engajados na construção do seu Reino?
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